terça-feira, 30 de agosto de 2022

A FOLHA E O CÃO

 


Varredor que varre, o cão não vê
Mas ao bicho de tênis azul
Com aquelas meias fartas sem lã
E passa, passos ao vento das folhas
O varredor que luta para enfeixar
Com seu tipo de rastelo para o acúmulo
Na frente de um mar turbulento
Onde um skinhead supõe seja o tempo x
Mas que solta o cão, e o cão não ladra
Com caravanas quietamente estacionárias
Dentro daquele padrão de espaço permitido
Sem saberem que de dentro de seus segredos
O IP já está nas placas, dentro de um QR.

Óh origem trasmontana, ó requisito de velcro
Que nos deixa o corpo mais silente de ouro
Na versão de um cordão que carregamos
Que se não fosse exato, poderia ser plaquê…

Não, que não nos conformemos com o não saber
Que a vida não se constrói de prumos e esquadros
Posto se não fora, o muro se desconstrói em Floyd
Em um arpejo apenas, a um toque de bateria
Que não seja o que se imagina, a moça da danceteria
Que fala a um beijo proposto às escondidas a mesma palavra…

No que se faça não contemos o número de nosso sangue
Posto a árvore talvez esteja acostumada com os pássaros
No que notívagos sermões noturnos ensinam a um indigenista
A realidade nua e crua de uma floresta devassada!

O poeta possui uma dor, e não é do gozo inquieto e insuspeito
Quando da falta, pois traça amor com letras em seus insights
E suas lides com parafernálias de Balarama, ser maravilhoso
Na companhia de Radha e de seu consorte eterno…

A cada rua, a cada esquina consagradora e resiliente
A poesia busca encontrar pequenos copos de plásticos
Onde o café tenha passado de gole em gole rumo ao ônix saco
No preâmbulo de amostragens nuas, sem musa nem musses
Apenas com seu olhar perscrutador por natureza,
Onde nem mesmo o seu próprio olhar de fora não internalize!

O creme do creme verte das nuvens do Olimpo, naquilo de rigidez
Quase química de um processo cabal de ser quem somos apenas
Quando Burton buscava disfarçar seus disfarces na Londres de ontem

E fechava concretos caminhos de pedra, na invicta lança de sua coragem.

Por então, que se alce a mesma poesia para um continente americano
De cima abaixo de baixo acima, encimando a crueza para a sua inquestionada nau!

Nenhum comentário:

Postar um comentário