Um panorama não se torna algo que se
veja apenas na superfície de uma foto, no contexto rápido de uma postagem de
foto ou filme, mescla de textos, ou mais, pois o conteúdo passa a se tornar
mais vulnerável enquanto conteúdos que também lutam individualmente em direção
a uma cidadania. O conteúdo que geramos sobre o nosso selfie psíquico vira o próprio mito criado: algo de história sobre
nós mesmos, algo que não somos e que gostamos de ser no outro que nos ressalta
nossa história inventada. Do mesmo modo o espelhamento da vigília das imagens
gravadas, das câmeras de segurança, dos resguardos patrimoniais, das prisões
maravilhosas em formato condominiais. Há muito da babélica transformação das
vidas em transformar-se, mantendo o mesmo lócus, mas ausentando-se das
mudanças, o que passa a refletir a realidade do êxtase contraproducente da
virtualidade. Não que se passe a borracha sobre, mas usos e usos abrem para
discussão não apenas atávica, mas meramente normativa, pois o comportamento
humano pode ser vida igualmente sem qualquer conexão necessariamente eletrônica
com o mundo, onde a cédula ainda é o maior símbolo abstrato de riqueza, e o
zinco, manganês, chumbo, ouro, selênio, titânio, urânio, ou mesmo o petróleo
são os aspectos concretos que partem de qualquer abstração e se consolidam como
riqueza igualmente... Posto que o operário usa as mãos para pregar os pregos, e
a nós nos falta a regularidade de movimentos nos quais usamos uma mão para o
mouse, por vezes que estamos tão ensimesmados com o perfil tecnocrático em que
a sociedade se pauta e jacta de estar desenvolvendo algo. A velocidade dos
pixels é grande, mas nada se compara com uma mirada em torno de nós mesmo, a
nos aprofundarmos no céu, se quisermos mergulhar os nossos físicos olhos no
infinito!
domingo, 21 de agosto de 2016
A SEMÂNTICA DE UM VERBO
Há em uma palavra talvez o modo do
sujeito, ao qual predicamos. Por ventura um sujeito e mais predicados, mas não
era esse o ponto de um período, em que nos encontramos agora tergiversando
sobre um aspecto do pensamento quem sabe mais próximo da especulação do que
nunca... Como um aspecto de um livre mercado e suas leis. Em um básico
silogismo construído agora como a sílaba de um mantra: o homem prega a parede,
mas não percebe o olhar de um sofrimento; ainda assim, possui – o homem – as ferramentas
que não lhes dispensem o trabalho. Especula-se. É trivial. Um texto maior
revela uma sombra que não traduz, mas revive algo, por mais que estejamos
contrários ou mesmo desacordados em que não nos pegamos com o pensamento. Qual
gigantesca ave de metal nos mostre que somos tais que não temamos a nada que
não se pareça com uma taturana com suas estranhas sinapses... Olhar da
sociedade se vê no prego que o homem prega em seu trabalho solitário, em que a
pregação pode ausentar-se do martelo, da madeira e seus veios. Haverá sempre
algo sólido no ar, mesmo em chuvas renitentes em que a madeira sobreleva os
mesmos veios que transcendem a que fora tronco, disto de não vermos que o mesmo
objeto em nossas mesas é fruto de uma selva. Parece algo estático, e o é no seu
termo, o objeto em si, mesclado, no que não vire nossa ideia descartável como
outro objeto, posto não seremos fábricas de insights, mas arquitetos
consonantes com a prerrogativa de fazermos nossos cérebros de uma valia maior
do que o que esperávamos tem apenas como seres humanos a faculdade de pensar. O
pensamento em si é plataforma, e não precisamos nos distanciar desta, desde que
a estamos guarnecendo sempre, tal a utilidade da possível inteligência em
estarmos cientes da realidade. Visto que sejamos também algo de uma religião em
que nos situemos maiores, se por escolha convier ao nosso psique que abrigamos
como um mito indecifrável, por vezes, e que por vezes retorna a outros mitos
que recriamos na esfera atômica de nossos destinos que não podem ser traçados
aleatoriamente. Quiçá o verbo seja duro surpreendentemente, quiçá queiramos
algo de repetição histórica, um tempo em que a leitura mítica é realizada hoje
em frações de segundo, a um histórico, a uma definição de perfil, a toda uma téchne suposta de artes anteriores, mas
que abriga contextos algo mais complexos do que simples releituras.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário