quarta-feira, 31 de agosto de 2022

A RENÚNCIA PELA BRUTALIDADE ACEITE

 

O fel por vezes se torna lugar comum nas bocas
E ressente mais no tornar-se o gesto como bases sinistras
Em que uma visitação pode tornar-se suficiente
Para as tentativas estoicas de um homem que compulsoriamente
Há de se revisitar no ostracismo porque provisório talvez
De se manter aquietado pela penumbra de seus atos…

Não, que nem a religião nos permita permitir
Que as vozes soturnas não escutadas além do imaginar
Soletrem em um sóbrio filme de horror as sutilezas de fragmentos
Onde os detalhes encarnam somente o que se destina ao encarnar.

Quais pífias ordens, se claudica o verbo na preparação de dias
Quiçá mais nebulosos, onde qualquer contra ordem seja dada
Em uma relação de confiança onde nem o abismo separe
As superfícies de gelo mais sólido em meio às cascas frágeis
Que na invisibilidade das pegadas subtrai algum incauto
Quando em passadas inquietas em seus dentes de ferro!

O não poder-se amar, que seja, a ordem quase feita de um metal
Onde seres reais não se encontram sem a possibilidade de serem vistos
E onde qualquer manifestação de afeto sincero é passível de alvos secretos!

E as ofensas viram moedas de troca, e o chumbo derrete nos cadinhos de ouro
Do outro, que se suponha dono da pedra de antanho, no que se vê: será?

Épocas cegas de imagens políticas de campanhas, onde as atividades
Se concentram em um jogo de sufocantes prédicas anunciadas
Na vivência em que agora a poesia se sentirá mais à vontade para caminhar
A passos maiores na intenção serena do poeta em se sentir evadido
Em meio às suas letras que denotem menos do que uma clausura necessária.

E o cárcere se faz presente nos verdugos, o cárcere de praticar maldades
Na triste sina inquieta de crerem sermos mais do que o cerne da liberdade
Na pressuposição sempiterna de um dia que seja, mais vinte e quatro que sejam
As horas ou os termos que aplaquem a situação rotineira de séculos seculorum
Nas vertentes de sinistras passagens pelas vias em que se passa a inquietação
De se estar clamando ao verbo mesmo a anuência de uma força dissuadida.

Não que não se venha a saber de ante mão o que aparece na vertente do vento
Posto a inquisidora questão da ciência por veste-se a caráter, como em um figurino
Que a ocasião revele tão certeira como a atitude de cunho espiritual
Que a velocidade de um ser não conjecture com a veracidade dos fatos!

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