terça-feira, 5 de janeiro de 2021

FRUTO MADURO E TRANSCENDENTE

 

Verte-se água por todos os cantos por vezes
As tantas que Indra se retrai nos castigos infligidos
Quando a sua ira é maior do que o suposto semideus queira…

A árvore do conhecimento nos traz frutos transcendentais
Para que o buscador entenda por fim o que seja aquele
De tal monta e tanto, a saber, que compreendamos Indra
Sob seus atos realmente poderosos sobre este planeta!

Apenas um guerreiro como Arjuna pode contra Indra
Quando referenciado com as armas transcendentais
E suas flechas imbatíveis e pontualmente certeiras
Na habilidade de um Kshatria em posição do conflito!

O fruto maduro é a compreensão do que fosse o fato
E, mais do que isso, sermos capazes de crer
Em tudo aquilo que nem sempre podemos explicar
Por uma noção apenas materialista, posto a fé é gigante.

De todos os embates em que comemos o fruto verdadeiro
Segue-se que compreendamos Kurukshetra como aquilo
Em que nossos inimigos, luxúria, ira e falso ego,
Não nos remetam para uma questão de querermos o prazer
Como fruto macilento de uma tarefa que nos aproxime
De tal facilidade, posto o que é muito fácil neste mundo
Reverbera outras pequenas atitudes, destarte como fidelidade
Àquilo que não possui dualidades, mas, apenas, comunhão com o justo.

E que nos sirvam as roupas usadas na forma e na função
Como em um quadrilátero de edifícios solenes na fixação
De sua arquitetura, aí sim, dentro de um planejamento urbanístico!

Que Deus nos dê a arquitetura suprema, que colhamos da Natureza
Os frutos que a Ela não façam falta, posto no nosso despertar
Talvez encontremos um dia o fogo dissipado na Floresta
E que mereça esta a capitular em virtude de sua circunstância
Outrora de gentes que ensaiavam melodias, e outras que não fossem
No tanto de merecimento cabal assim, de nossos Universos!

Outrora em um nicho de capim reside um formigueiro, ou mesmo
Estas – as formigas – desfilam em seus diversos tamanhos,
Cada qual com o seu atma sagrado, cada qual com seu Paramatma
Que nada mais é do que o Espírito Supremo, o pássaro que desfruta
E que observa o outro individual, que sequer sabe do testemunho guia.

E assim partimos a um fruto maduro de um conhecimento cabal
Que nos leve desde um pequeno inseto a um voo de andorinha no verão
E que Krsna ensarte pérolas e mais pérolas no cordão, a sabermos
Que a dimensão de um mundo é maior do que nossas projeções
Que, de modo irrisório, encabeça a fortuna do fruto do mesmo conhecer...


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