sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

ALVORADA PRA QUEM QUEIRA


Ainda que se peça que não venha um simples orvalho
Krsna nos manda sermos conformes com a Natureza
Mas é inverossímil na altura do bom senso que A neguemos
Porquanto é no sorriso de movimentos de uma formiga

Que subentenderemos que o nosso corpo não é nosso.

Somos espírito, alma individual que compartilha
Os recados mais constantes, um pássaro
Que se nos cante sobre os fios do poste
E aqueles que sobrevoam o mar
Na sede imensurável do encontro!

Outrora fôssemos pássaros voando com nossas asas

Na alfombra dos espaços, nos vazios intermináveis
Nas nuvens que nos esperam por vezes realocadas
Nas miríades do inconsútil, nos versos que não construímos…

Por estas únicas razões que podem dar margem a outras
Seríamos maiores do que o que nos esperam códigos
De condutas sem a razão subjacente que é enviada
Por uma linha de palavras sendo o que, nada se faz.

Palavras por linhas, linhas por palavras, se o que nos diz
É sermos parcimoniosos na verve que nos revela
As mesmas linhas que delimitam um fracasso
Quando entendemos que, além daquelas, parte uma estrofe.

Estas partículas infinitesimais que acabam por um nascente
De uma alvorada sem termos descrito quase nada
Por sermos dialeticamente opostos à mesma contradição
Que nos nubla o entendimento mais veraz na comunicação….

Sem as palavras seríamos órfãos, seríamos o Ser e o Nada,
Pintaríamos desenhos incompletos, verteríamos no comunicante
A reserva de nossos destinos, assim como na caserna
Não fôssemos mais do que uma questão interrompida.

Seremos títeres de nossos próprios fracassos, quando
Na verdade que possuímos dentro de nossos peitos
Quando somos mais que um valor, mas de valorosos
Pelo que sejamos a mais do que se subentende a raça.

Não que fôssemos quase perdigueiros afoitos a beça
Mas que se fosse igualmente o cantar de um cigano
A alicerçar feras fora de um quadrante quase milenar
Na suposição crível de desatarmos nossas correntes…

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