quinta-feira, 1 de setembro de 2022

O VÉU CONTINENTAL

A que nos propusesse o tempo
Em que a poesia rumina seus óbices necessários
Em um outro caminhar agora em tíbias pontes
No deixar-se e permitir-se ação
Em que a coberta de aquecimento se torna
Mais do que apenas acessório, mas um combate sutil
A um frio quiçá anacrônico em sua superfície de cores
Onde, queiramos, uma primavera soturna nos respire os poros!

As veredas sejam algo distintas, e que a lógica predicativa
Dê atenção que os pensamentos não necessariamente sejam místicos
Naquela monta de parafernália das castanhas de azinhavre
Que parcimoniosamente sejamos os mesmos dias do véu incontinente
Às equações que não nos confundam em trinta ou noves fora
Posto a vizinhança de uma voz que não silencia significa o trabalho
Que atuaria no sentido de sentir apenas, recrudescendo os rumores
Em que o véu faz cair o pano antes de ser concluído um único ato!

O domínio das letras verte a função quase quadrática do que antes
Seria um sono incoercível e que no átimo quase de presença posterior
Revela o infinito quase impessoal das palavras que não procedem reais…

A impressão que se revele a um recrudescer algo de monta é saber-se livre
Como em uma colcha de retalhos onde nem mesmo um fogo soturno
Seja tão alto em seu crepito de retalhar pedras de marfim
Na escalada do torpor incandescente da poesia que se reverte nas sombras.

No mesmo e claro anuente verbo, quem quer ou seja, seria apenas o torpor
Quiçá silencioso no calcanhar de uma posterior valentia do vate
Que cai silencioso sobre a alfombra de um grande posidon vertido na lua
Em que – espera-se – infelizmente os gigantes já preparam suas festas sinistras!

Não se cansa a idoneidade do comportamento ilibado de traduzir crianças
Em vestes de corpos treinados ao mesmo limite do sem limites
Ao que limitar-se possa, e que a poesia finalmente se liberta de um grilhão
Na conquista noturna de outras vestes, no clarear-se franco de neoconsensos…

Há um caminho quase disforme de recrudescimentos de ordem qual ordenanças
Que, em sua lobotômica forma, principiam novos procederes em seus ensaios
Mal sabendo no progresso da ciência da medicina que ensina aos cultos de veracidade
Que é bom estarmos fora do ruminar dos tempos em que os esclarecidos
Mal sabem que é no sapato de Platão que talvez resida outro principiar!

Não vistamos a touca própria de inocentes úteis quando de quimeras próprias
Na tessitura de um vime quase de sombras que nos relembram as notas de um tempo
A que um tempo seja em quase equidistância de um furor uterino tardio
A um resfolegar de um ganso inquieto na plenitude de suas ânsias
Qual realidades serpentinas, qual fogo que não consome e prepara
Dentro da consonância da precisão inaudita as veias de um quase societário
Secretariado alicerçado sem o código quase secreto da humana face da ordem! 

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