quarta-feira, 4 de novembro de 2020

A CADA PASSO

 

           A cada passo cabe uma interpretação, mesmo que tentemos generalizar o ato individual conforme o coletivizado, a forma que se encontra em uma bifurcação onde logicamente não encontramos tal erro ou tal acerto. São muitos os casos de discórdia, são muitas as desavenças nesta Era, são muitas as modalidades da hipocrisia, são variadas as contendas e muitas as crises que assolam o bom querer das gentes… Nessa esfera vertiginosa de dificuldades, neste mundo que erra sem ter o que querer coerentemente, apanhamos por ver atitudes do crime sem favores que entorpecem de desditas o funcionamento dos sistemas, posto serem os mais variados em nossa sociedade. De sabermos que a motivação para o dilema da não concordância com a Lei lida e escrita não faz de nós meros e pequenos criminosos, mas fazem de toda uma engrenagem se tornar ferruginosa, pela culpa do infrator. Quer estejamos com o desejo de infringir, quer nos tornemos elementos claudicantes em nossa ignorância, quer jamais façamos o nosso mea-culpa. Retornamos a uma espécie de caldo que alimenta de tutano as organizações criminosas, mesmo que estejamos distantes dos mentores por centenas de quilômetros… Se um indivíduo estiver presente, que seja, em uma espécie de clausura encomendada por uma pandemia, deve cumprir seus dias conforme os ditames de sua própria consciência, não importando muito a soltura de seus compadres sob a jurisdição de seus governantes, haja posto que a virulência se lhe importa, e o Governo não lhe dá muitas vezes a atitude correta a ser feita. Se o indivíduo puder, que fique em casa, com seus treinares, com seus educares e seus trabalhares. Posto isso não seja possível, que o indivíduo pense na coletividade e não exceda em seus turnos.

         Em uma realidade dilatada pensamos muitas vezes em que podemos fazer para nos sentir melhores em nossas empreitadas frente ao mundo que se nos apresenta, e quem deras fosse mais feliz essa sensação, pois milhões de pessoas passam pela carestia no país em que vivemos. São milhões de pessoas que não têm como pedir sequer ajuda nas instituições que servem às populações desassistidas. Essas incongruências tendem a tensionar a parte mais vulnerável das gentes, açambarcando igualmente a classe empresarial com as demandas de contratar mediante o exército industrial de reserva, que são aqueles que – nas filas – conseguem um emprego mediante o preço do salário menor que a pouca oferta lhes dispõem. Isso seja fato consumado, e nenhum estudante de economia seja apto para discordar, posto seja pingo no i da questão, seja realidade e fato, mesmo que se cogite que a livre iniciativa possa dispor da energia do trabalhador na seleção da força motriz, quando se pensa na juventude como equiparar cavalos alazões dos pangarés…

          Quando se busca a força de trabalho, o primeiro emprego é raro, e a experiência conta deveras. Conta-se um trabalhador com anos de experiência, nem muito jovem e nem muito velho, e aqueles que já são velhos demais pecam por estarem atrelados a um tipo de previdência que solapa suas vidas e não dispõe de muito tempo para fazer deles pensionistas decentes do amanhã. E, quando o trabalhador é muito jovem, não dispõe do ensinamento regular que dele se espera, fazendo-o engrossar mais ainda as fileiras do desemprego. A contradição derradeira vem do pressuposto de que, quando estão empregados, os trabalhadores que possuem esta vantagem tiram de qualquer concorrente a oportunidade de estar empregado na mesma linha de frente em que o trabalho se posiciona, relutando em ser solidário quando afeito à concorrência ímpar e denominada selva da livre iniciativa, no qual tantos países já se dão conta que não é a melhor medida.


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