domingo, 8 de novembro de 2020

É O QUE HÁ

 

           Na vida não há de pretendermos alcançar alturas onde a megalomania subentende a ferocidade da selva material… No mais das vezes queremos ser vencedores e a tirania criada em nosso caráter pelo mundo que nos cerca falha no quesito da solidariedade. É o que temos pela frente: uma competição no seu íntimo desigual, injusta, marcada por vezes pela questão dos nascimentos, apenas isto. Mas quando alguém nasce com níveis de conforto e riqueza mais altos, é hora de se desapegar da matéria, é uma oportunidade de se voltar com mais firmeza a Krishna, a Suprema Personalidade de Deus! E onde está essa Personalidade? Está no paramatma de todas as entidades vivas, a face de Krishna em todos os corações, até mesmo em seres unicelulares, protozoários e em mais de 8 milhões de formas de vida. Presente como observador de nossos atos, como um amigo confidente que está nos fazendo companhia frente ao atma que somos, a alma individual. Pode parecer uma conjectura, uma dissensão filosófica, mas nos resta um tipo de fé cega, fé amolada, uma fé que demanda um misticismo, posto países como a Índia e o Brasil que sejam irmanados por ela, em que a Índia possa ser a pátria espiritual em uma religião assaz importante em seu conteúdo de antepassados muito antigos, falando-se de milhões de anos, na criação do Universo, na perspiração de Vishnu e na aceitabilidade de semideuses como Indra e Brahma, este o ser original do Universo Material.
           Este que vos fala subentende a importância individual da religião, sem a motivação de criticar quaisquer outras religiões, pois a religião fundamentalista que não aceita outras formas de crença vive nas trevas da ignorância, algo simples e recorrente nos dias de hoje, onde até mesmo politicamente certos parâmetros escriturais querem impor aos demais sua influência, aceitando apenas uma escritura, apenas uma vertente religiosa.
A título de curiosidade, o Srimad Baghavatam possui 19 Cantos, sendo que até chegar na dança das Gopis, as vaqueirinhas celestiais, necessitamos de ler mais de dez mil páginas de estudos, afora isso o Mahabaratha, que possui milhares de versos. Destarte, o Caitanya Charitamrta que é outra literatura transcendental. Afora tudo isso temos por base o Bhagavad-Gita, a base do sistema que Krishna recebeu das suas próprias palavras na Batalha de Kurukshetra. O Senhor Caitanya Mahaprabhu nos ensina a cantar o mantra sagrado Hare Krishna, como uma encarnação de Deus que veio a este mundo na era medieval da Índia, presente nas deidades que podem estar em vários lares, como Arca-Vigraha, ou a encarnação da divindade representada nas deidades.
         Não se quer nesse propósito desmerecer qualquer religião, mas estar consciente em Bhakti, o serviço a Deus sem merecimento e sem causa. Isso é que nos traz a compreensão de que alguns homens de fé se equivocam pensando que certa crença o levará a uma prosperidade material, o que em tese nada significa. Por vezes Deus nos tira tudo o que temos para que não sejamos arrogantes em termos de poder e dinheiro, fazendo a nós mesmos o cumprimento do retorno sagrado na humildade responsável com relação ao que se espera que seja a verdadeira religião.
Estar na sacralidade não é fácil, posto a vida de um homem ou de uma mulher que queira ou deseje estar no mundo atual é uma equação que revela a matemática da devoção, a matemática do serviço devocional. Esse “estar” no mundo atual pertence ao que tudo é pertencido, ao nosso Senhor, Sri Krishna e todos os caminhos de todas as religiões sérias, e não aquelas que foram criadas para engordar os cofres ou do Poder, ou da Ignorância.


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