segunda-feira, 22 de agosto de 2022

QUANDO A VIDA SE ACHA COMO UMA PEDRA BRUTA

 

Talvez a vida seja como a pedra bruta
Que se cale como uma penumbra de um dia
Como um sonho sonambúlico das certezas
E que as palavras não possuam os freios da modorra
Que o poeta segue dançando no asfalto o cheiro de chão
Extremos, em sua loucura altamente doida e insignificante
De saber apenas alguma palavra sem rótulos e sem vez
Que não suplante aquilo de uma segunda dentro da ordem
Mas que na verdade a chaminé continua dentro do escopo
E as serras devastam o olhar da floresta independente dos votos
De um casamento entre o ser ou o não ser, sem se ser que seja
Aquele fatídico personagem de Huxley no Mundo Admirável
Posto que as cordas são de algodão na realidade dos fortes
E a brutalidade não é justa, e que não surja a brutalidade
Em qualquer viés, na saia justa do que não saia
E de não sair saímos por obscuras tangentes
De um dia que nos verte apenas o dia de um dia a mais
Na maioridade circunspecta de um painel de títeres
Que não se abraçam mais por não existirem braços
Que revelem ao menos o toque que não seja a medida
De estratégias de quartzo, ou de procederes a mil
Que obviamente significa a guerra já processada antes
De se desferir o não golpe permitido
Antes que se saiba que possa ser devidamente protelado
Quando uma nação ainda imberbe não sabe e sequer imagina
Que a não fronteira de Lennon está contida nos dividendos de seu álbum…

Não que não se possa permitir algo além da própria vida
Seja esta fazendo parte da configuração reflexa
Ou de uma aplicação irrestrita da modalidade da reprogramação
Na ausência irrequieta da voz sem retorno, do fio sem durex,
Da mão que segue sem amparo legal, do que se faz sem o caso
De um outro caso obstinado em se saber que um homem
Não é construído da noite para o dia, mas que, por Deus,
Quase sangra até a morte para ensinar o platô
Meio reticente, fruto de uma segunda-feira quase suportável
Naqueles domiciliados e guarnecidos pelo farnel generoso
E que não subscrevamos história sobre história
Que a ternura apenas possui o emblemático sentido de uma rosa falsa
Do sintetismo dos materiais, conferindo na sua beleza quase fácil
A proposta indelével de que a terça possua apenas a garantia
De esperarmos o silêncio ruminando rotinas e idiossincrasias
Particulares do ser, de ser a ser, posto que empunhemos nossas bandeiras.

No sentido algo de foco onde hastear propostas pode parecer apenas decorativo!

E, como se não bastasse, a escuridão da luz apresenta recursos mesmo imaginativos
Onde teclar a tecla não se baste na extensa parecença de um nexo alterno
De uma roda que gira diagonalmente, e onde o volante é automático
Levando duas almas para um encontro quase banal
Quando encontradas as evidências traidoras e levianas da confirmação de um ato.

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