domingo, 18 de abril de 2021

CIDADELA DOS ENJEITADOS

 

Há se por temer algo que jamais seria explicado
No fusível de uma máquina, em uma chuva que respire,
No caldo quase atenuante de uma razão perene,
Na vida que suspire seu próprio acalanto,
Na vértebra espezinhada pelo falso alimento
Porquanto na algibeira se carregue um velho fardo
Que retorna mais e mais pesado sobre nossos ombros!

O que rola na vida é quadrático, nada perene,
Mantém seus dias no escrutinar-se o verso
Que remonte uma página qualquer, qual um homem
Que se enamore do comprometimento feminino
Na assertiva de ao menos ser fiel à dama…

Versos quase acanhados encaminham uma assertiva
Que não caminha tanto como o esperado
No sonho de um poeta de alcançar o topo da compreensão.

Nessa mesma algibeira nua e crua se pretenda um dia
Saber que seremos melhores do que a culpa que se queira
Delegar-nos na fadiga dos que são puros de espírito
Mas que, na verdade, respira do mesmo quinhão da fé…

A mesma parte que nos cabe em um protótipo vazio,
Sem construção, sem estruturas de ferro e madeira
No que suba a calha do São Francisco, antes que seja tarde
A profusão de migalhas a nós concedidas perante a Ordem
E um Progresso extremamente relativo e reativo
Na espécie que almeja encontrar seu parentesco
Onde nunca houve lutas maiores e melhores
Daquilo que cabalmente conhecemos por segurança.

Em uma verdade que seja veraz realmente
Não assemelhemos o fato de nações que pregavam
A sua relatividade entre o certo e o errado
Quando muda de direção como a sagacidade da bússola!

Não é disso que precisamos, pois devemos colocar
Um pingo encima do i, lutar para que a Verdade
Seja senciente, que haja melhores modos que suplantem
A veracidade de alguns fatos, que não se recorde
Sejam estes como uma precisa lâmina
Que prepare um alimento qualquer

Que urja pretendamos levar melhor as nossas vidas.

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