Resta-nos
sabermos da vida como ela é ou o que queremos ser a partir dessa
realidade, o existir. Esse caudal remonta a muitos milênios em que a
Terra era pátria sem ser, em que a terra não era somente pasto, e
onde a árvore porventura ainda não conhecia o madeiro… Dessas
condições em que o ser humano quase não habitasse em um processo
civilizatório, quiçá em outros tempos em que as condições da
agricultura também não fossem sequer imaginadas, já que a
imaginação tem lugar nas músicas dos Beatles, ou em uma projeção
da arquitetura de Lorenzo Bernini. Não
somos folhas mortas jogadas ao vento, e nem por isso sejamos uma
árvore supracitada que oscila nas tempestades. Seremos sempre
melhores do que isso tudo, seremos seres que sempre existimos, não
importando sequer se algum processo civilizatório abriga muitos de
nós em suas claudicantes ondas.
Sejamos coerentes no
diletantismo de nossas atuações, não importando muito se
reverberamos a alma, ou se consolidamos a matéria, nas vanguardas de
um materialismo histórico. Essa questão meio ou bastante filosófica
quando resguardamos nossa origem e ancestralidade, e, sim, fazemos
uma releitura da dialética material e seu suporte para conversas em
um si mesmo espiritual. Esse
por si em posto no essere
hegeliano verte na lógica seus fundamentos quase adversos. No
entanto, uma lógica inenarrável onde o pressuposto da
materialização de nossas proposições navega por uma questão que
não sucede apenas à consubstanciação de um mero fato, mas o
essente
em si, o ser por si. Desse ser que é o Eu, o verdadeiro ser que na
indicação histórica é e será sempre o que acompanha o homem, o
que acompanha a mulher desde a origem de nosso processo evolutivo
que, conforme Darwin, remonta Galápagos e suas conchas… Em uma
mutação gênica mudamos ao inverso do que seríamos, dentro da
auréola de uma planta, dentro do estômago de um cordeiro, dentro de
um cérebro veloz que ainda não há nele referências concludentes à
altura desse órgão. Recebemos algo realmente concludente dentro de
nossa limitada percepção, que nos aproxima de uma pintura sacra, ou
de uma mentira no dançar contemporâneo, quando este se torna
brincante, apenas, ou
mesmo quanto o diletantismo retrai muita condições anacrônicas com
a proposta inevitável da eternidade no sufragar as ondas que
representa dentro de um arcabouço da filosofia que se torna mais
séria desde um princípio que apoiamos para continuar nossa
aproximação com a arte e a literatura!
É possível dentro de
um diletantismo vertebral e sólido consolidarmos a poesia com a
crônica, a literatura com um ensaio, a tese e a antítese, o dialogo
e sua dialética, porquanto provamos com a mais b que o que estamos
dizendo ou vivenciando é uma natureza das ideias, é fomentar o
ilimitado, é ampliar espiritualmente os nossos canais perceptivos.
Essa
natureza das ideias é um tipo de farnel que exemplarmente recrudesce
por vezes um instinto de Thanatos, deixando Eros literalmente sobre
uma esteira produtiva. Marcuse fala desse assunto já nos sessenta, e
remonta um quebra-cabeça freudiano que muito tem a ver com um
pensamento agigantado, no que Fritjof Capra vem a estabelecer seus
ensinamentos sobre o Tao já nos anos oitenta do século passado.
Esses escritores vêm a estabelecer recursos especulativos
determinantes, ao menos para manter nossas mentes algo azeitadas… O
que parte de um mísero poeta por vezes é um diletantismo eterno,
impublicável no papel, mas com certos recursos na rede, o que causa
por fagocitose abraçar algum assunto e ruminá-lo até as
profundezas de suas veredas. Quando o ser essencial, essente,
passa pelo vértice de algum eixo monumental, outras axis respondem,
quando esse essente
permite que se reproduza canais de entendimento circulares, como na
miríade da imagem de uma bela mandala. Essa beleza não passa
despercebida de modo algum, pois remonta através das letras a imagem
lúcida e coerente de uma forma descomunalmente bela tal qual, como
exemplo, a flor de lótus em um lago como o Yamuna: tão sagrado como
o pressentimento da beleza e do amor!
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