sábado, 24 de abril de 2021

A TÉCNICA DO RESGUARDO

 

           Ao olharmos para o céu, com seus recortes na arquitetura da cidade e dos bairros, praticamente não teremos uma compreensão de sua grandeza, de ser o próprio infinito… Quando temos a noção evidente que podemos contar com a mesma compreensão de uma referência relativa como o céu igual a todos, havemos de perceber o imexível na questão da complexidade do espaço. Essa questão que nunca apaga nosso subterfúgio de querer sermos maiores do que a pronúncia de nossos corações, mesmo sabendo que o que nos leva adiante é justamente a ausência de qualquer sopro, ou a anuência espiritual de nossa alma no mesmo lugar de sempre! Quem dera fossemos cidadãos do sem tempo, quem dera fôramos um grupo coeso, aquém do processo libertário, não reféns de um sistema informatizado ou não, na esteira de um comportamento, do se comportares vários. Se esse tipo de reprimenda não significar muito residiremos em algo piorado do que se prescrever códigos de conduta.
          Além do berço de ouro podemos ter surgido em uma choupana de saibro, ou mesmo termos nossa origem no meio da rua. Na rua, sem lençóis e em cascatas reverberadas de dúvidas. Nessa face somos iguais, porquanto a origem não nos importe tanto, a não ser que queiramos a ela estar abraçados todo o tempo. É uma questão semântica à existência, nada mais do que isso. Por toda essa matéria devemos estar todo o tempo em um silêncio que nos remeta a plagas que nos lembrem sobre os episódios bons que vivemos e, dessa forma, salpicar bom otimismo, deste que frequenta a modalidade de espíritos sitos na bondade. Esse é o modo da Natureza mais importante, pois é na bondade que recebemos o nosso quinhão merecido. Devemos aceitar a alternância das coisas, na medida em que devemos aceitar a vitória ou a derrota, visto serem as duas da mesma família vocabular, e os antônimos são o segredo da coerência, mesmo que não se suporte a ideia da mesmice, ou algo parecido. Que se aceite a vitória do outro, como de si próprio! No entanto, tentar golpear o adversário de modo covarde, com as letras tortas ou como um princípio e no sentido de usar de força desproporcional para se manter as coisas como estariam caso não houvesse ganho de causa, faz de nós mesmos uma acentuação característica do regresso… Na medida em que um Estado se baseia na legalidade de suas ações, torna-se assaz importante nos prepararmos para firmar – literalmente – a mesma legalidade constituinte, como efetivamente se dá no livro de trabalho árduo que se chama a nossa Carta Magna. Esse trabalho de acordo, efetivado, operacionalizado pelas autoridades, será sempre o nosso leme e tesouro da Democracia. Afora isso é regressão, nada a ver com o progresso de uma nação como – e tão imensa quanto – o Brasil.
          Não viajaríamos tanto de país a países outros se não fosse importante mostrar uma administração exemplar de todos nossos colegas que, vez ou outra, não nos impedem de caminhar. Havemos de possuir uma postura exemplar em todos nossos leques de atuação para que não caiamos em uma situação atravessada por árvores tombadas em nossas veredas, pois reza assim a nossa pátria além do que desejamos a nós mesmos. Um tipo de mensagem que pode ser encaminhada através de uma garrafa em alto mar faz de nós mesmos encaminhamentos pelo oceano da grande rede da internet conforme chegue a algum lugar e seja aproveitada, ao menos na intenção simbólica que nos resguarde não em um modo apenas técnico, mas exclusivamente humano e apropriadamente espiritual, anímico, com certa veia de subjetividade.
           Será a partir dessa veia, desse caminho ou dessa vereda, que encaminhamos uma rota de navegação mais propícia, pois de mês a mês haveremos de montar uma progressão ilimitada em nossas frentes a um governo onde o povo tenha a sua voz final, e que seus representantes não atuem verticalmente por encima de uma razão que é a coerência e o Estado de Direito.


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