terça-feira, 30 de agosto de 2022

O INCÓGNITO PROCEDER DO FACTUAL

 

         Nas vertentes de uma versão qualquer dos fatos, as aparentes contradições de certas estratégias de um comportar, verte-se a vida de um tipo qualquer dentro das circunstâncias tais que qualquer ato ou fremência de um viés existencial, e que essa prerrogativa do verbo em si não traduz quase nada da neutralidade, ou talvez seja ela mesma enquanto palavras meio germinadas ao vento. A questão primeira é justamente o fato em si. Algo que seja mais idôneo do que o esperado, algo da previsibilidade, digamos, histórica, do comportamento humano. Qual, que não fora esse esperar, algo de tramas convexas, algo de uma luta há muito alicerçado, no entanto, em procederes já explicados pela ignorância de se ignorar certos panoramas e desfechos… Estes desfechos que vêm antes, esse caudal de reminiscências, essa prerrogativa de se pensar em uma caixa de ferramentas cada vez mais completa, no sentido de alicerçar a sobriedade emocional, de qualquer modo venial, o argênteo das palavras que se sucedam, posto a vida de um escritor, seja ele qualquer, prossegue sendo alimentada pela prática diária por uma luta que não é luta, pelas vias indiscretas no nada ineditismo de suas mesmas andanças e seus mesmos passares. Sempre e sempre e sempre e, no entanto, com estopins e slogans modificados, relidos, recauchutados em uma excelência em estar-se conectado por vezes na interferência em que a televisão fechada tecla em alguns canais, tergiversando um falso nacionalismo às avessas, ao modelo da integralização em que, por vezes, certos manobristas tremem ao olhar um de combate, um que seja, que sinaliza e registra a maravilhosa fauna dos ícones discretamente estampados em caminhões e carros na antevéspera de pequena tempestade… Sim, por si, a vida inteligente destampa o lacre da comunicação concatenada, na linearidade que se perde por através dos acontecimentos outros em flashies, quebrando timelines programadas, em ações de réguas perfurantes, refletindo mesmo por dentro de algumas casas dissenções naturais em que, porventura a ação mais imediata ressurge da impotência da missão não cumprida e da quebra de tabus e fetiches que não abarcam mais do que a tonalidade gestual em que uma action painting não reportasse nos cinquenta. Há um dito que afirma que quem ama o bem nunca será dominado pelo mal, mas a retórica mais concreta seria mais assertiva se contasse o fato de que quem abraça mais conhecimento em seus aprofundares dá mais espaço à vitória, pois o slogan do caminhão não encontrará espaço em estacionar, e as criaturas que bebem para tomar coragem por fim só a encontram depois que o porre as cega, e aí já não servem à velha questão logística de se auto transportarem ou mesmo encontrar o melhor caminho para voltar assim, já não se saiba, que a tentação é grande nas paradas e, o que antes parecia certo de encontrar, por vezes sofre o pane de interferências que, quando de ordem afetiva, aplacam a dita vitória, encontrando os seixos na terra que antes criam serem os ouros do mérito. De que vale a medalha se o tempo em se colocá-la na jaqueta é o mesmo de outra mais consagradora, e que se sabe da coleção que se faz em colocá-las na caixa para serem admiradas na post mortem do regresso que não houve? Qual a bandeira que ficará a meio mastro, e que pano adorna as cores de uma bandeira, que bem poderia servir de uma patriótica fralda para uma criança inocente? Essa interlocução com o infantil modo de dissuadir as perspectivas de falhas – repito – afetivas denotam no mínimo a falta de conhecimento coletivo na própria coletividade, aplastrando a ignorância na cúpula locupletada pelo âmbito, em detrimento do linguajar inconsequente de se fazer entender dentro do infelizmente crônico analfabetismo funcional. Não serão meias palavras pois, enquanto certas crianças brincam, outras efetivamente tentam fazer o planejamento dos horrores nascer dos ovos das serpentes. Certas pontuais alianças se fazem necessárias, posto a truculência de quaisquer lados pode significar um ruído de violência na sua intenção enquanto efetivamente crianças de verdade possam estar presentes em certos nichos onde o fogo existe, onde a arma existe liberada, insuflando máfias no seu conforto deliberativo e frio. Não, que não fosse apenas a deliberação do ganho fácil, do enriquecimento ilícito, mas – que se pense a respeito – se um jornalista não é contestado quando se arroga verdadeiramente nas faces de um humanismo possível e concreto enquanto disposição primeira mesmo dentro de uma falaciá de ordem estigmatizada pelo preconceito e intolerância, seu fazer jornalístico estará circunscrito ao engrandecimento do entendimento não persuasivo, mas da alocução do pensamento que encontra em Joyce a sua extrema percepção do que venha a ser a linguagem dentro do escopo deste milênio em que nos encontramos. Como disse Gibran: o filho é flecha lançada, e seus destinos traçam no seu o rumo, qual Ulisses que abraça por Homero o prior de suas próprias circunstâncias. A cada passo de um escritor, a cada passada do vento sobre o seu chapéu que vibra em uníssono com algum pássaro no nicho de uma torre, colado a uma antena outra que não seja tergiversar com o próprio tempo, teremos o mesmo espaço dialogado como uma aura de Einstein tornada realidade sem a fuligem matemática da lousa consagradora. Não, talvez o escritor queira beirar uma fogueira inquisidora, mas o amor que possui por São Francisco o manterá aceso na pomba que o santo carrega pela alfombra de Guernica, que Ruiz foi de maestro primeiro! Sim, um combatente escreve, não no colo daquela de Getúlio, daquelas de Getúlio, mas no futuro outro que não se saiba do que se descreva da ordem do voto em votar no processo gradual da disciplina de cada outro combatente civil, passando o comando a cada qual, qual estrela de inúmeras pontas, onde o preceder útil não nos possa revelar sequer o ocaso do sol, mas a existência daquele no outro lado do planeta, em sua translação, no idioma mesmo da primavera. Soubera-me, querida existência das flores nos olhos sagazes das maravilhosas mulheres deste mundo, soubera-me, que não me alcancem jamais que Ulisses se amarra no mastro para que as sereias não os naufraguem a tanto que outros padecem por causa de flores já emurchecidas pelo descaso da consciência. Não teçam tanto, companheiros, não teçam tanto, todos estamos amarrados a uma espécie de motor de cada qual, qual não fora, que o ninar sereno da dor de uma mulher em sua mágoa não transige com os erros em que o homem que a amava fora anteriormente subtraído de sua jornada, pois é através desse átimo relativo de tempo enquanto dimensão eterna dentro da fração inquestionável da relatividade, procedamos a cada qual em seu tempo, em sua medida, em sua ciência, que o que antes unia pela matéria cria em outro a vereda diamantina e certeira da espiritualidade onde Maya, a consorte da poesia se refaz a todo o tempo, e sua lógica não existe dentro de uma fronteira ou de um território, pois navega muito além de nossos estamentos, para além do Universo: manifesto ou não.

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