domingo, 31 de janeiro de 2021

RESSARCIMENTO DOS DANOS

 

         Como em um reflexo motor, algo de uma dislexia positiva enquanto léxico dos atos e atitudes, premiar-se-á um dono de uma invenção sobremodo engenhosa. No entanto, não se casa um parente próximo com o distanciamento de um parente mais convexo na sua linha liminar, no seu padrão algo reptílico por vezes, no mesmo distanciamento onde uma taturana é devorada pelo pequeno lagarto… Não se relembram quaisquer danos ou plataformas onde o que se perde se recupera na contramão da história. Um pouco de recapitulação dos termos sempre genéricos se traduz igualmente como em uma escolha do balcão da farmácia, onde, por uma suposição idônea, classificamos a própria substância curativa. Esta, por vezes, com a simplicidade natural da química…
           Não encontramos muita gente afeita a propósitos ulteriores, mas, de uma análise posterior, o próprio diletantismo verbal não nos ressente deveras a aceitarmos quaisquer pressupostos. É um tipo de existência contada por parágrafos, por vertentes de idiossincrasias que se completam em um tipo de término, melhor dizendo, em uma finalidade. Não se escute sempre a frase perfeitamente concatenada, discursiva, premente ou logicamente irrefutável, posto o absurdo possuir igualmente a sua face de logicidade cabal e intransponível. O vértice dessa questão que aponta nas conexões em seus bilhões classifica de certo modo a motivação da mente, por vezes a própria vitimização de um si mesmo, por vezes no engrandecimento da inteligência. Essa questão fique em aberto, pois nas vértebras de uma certeza deva existir ao menos a flexibilidade de seus ligamentos, em uma função que retorne ao mesmo pensamento ilimitado no cerne, porém limitado na linha.
          Por vezes temos a impressão de um falso acabamento no teto de nossas ilusões, tanto de se ver como uma cornija em uma catedral, ou um perfil de gesso em um teto de casa… Se tanto nos dá a esperança do engenho humano, saibamos que uma vida inteligente há de relembrar da esfericidade de nossas atitudes. Não ao embate sereno que vemos muitas vezes entre parelhas, mas, na verdade, o que se diz de pétreo ao relembrarmos certas lutas não acovardadas pelas ferrugens dos impérios.
Essa soberba de se ter fracas vértebras que se curvam ao menor desaviso condiz com a própria questão outra de se relembrar que a ganância – da inocentada culpa – desfere seus grilhões sobre a culpa imposta, no que os danos se apresentam malemolentes no sentido de auferir ganhos e subtrair perdas. Esse tipo malicioso de se portar descreve a ausência da pureza recrudescente nos modos de agir, e uma espécie de vitupério claudicante das razões impróprias na escala que possa determinar um gene ou uma datiloscopia urgente e necessária.
           Porto o termo, o crime não acontece por acaso, mas pela acepção crua do desrespeito à figura humana e pelo despropósito moral que regula a brutalidade por vezes verbal à condição da nossa existência, seja em um país pobre, seja em um país rico. As palavras devem seguir seus termos dentro de uma proposição otimamente fundada, e o que foge disso segue sendo brutal.
A ausência do que seja correto ou falho vem de uma dimensão de trevas, ou da ignorância fartamente esclarecida em confundir aqueles cérebros que podem oferecer mais do que o mero treinamento de uma missão escalafobética. Essas formas de ver que o mundo não é feito apenas de luzes e de trevas revelam um meio termo em que a vida burguesa reside, e de onde emana muito do manancial do ideário libertador, pois luz demais ofusca, e sombra demais não se percebe. Não devemos nos isentar dos meios termos, pois estes revestem um espelho de cristal, não deformam nossos modos e reiteram todos os meios necessários para que a grande luta pela existência humana seja vitoriosa em campos gloriosos, ou gozosos, como nos mistérios do rosário!
           De uma vida exemplar: sem hipocrisia nem ofensas veladas, tiremos o retrato derradeiro do que sempre vai ser vitorioso na história das personagens que vêm à tona em eras como a nossa.

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