terça-feira, 30 de agosto de 2016

A PEDRA CHINESA

            Talvez fosse fácil encontrá-la, a pedra de ZhongGuo. A pedra vista de dentro, como no passatempo de paciência: as sete pedras esculpidas uma a uma, uma dentro da outra, de fora para dentro, em trabalho inimaginável de período longo... Não seria isso algo de monta maior do que tudo, mas se tornaria muito raro abraçar o mito, mesmo que algo nos transportasse para um quilate indizível do mesmo tempo companheiro da habilidade, cônjuge da maestria. De um esperar-se, aliás, como no artesão que completa algo de um trabalho que aprende com seus amigos, ou que verte na tradição de antepassados o quinhão do merecimento em ser reconhecido pela estética, ou no si mesmo do uso. A se citar a China, mas como qualquer outro país, pois as vertentes da arte não abraçam fronteiras, mas outras há em que estas coabitam com a realidade de suas tradições, e a diversidade cultural talvez seja melhor com os povos que estimam e vivem coerente e humanamente no planeta. A espera com a atitude, quando vemos a inação na ação e vice e versa, na questão sábia das civilizações, no galope rápido em que a cidadania deva se impor como todas as cavalarias do mundo, mesmo que os cavalos sejam de fogo, ou mesmo que os signos sejam do leão e da libra. Ou que leiamos os que são ou desejam fazer de um país um olhar mecânico de tela, com Donner contratado para essa função, de um ícone já cansado por sua acepção de interdependência anacrônica com os tempos modernos, já que o pequeno globo não foi projetado a uma interatividade qualquer, qual não seja alicerçar os fracos de bagagem. Pudera, que fosse perdoada a crítica contumaz, mas que se prime o surgimento de alguma consciência no próprio e monolítico enganar-se às gentes. Em uma questão de verdade de fato não esperemos que retraiam intenções, mas que se exponha a mesma e – tornada por ipsum facto – inexorável verdade, naquilo que se mastiga, no que é sólido, no que alguns preferem que não se torne história, quando excluem de nossa cultura nacional a própria história: quem somos nós, para que viemos, tantos o foram, e o que se passa é uma tradução novelesca, do burlesco, do que se alicerça a que outrora quiçá tivéssemos de acompanhar a programação quase compulsoriamente... Há estruturalmente nessa temática o que ocorre, na transformação quase paulatina de humor, ou no conhecimento expresso do que não existe, posto o inequívoco latino-americano onde não se acompanha em outros rincões mundiais tamanho gigantismo, como se disse várias vezes dentro do pensamento que pertence ao povo brasileiro. Como um pensamento pertencido por direito, que a nós pertence tudo o que se produz de riqueza, nós temos a condição de sermos um país independente, no que se refira a que não tenhamos que possuir a relação que historicamente nos nublou tantas vezes o cerne de nosso progresso mais cabal, mais verdadeiro: este que logicamente versa sobre podermos nos tornar autossuficientes em que, desde história da República fabril, a começar com o nosso parque industrial e as conquistas sociais camponesas, que dão margem a que saibamos do justo enquanto o que seja por se construir na premissa do desenvolvimento.
            Enquanto a pedra chinesa construída na margem de um rio, uma casa, de um país, que o fosse de outro, cada estação revigora em sabermos que as riquezas de um mundo não sejam fruto da espoliação de outrem, posto vivermos por vezes em um outro mundo, ou aquele em que seja pertencido uma história dos que vivemos todos, cada por um lado, ou no grande ser inegavelmente coletivo... Enquanto premissa elementar não nos confundamos: somos gregários, e nossas atitudes devem nos levar àquilo que se presta como condição inequívoca a que possamos – todos – respeitar o que nos remeta a melhorar a nação como um todo, na inequívoca totalidade referida. Essas questões não devem ser pontuais, posto enquanto abraçamos uma tonalidade cromática em uma tela de pintura, devemos saber da composição do todo, da sua harmonização, visto talvez em aulas antigas, mas de um aprendizado reflexo em tudo o que pudermos fazer para avançar em nossa consciência, assim como a existência de uma simples pedra na China pode ser referência de nós mesmos, mesmo que ainda não burilada nas seis internas, que seja, apenas a existência do cinzel maestro o fosse algo de substância, uma ordem que não abraçaria totalmente a superfície de um entendimento se não fora, mas que resulta na mesma existência, em um fato, quiçá: história. Que por essas histórias contemos justamente as mais veementes, posto que não foram contadas, em todas as personalidades que mereçam relevância nos assentos escolares devemos depositar o nosso olhar, para que teçamos uma crítica que se faz necessária naqueles que despertam para o ensino. Esse é um princípio de uma educação consagradora, imantada pelo conhecimento, que dá sustentação a que pensemos mais a nação, e a que reflitamos melhor sobre os nossos papéis de atuantes no mundo. É sobre a imensa possibilidade de usufruirmos do conhecimento compartido entre os professores e seus alunos que saberemos melhor discernir sobre o que se é de repartir no nosso encontro com a soberania pátria e a nós mesmos.

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