sábado, 28 de novembro de 2020

UM DIÁLOGO COM A MATÉRIA

 

            Não que seja uma matéria acadêmica, mas que seja o palpável, o sólido: metal, papel, plástico, madeira, ar, calor, etc… No que não conformemos o corpo de um ser, pois a vida não é matéria, senão espírito. Tergiversemos sobre aquilo que vemos, os produtos das fábricas, o labor que gera serviços que, tão logo são executados transformam-se em uma peça de motor, em um mastro, em uma garrafa, ou qualquer coisa inorgânica, posto quando colhemos o trigo lidamos com uma entidade viva, que é a planta, e que merece um respeito agigantado, assim como um operário merece um respeito igualmente agigantado quando fornece sua força de trabalho a se gerar um bem, seja ele de consumo ou de insumo. Assim como se produz uma semente, a competência em se lidar com as coisas merece total atenção, pago e reconhecimento. Uma palavra como: objeto, pode significar muitas coisas, mas a objetificação humana é recorrente quando tratamos de criar um sistema de inteligência e viramos meros instrumentos da AI (artificial intelligence). Como se a máquina rodasse sozinha, tomasse decisões e quiçá um dia parta para a criação de seus próprios módulos e instâncias computacionais. Ainda estamos longe dessa utopia tecnológica e jamais uma máquina terá a vida de um ser qualquer, posto para se fazer um desenho necessitamos da mão humana. E a não ferramenta pode ser o princípio da ingerência humana, mesmo sabendo-se que a ferramenta tem nos acompanhado por milênios, e o princípio da terracota apenas com a mão mostra os seus poderes, assim como um bom arqueiro sabe mais da ciência militar do que aquele que aperta o botão e lança uma hecatombe de seu avião… Parece-nos que quanto mais nos aproximamos do fogo mais nos tornamos poderosos. Fiamo-nos no exemplo de nações que guerreavam com a habilidade marcial de seus guerreiros, pois essa historinha de drones é de fato a guerra mais covarde que se tem na história.
            A respeito do ser material quando usa de si em mãos humanas, como se tivesse uma vida, tudo isso diz respeito ao próprio instrumento que não funciona sem a nossa ingerência. Sistemas mais complexos vão surgir com o tempo, e esperemos que não tenham muitos bugs, posto seu exemplar funcionamento só faz surgir a dúvida nas mentes mais fracas, expostas às indústrias culturais. As performances imaginativas requerem muitas demandas em suas fantasias e na grande ilusão de se achar treinado por games, ou simulações, no diálogo sem precedentes com os meios digitais. É essa performance que nos traz avanços na motricidade, mas isola as pessoas em grupos eletrônicos, passando a derivar o contato humano e, justamente em tempos de pandemia, paradoxalmente as gentes se encontram desesperadamente em favor de um contato ou diversos, sem tomarem as precauções necessárias. Com isso caminha toda uma corrente alienadora de drogas e álcool, como a saída de prescrição a cada um e dentro de uma coletividade sem responsabilidades. Por essa questão a volatilidade da matéria se mostra inerente a uma quase cegueira que muitos possuem sobre o nosso planeta tão destruído e em vias de ser solapado cada vez mais. Desse modo um caminho razoável é tentar ao máximo encontrar caminhos espirituais que busquem ensinar aos devotos a proteção à Natureza como um todo e a vida como fiel da medalha em si e de per si!


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