sexta-feira, 5 de agosto de 2022

A REALOCAÇÃO DO PRESSUPOSTO CABAL

 

             Verter certezas dentro de um cadinho de amianto é como deixar crescerem flores de chumbo em nossos regaços. Esta é uma premissa quase lógica, posto o cidadão há que ter em mente que a mesma lógica em que nos apresentamos frente à amurada quase inconclusa – porém nefasta – da incompreensão nos revela e faz refletir, obviamente dentro de um processo de sobriedade contínua que nos alicerça de uma razão de progresso, um tipo de equação que se resolve rapidamente dentro da consciência individual, espelhada na coletividade e no recuperar-se prontamente dos reveses diários que nos acometem as faltas e ausência de reparações maiores... Nisso em que Bill W. construíra no pressuposto de sua lucidez frente aos problemas recorrentes ao alcoolismo, traz na conduta de uma esperança a retórica digamos verdadeiramente humana no acolhimento sem par desses enfermos que dependem de uma relação atávica com o álcool. Esses exemplos de nossa história falam mais alto do que um prosseguir apenas sereno do ser em si, do ser que se doa per si e para outrem, em um tipo de carro amplamente democrático onde quem entra seja o mesmo que retorna, com mais coragem, mesmo em meio às vicissitudes de toda uma vida pregressa, inconsútil dentro da ordem inversa de uma tentativa – mesmo que com um certo esvanecimento do espírito em contrição e dúvidas recorrentemente expositoras das falhas de caráter arraigadas, mesmo dentro de processos em que um inventário moral seja apenas teclar algo que não supomos ser de legado pessoal. No entanto, o legado que transcreve para melhor a existência de um ser alcoólico justamente faz funcionar uma engrenagem em que o óleo seja o quinhão espiritual do processo, e o andamento de servir a um grupo de recuperação, portanto, vai muito além do pressuposto apenas existencial, pois nos remete a influência de um Poder Superior, concebido dentro da semente que lançamos em nossas vidas e que brota em nosso coração.

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