domingo, 1 de novembro de 2020

SOLETRANDO FONEMAS


No começo era turvo o sistema, as galáxias não sabiam

Nem um pouco do ocaso de seu mesmo tempo

Em que nem mesmo um grande vate soubesse adivinhar

Que tantos soçobraram em meio a uma dimensão algo curva

Quando se diz que alguma estatística põe a forma correta...


O tempo dos meridianos, um quase atemporal certeiro

Que navega por entre ondas que dão seus costados

Em praias que nunca deveriam dar o ar das graças

Quando na verdade se pede que não seja uma lacuna.


Tudo o que se diz daquilo que desconhecemos de fato

Nubla a consciência de outros fatos concretos existentes

Quando um sai para se divertir à socapa e seus goles

Enquanto outros participam da vida entornando a arte!


A poesia permanece em silêncio em seu rugido

Como troveja o relâmpago, como a fera se manifesta

Onde mal percebemos o que vem a ser a razão

No mesmo lugar onde a deixamos no convencimento.


Assim se sabe qual a metade de um método assaz raro

Nas questões de sabermos igualmente como nos portar

Em meio a uma civilização dramática, com nós de ponta

Mais espessos do que um anátema que não sabe de onde vem.


Disso de buscar funções nas palavras se encaixa a odisseia

Quando saímos a tecer um comentário ou outro

Conforme a sacristã forma de ser, conforme a espessa via

De uma qualidade consistente em um dia de coragem...


E outros são os dias que vencem os óbices de sempre

Quando nos apercebemos que o quinhão de solidez fecunda

Na verdade refaz a condição inequívoca de resolver

Equações que deixamos a entorpecer a própria fonética...


De um recurso ou outro, do café amanhecido, do pão

Que esquecemos no cesto, de um gole mal ajambrado

Seria tanto de sabermos que nem tudo aparece tal qual

Uma música de um domingo distante na luz da nuvem!


Na miríade consonante destes versos quem sabe seria

Um tanto melhor soletrarmos fonemas esquecidos

Ou na frase de mandarim soubéssemos qual a palavra

Que dita a regra de estarmos no mundo com sons diversos.



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