domingo, 3 de janeiro de 2021

JOGABILIDADES

          Que nas línguas e suas idiossincrasias se jogue no fator da comunicação. A jogabilidade pode ocorrer em uma simples arte poética, em um trecho filosófico que jogue com a inquietação existencial, pode estar presente em um cão quando brinca com outro, pode estar presente na caça de um gato e, finalmente, em grande parte de certas artimanhas do poder. Nesse lado está por vezes uma carta delimitadora, um ósculo traidor, uma serpente que gosta das alturas ou, raramente, reais e boas intenções. A jogabilidade do fator cultural está em praticamente tudo o que se revela com alguma substância defectível em sua própria verve das rimas raras… A ausência quase cabal de rimas na forma poética isenta de um jogo alterno e vê mais filosoficamente as questões que nos referenciam como mensagem dos meios. Nisso o jogo se torna mais complexo, mais quente, mais suado, porquanto recebemos de uma Musa a diversidade no olhar das mulheres! Esse mesmo olhar maravilhoso que seduz até mesmo os cupidos, como flechas certeiras no coração dos homens solitários. Quando acontece porventura o encontro entre nossa espécie, não pensemos que seja pior às escuras, pois possuímos o tirocínio do reparte e do diálogo, e estarmos com essa abertura, democratizando o mesmo diálogo batemos os ovos e votamos a nos alimentar na própria resultante do que fora o encontro e suas premissas concretas com o nosso povo, sem a importância inequívoca apenas das redes sociais onde o celular inteligente igualmente possui a jogabilidade, no entanto encerrada nas limitações do display. Nem em uma grande empresa com seus servidores computacionais funciona sem ingerência humana, nem que o seja para dar um reload no sistema, recarregando e reinicializando as máquinas sob a supervisão humana.
        Surge de tudo o
Homo Ludens: ser que joga por natureza humana, ou baratas que encontram seus caminhos fazendo uma faxina seletiva no meio ambiente, como os vermes que comem a podridão ou os urubus que se alimentam da decomposição. O Homo Ludens deve ver a perspectiva de todos os bichos, posto cada qual possui sua função neste estranho episódio que é o planeta.
         Chegamos a um ponto de valorar o padrão que não muda, das ciências naturais, um jogo de diversas faces, ao que então temos a estratégia que condiz serenamente em uma infinidade de jogos como ponto que encerra a vitalidade
de uma estrutura sólida, como no GO e no Xadrez, além de tantas outras ordenações similares. Quando pensamos no planejamento jogamos com projeções, gráficos, inteligência e fatores causais. Seria melhor pensarmos um pouco mais que adversários se tornassem aliados, mas jamais haveremos de transpor gentes que se digladiam em torno de cada classe, pois essa é uma premissa de luta que sempre vai existir, ainda mais em regiões pauperizadas como muitos países, onde a única abertura nos tempos de hoje é o debate e o diálogo… Por falar nessa questão a riqueza extrema permite saídas de capitais vultosos, e aqueles que ganham para prosseguir vivendo apenas realocam direitos fundamentais para quem tem mais do que o suficiente, traduzindo em si e de per si o egoísmo, a covardia jurídica e tudo o mais que indica um peão que não gira, um atacante que recua fora da área, uma pescaria sem iscas, ou um remédio que cura, mesmo sendo placebo.

           Aceitemos bem as diferenças e convivamos com elas, posto na sociedade plural é que podemos jogar de modo eficaz, assim como uma vacina contra uma epidemia que assola o planeta. Quando se retrai toda uma população com a ausência de responsabilidades maiores o bom senso perde. 

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