segunda-feira, 15 de agosto de 2022

O AMOR E O AMOR

 

Do amor que se tenha na flor
Ao girassol da flor do amor
Que se obtenha as duas pétalas
No seu botão secreto
A ver, com seu abeto
Aberto e florado na serra de amianto
Que não esqueçamos seja teto
Mas que seja afeto de um teto
Acima de uma qualquer cama
Sem dossel, sem gozar maior
Do que aquilo que se espere, cria
Que não te criam os corvos
Mas que os ovos são graciosos
Na empreitada do bom e no grasnar
Fúlgido da temperada gaivota por encima
De um farol luneta de primavera
Que encante e que venha na facinorosa e rubra
Face que encontramos: apenas a face...

Do bom que se faça amor com a noite
E que a noite nos reconheça irmão
Que se escutamos noite, e que a poesia
Não queira a fêmea encomendada
Nas fatídicas noites em que se encontra
Com os mesmos profissionais do sexo
Que escalavram, com propósitos outros
Entradas e saídas e siliconadas propostas vertidas
Como recheio inconsútil da busca do prazer
Que queima tanto no juvenil
E que não se requeira tanto de outra proposta
Que não seja o afeto de se ser sincero
Apenas com a humildade de não ser o ego
Que não se torture o ego
See!

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