Podemos
iniciar uma abordagem começando pela fama. Uma abordagem
intelectual, pois na democracia decente possui a razão quando não
engana, não faz silogismos, parte à concretude da verdade…
Aqueles que aparecem muito nas notícias, meio que tendem a suportar
o véu, um tipo de manto ou bolha que os envolve, e o incisivo imputa
a culpa, o réu descarta-se muitas vezes que é – ou seja –
inocente. É uma alvorada de estranhos best-sellers. De segundo a
segundo torna-se viral um simples jogo de marketing, enquanto
notícias de peso já começam a ser alcunhadas de fake news. O
impróprio seja de onde? Qual o canal noticioso em que podemos
confiar? Quais serão nações de boa fama, de boas referências?
Aonde e de que modo a reforma do trabalho recente nos capacita a
explorar cada vez mais uma gente, no próprio caminho de que a nossa
consciência se mantenha limpa como um cristal? Teremos que nos
apegar novamente a Carlos Marx, pois as coisas estão se aproximando
de algo parecido com a antiga revolução industrial, com todos os
reveses de uma época em que teríamos que desenvolver muito a
consciência para capacitar o operário de seu encontro consigo,
saber como atuam os que exploram, revisitar revoluções que
eclodiram a favor de seu povo, não por consignação de poderes, mas
o que leva de fato o levante popular a emergir necessariamente das
lesões criadas pelo capitalismo moderno e este nosso – que não
foge à regra – contemporâneo. A questão é a fama, ou seja,
alcunhemos a fama com luzes, não como o termo anglo “notorious”,
notório que significa alguém com má fama. Não excludentemente,
posto sejamos algo com má fama a se xerografar o mal que se tornou o
nosso país em sua capa de uma justiça que já mostra sinais
evidentes, em suas instâncias, de uma parcialidade em que até mesmo
países alinhados com o império já veem com maus olhos o que
acontece ou entra em processo de desfecho no nosso Brasil. Se houver
capacidade de alcançar olhares mais atentos, de perfis máximos de
resistência ao Golpe de 2014, passamos a nos utilizar até mesmo da Dialética da Natureza, de Engels, para compreender certos processos
históricos: o livro inacabado de Marx. Leiamos, pois, a quem seja
dada a oportunidade, pois de fama já estamos meio pelo gogó, e
dessa parte não precisamos, pois teremos agora a única oportunidade
de rechaçar a mesma fama de colunas de areia. Deixemos os porcos
chafurdarem na lama de suas invectivas, pois não é possível
conviver com os óbices de retração mental a que alguns “luminares”
querem nos reduzir, não podemos ser tontos a esse ponto. Não
estamos propondo em nós mesmos dividir gentes de gentes, mas do
legal, do distributivo, do processo lógico de progressos a que nos
atinemos mais, e a construção de um socialismo não pode esperar
tanto por nadarmos sobre o regresso.
Chegamos
à conclusão de que podemos contar com ferramentas – literalmente
– que nos concedem a parte que nos cabe ao trabalho, em princípio,
e livros e suas necessidades distributivas que nos compartam maiores
conhecimentos. Obviamente, os portadores de enfermidades psíquicas
muitas vezes são vítimas de um sistema anacrônico enquanto humano,
e merecem atenção e eterna veia de recuperação, vulneráveis que
são quando já dependentes irreversíveis da farmacopeia e suas
drogas psiquiátricas. A revolução também começa por essa gente,
seus familiares, e em um etc somemos a necessidade, quando de ideias
propagadoras, de um crescimento que nos habilite, pois vale muito
mais o conhecimento do que vem a ser o mercado e como ele funciona,
do que apenas nos apegarmos no pensamento de filósofos e autores
mais antigos. Chega um tempo em que muitos devem se desapegar de
rótulos, de atuação baseada em arquétipos, dos possíveis mitos
do herói, bastando ver e sentir para isso que quem já possui mais
de cinquenta anos de idade já sente a coluna meio bamba, as pernas
cansarem por marchas que aos trinta seriam bem mais “confortáveis”.
A
proposição meio quieta não é bem um revisionismo, mas
propriamente uma revisão: vermos onde se errou e não apostar as
fichas em um tipo de blefe do fracasso. A luta não continuou
enquanto Governo, a luta termina com o Poder, aquela depende deste
para existir a que nos parece, mas não queiram espelhar frases
cotidianas com um espécie de diário, pois a vida é longa para quem
não tem nada a esconder, mas o plano das ideias flambado com o
conhaque do conhecimento! Um pensamento pontuado pela verdade acaba
desconcertando a muitos, mas a muitos não desconcerta uma contenção
de um, o fracasso de uma posição, pois a priori dois por vezes não
são iguais ou superiores a um, nem trinta, por vezes, nem cinquenta.
Quem carrega o archote de conhecimento no fundo porta a fama da luz,
a empunha com vigor… Há moscardos variados que se atraem por
aquela, e resta a nós respeitar incluso o calor procurado por esses
insetos que, irremediavelmente, em uma paródia da dialética
natural, quem sabe não serão esses insetos que orientam os caminhos
que seguimos lá de trás, para que os primeiros não se encontrem
com veredas de espinhos.
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