Na vida não há de pretendermos alcançar
alturas onde a megalomania subentende a ferocidade da selva material…
No
mais das vezes queremos ser vencedores e a tirania criada em nosso
caráter pelo mundo que nos cerca falha no quesito da solidariedade.
É o que temos pela frente: uma competição no seu íntimo desigual,
injusta, marcada por vezes pela questão dos nascimentos, apenas
isto. Mas quando alguém nasce com níveis de conforto e riqueza mais
altos, é hora de se desapegar da matéria, é uma oportunidade de se
voltar com mais firmeza a Krishna, a Suprema Personalidade de Deus! E
onde está essa Personalidade? Está no paramatma de todas as
entidades vivas, a face de Krishna em todos os corações, até mesmo
em seres unicelulares, protozoários
e em mais de 8 milhões de formas de vida. Presente como observador
de nossos atos, como um amigo confidente que está nos fazendo
companhia frente ao atma que somos, a alma individual. Pode parecer
uma conjectura, uma dissensão filosófica, mas nos resta um tipo de
fé cega, fé amolada, uma fé que demanda um misticismo, posto
países como a Índia e o Brasil que sejam irmanados por ela, em que
a Índia possa ser a pátria espiritual em uma religião assaz
importante em seu conteúdo de antepassados muito antigos, falando-se
de milhões de anos, na criação do Universo, na perspiração de
Vishnu e na aceitabilidade de semideuses como Indra e Brahma, este
o ser original do Universo Material.
Este que vos fala
subentende a importância individual da religião, sem a motivação
de criticar quaisquer outras religiões, pois a religião
fundamentalista que não aceita outras formas de crença vive nas
trevas da ignorância, algo simples e recorrente nos dias de hoje,
onde até mesmo politicamente certos parâmetros escriturais querem
impor aos demais sua influência, aceitando apenas uma escritura,
apenas uma vertente religiosa. A
título de curiosidade, o Srimad Baghavatam possui 19 Cantos, sendo
que até chegar na dança das Gopis, as vaqueirinhas celestiais,
necessitamos de ler mais de dez mil páginas de estudos, afora isso o
Mahabaratha, que possui milhares de versos. Destarte, o Caitanya
Charitamrta que é outra literatura transcendental. Afora tudo isso
temos por base o Bhagavad-Gita, a base do sistema que Krishna recebeu
das suas próprias palavras na Batalha de Kurukshetra. O Senhor
Caitanya Mahaprabhu nos ensina a cantar o mantra sagrado Hare
Krishna, como uma encarnação de Deus que veio a este mundo na era
medieval da Índia, presente
nas deidades que podem estar em vários lares, como Arca-Vigraha, ou
a encarnação da divindade representada nas deidades.
Não se
quer nesse propósito desmerecer qualquer religião, mas estar
consciente em Bhakti, o serviço a Deus sem merecimento e sem causa.
Isso é que nos traz a compreensão de que alguns homens de fé se
equivocam pensando que certa crença o levará a uma prosperidade
material, o que em tese nada significa. Por vezes Deus nos tira tudo o
que temos para que não sejamos arrogantes em termos de poder e
dinheiro, fazendo a nós mesmos o cumprimento do retorno sagrado na
humildade responsável com relação ao que se espera que seja a
verdadeira religião. Estar
na sacralidade não é fácil, posto a vida de um homem ou de uma
mulher que queira ou deseje estar no mundo atual é uma equação que
revela a matemática da devoção, a matemática do serviço
devocional. Esse “estar” no mundo atual pertence ao que tudo é
pertencido, ao nosso Senhor, Sri Krishna e todos os caminhos de todas
as religiões sérias, e não aquelas que foram criadas para engordar
os cofres ou do Poder, ou da Ignorância.
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