domingo, 21 de agosto de 2016

A SEMÂNTICA DE UM VERBO

           Há em uma palavra talvez o modo do sujeito, ao qual predicamos. Por ventura um sujeito e mais predicados, mas não era esse o ponto de um período, em que nos encontramos agora tergiversando sobre um aspecto do pensamento quem sabe mais próximo da especulação do que nunca... Como um aspecto de um livre mercado e suas leis. Em um básico silogismo construído agora como a sílaba de um mantra: o homem prega a parede, mas não percebe o olhar de um sofrimento; ainda assim, possui – o homem – as ferramentas que não lhes dispensem o trabalho. Especula-se. É trivial. Um texto maior revela uma sombra que não traduz, mas revive algo, por mais que estejamos contrários ou mesmo desacordados em que não nos pegamos com o pensamento. Qual gigantesca ave de metal nos mostre que somos tais que não temamos a nada que não se pareça com uma taturana com suas estranhas sinapses... Olhar da sociedade se vê no prego que o homem prega em seu trabalho solitário, em que a pregação pode ausentar-se do martelo, da madeira e seus veios. Haverá sempre algo sólido no ar, mesmo em chuvas renitentes em que a madeira sobreleva os mesmos veios que transcendem a que fora tronco, disto de não vermos que o mesmo objeto em nossas mesas é fruto de uma selva. Parece algo estático, e o é no seu termo, o objeto em si, mesclado, no que não vire nossa ideia descartável como outro objeto, posto não seremos fábricas de insights, mas arquitetos consonantes com a prerrogativa de fazermos nossos cérebros de uma valia maior do que o que esperávamos tem apenas como seres humanos a faculdade de pensar. O pensamento em si é plataforma, e não precisamos nos distanciar desta, desde que a estamos guarnecendo sempre, tal a utilidade da possível inteligência em estarmos cientes da realidade. Visto que sejamos também algo de uma religião em que nos situemos maiores, se por escolha convier ao nosso psique que abrigamos como um mito indecifrável, por vezes, e que por vezes retorna a outros mitos que recriamos na esfera atômica de nossos destinos que não podem ser traçados aleatoriamente. Quiçá o verbo seja duro surpreendentemente, quiçá queiramos algo de repetição histórica, um tempo em que a leitura mítica é realizada hoje em frações de segundo, a um histórico, a uma definição de perfil, a toda uma téchne suposta de artes anteriores, mas que abriga contextos algo mais complexos do que simples releituras.
            Um panorama não se torna algo que se veja apenas na superfície de uma foto, no contexto rápido de uma postagem de foto ou filme, mescla de textos, ou mais, pois o conteúdo passa a se tornar mais vulnerável enquanto conteúdos que também lutam individualmente em direção a uma cidadania. O conteúdo que geramos sobre o nosso selfie psíquico vira o próprio mito criado: algo de história sobre nós mesmos, algo que não somos e que gostamos de ser no outro que nos ressalta nossa história inventada. Do mesmo modo o espelhamento da vigília das imagens gravadas, das câmeras de segurança, dos resguardos patrimoniais, das prisões maravilhosas em formato condominiais. Há muito da babélica transformação das vidas em transformar-se, mantendo o mesmo lócus, mas ausentando-se das mudanças, o que passa a refletir a realidade do êxtase contraproducente da virtualidade. Não que se passe a borracha sobre, mas usos e usos abrem para discussão não apenas atávica, mas meramente normativa, pois o comportamento humano pode ser vida igualmente sem qualquer conexão necessariamente eletrônica com o mundo, onde a cédula ainda é o maior símbolo abstrato de riqueza, e o zinco, manganês, chumbo, ouro, selênio, titânio, urânio, ou mesmo o petróleo são os aspectos concretos que partem de qualquer abstração e se consolidam como riqueza igualmente... Posto que o operário usa as mãos para pregar os pregos, e a nós nos falta a regularidade de movimentos nos quais usamos uma mão para o mouse, por vezes que estamos tão ensimesmados com o perfil tecnocrático em que a sociedade se pauta e jacta de estar desenvolvendo algo. A velocidade dos pixels é grande, mas nada se compara com uma mirada em torno de nós mesmo, a nos aprofundarmos no céu, se quisermos mergulhar os nossos físicos olhos no infinito!

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