Quadro primeiro, que aparecemos
tantos nos quadros nas únicas vezes em que podemos quase nos conformar com
algo, quando nem sabemos a que. Diversos quadros surgem da pintura ou de um
roteiro, historieta, uma criação sem precedentes que nos preencha aqueles
quadros vazios imantados do golpe nefasto. Os golpes que nos dão todos os dias,
naqueles que os varões nem se situam, as fêmeas claudicam certezas, os pais
querem apenas o melhor, mesmo que de dentro de suas máfias. A situação é algo
jamais visto na história deste país, assim do tanto de um ridículo que nos faz
falta um Chaplin. No roteiro, pessoas que passeiam, bem observado que não são
as mesmas que passeavam, são outras, outras gentes. Ao fundo um mar imutável na
sua mutabilidade eterna: que saibam que cresce nas marés, e os governos se
sucedem a quesitos sem história como passistas de Napoleões meramente argutos
na sua covardia. O roteiro quebra para outra cena, uma cena de um bar onde a
cor vermelha é vista com desconfiança, no que se possa crer que haja
oficialmente quase o veto a que se vista. Todos reunidos, um balcão, a corte de
sobre plumas das gentes que se pressupõem retaguarda, mas segue uma outra cena
de fundo como um olho de metal sintético em que não se cansam de se escorar, na
sineta dupla de seus reflexos condicionados. A tudo vemos, a tudo sentimos, e a
escora se baseia no fundamento convexo de uma relação de filho com o pai
exterior: um mapa grande, um mapa de nosso país, mais encima, depois de uma
tripa de terra pequena, passando pelo golfo, adernando em mais nortes, da ida e
volta, do leste a oeste, mas que o roteiro não abraça, pois o roteirista não
manja bem o idioma que querem tornar pátrio de um mundo já falho na sua
decadência imperial. Aceitamos certos fatos assim que não nos atingem
diretamente, mas esperamos talvez os pequenos golpes que seriam como atos que firam
as instituições trabalhistas. Seria algo a se predizer, talvez seja esse o
desejo, mas a maioria já finca mais a bandeira no bom senso, e muitos gostam da
bandeira brasileira hasteada, não a meio pau para ver passar por cima a listrada.
Se gostam do que ocorre no país, haverá um troco meio ingênuo de se pensar,
pois os mesmos coadjuvantes do erro agora se empossam em fazer de corretas
iniciativas a incorreção fraudulenta da imposição de meios de comunicação.
Podem crer que o roteiro continua, mesmo que a partir do título já se
encontraram mais sete em cada quadro, e antes de terminar a soma na calculadora
dos condomínios, viram sete na proporção de 1,7 vezes mais sete, em que a
vírgula esta, proporciona... Suficiente é a programação inteligente, outrora
aproveitassem melhor, e claro está que a escola de economia retrógrada consegue
ser conservada na mediocridade de sua incompetência.
Vemos nações que convivem com os
sistemas, ou outros que quase convivem bem com as nações. Há de ser um tudo?
Côncavo? Convexo? Nada mais, pois que na compreensão da latitude esta do mesmo trabalho
em que o povo brasileiro se propôs na tomada de sua consciência para melhorar –
incluso – as suas relações com os colegas de categorias e compreensão das diferenças
classistas, leva até mesmo o fascismo a observar melhor e igualmente
compreender o que foi a Itália de Mussolini, e como um freio obscurece as
visões quando transforma o que era no que jamais há de novo no antigo, posto a
revolução tecnológica já fazer parte do cotidiano não apenas das estruturas de
dominação, mas nas brechas salutares da livre expressão, em que a filosofia
pode agora brotar sem fronteiras pelos mundos, em que uma mensagem não iniba,
mas acrescente no mensageiro e no coletor dos sinais dos tempos a função máxima
que possuímos enquanto missionários internacionais que é trazermos ao nosso
cenário latino-americano a questão dos direitos humanos como sustentação
inequívoca da segurança de nossas instituições democráticas e a sua manutenção
enquanto obra de seres humanos cônscios dessa nobreza de caráter. A partir
disso saberemos escutar o próximo, saberemos e teremos estruturas para combater
preconceitos, lutaremos por uma saúde cada vez melhor, ampliaremos a visão dos
estudantes e sua compreensão que não se veta, posto universalizada pela
tecnologia e presença dos nossos heróis: os professores. Tantas e tantas
vertentes seriam válidas para elucidar melhor as questões sociais, que a divisão
da sociedade entre o ódio e a camaradagem, só resta optarmos pela segunda
opção, pois é camarada quem pensa em um país melhor para todos, e enquanto nele
existirmos com essa predisposição de espírito, seremos mais e seremos melhores:
ao nosso entorno e em nós mesmos! A troco de sabermos o que é resistir a essa
enferrujada e gelatinosa lesma em que se encontram os nossos parlamentares
resta sermos mais rápidos, não vamos jogar sal encima, vamos deixar entupir as
janelas, espremida em seus toscos contextos... Preparar uma sólida eleição de
bons representantes populares, traçar na arte o que há de se prosseguir
enquanto artistas, na confluência das ideias, nas mesclas filosóficas, sabermos
diferenciar quais são as ferramentas das quais dispomos, os espaços que teremos
que criar, mesmo em relativas áreas, a comunicação como emblema do diálogo e da
abertura ideológica: a resistência em si, não se chama resistência, chama-se
descer de nossos pedestais enquanto líderes de algo, enquanto portadores de um
talento, enquanto velhos com experiência e ainda fôlego, enquanto estudantes
com sua capacidade vital de entusiasmo por algo decente, será um modo de
parecermos mais com um país, a se recuperar as relações internas que possuímos
com nós mesmos e com qualquer quadrante que se nos apresente...
A princípio, se preenche o roteiro.
Algo maior desponta. Algo de classe. Algo de gente. Não são algumas décadas de
meses que derrotam as conquistas já adormecidas e sedimentadas de anos e anos
de boa atuação democrática. A questão do poder sempre é relativa nos países do
Cone Sul. Pensemos como diversos cones: um mais fino, outro mais leve, outro de
chumbo, o de borracha que delimita o trânsito, ou seja, pensemos no agora, como
na praça grega – Ágora – em que se discutia o andamento da democracia a partir
dos pressupostos filosóficos e poéticos dos mitos que se tornavam reais. Somos
muitos aqueles que despendemos esforços em nossa bondade na luta pela maioria.
A emancipação de um Estado se faz também na ação horizontal, na rua, na escola,
na fábrica, na construção, na terra e na esperança.
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