Um
encontro com a fauna aquática… Nada melhor, na multifária
apresentação dos peixes, como seres que encontramos no éter de
nossas suposições. Quem dera não fôssemos analíticos a esse
ponto, mas das profundezas abissais encontraremos as trevas que
inspirem as criaturas mais blindadas, de carapaças duras, dentes
afiados, olhos múltiplos, e outras conveniências que não
conhecemos, pois navegar em águas profundas a nem tudo se é capaz,
pois mais dificultoso por vezes do que singrar o espaço, na busca de
vida em planetas outros ou outras decepções tecnológicas
similares.
Mas
que peixes temos, talvez grandes japas pescando cardumes e ovas em um
sul qualquer, subtraindo seres que pungentemente faziam parte dos
arrastões artesanais locais, ou outros peixes grandes ou imensos,
jactando da justa em ricas guelras ornadas com o falsete da farsa.
Milhares e milhões de peixes outros são enganados pelas iscas de
uma bela âncora de jade, perdida em um programa e no entanto
alicerçada por um outro programa que ajuda a alienar verdades…
Melhor seríamos peixes leitores, de algo que não se tem de moda,
mas que pega um pegar denso, se perscrutarmos melhor, conforme a área
do assunto. Peixes que se atraem por peixes fêmeas de óculos
espelhados, como em um filme onde o assunto seja interpretar, e que o
teatro de vanguarda deixa para trás os sonhos de lambaris
inteligentes, pois não há a menor possibilidade que se cresça sem
o imenso cetáceo chamado fundo de capital. Não, pois o destino é
cair na rede, ser mais um engolindo engodo, ferrado com a perspectiva
de não ser mais um peixe lunático, talvez até um grande tubarão
marxista, se é que a doutrina era do tempo em que não havia muitos
barcos piratas. Mas não, de peixes sociais estamos plenos, plenos
das concessões e de peixes que muito se nos dizem no pouco do não
falar, com seus olhos nas órbitas nos olhando fora do mar, depois de
terem sido capturados pelo arpão dos poderes que se constituem em um
tipo de lagoa introspectiva, como uma paraná, ou melhor, um paranoá.
Peixes que estão paranoicos, pois não podem mais vagar por corais
destituídos de suas estruturas, onde não há espaço nem entre os
bem intencionados viver sem a pecha do estigma, na sua afluência
vertical por pedras e corredeiras onde as trutas seriam mais felizes
se os rios fossem os mesmos.
Fala-se
incluso de jacarés que se alimentam de peixes de várzea, dos
pântanos poluídos e repletos daqueles, mas os peixes que estavam se
acumulando na arca de Noé se esqueceram de que fora do barco – no
dilúvio – obviamente estariam mais seguros, e foram apenas estes
que sobraram, depois da substituição da arca para espécimes mais
caimescos… Ah, os peixes que idolatram aqueles que foram
fisgados pelos substitutos do contexto, peixes que soçobram na
plêiade que navega nas sombras, os peixes tais que não seríamos os
mesmos se não soubéssemos que há os pescadores que se revelam
humanos, libertando-os do jugo da captura, mesmo que todos os
cardumes mais cônscios reclamem a igualdade da pesca. Em uma
realidade não diversa, os peixes imensos não possuem ameaças à
altura, posto não serem capturados de antemão na jornada incauta
dos que não processam por processar, mas apenas para cumprir as
metas das enxurradas à pesca!
Obviamente,
quando se reparam nas presas dos tubarões, peixes que
crescem a cada dia, teremos a anuência da mesma medida, de martelos
ou tigres, de orcas ou golfinhos. E sem falar nos peixes que não
acertam as ondas, que nas quimeras do tempo urgem por colher
resultados, e nas malhas da imensa tarrafa acabam por consolidar o
estrago geral no equilíbrio vulgo dos peixes mundias.
Mas
que peixes são esses tão cantados, que peixes se engaiolam para
atrair outros, quem pesca com oxigênio os que estão intocados, qual
o inseticídio que extermina um vale com todos os peixes mortos no
raio de uma imensa região. O ferro e o cobre são imensas redes, e o
vale tudo do caviar japonês, do sashimi de salmão, dos peixes que
queríamos, das tainhas que eram dos açores, dos ribeirinhos que não
sabem mais alimentar os homens, e as canoas que se perdem no
ostracismo dos plásticos e do óleo nas margens de mares históricos!
Peixes que sejam peixes, assim prediz um oceano, que mais de peixe
haver pode, pois não haverá produção de peixes dentro do aspecto
atual da predação. E aquilo que queremos de um peixe mais feliz no
futuro, pode ser quando chove um balde em cima de uma macaxeira, no
sertão de todos, no sertão que somos bichos, enquanto plantamos,
enquanto vivemos sabendo de algo mais do que apenas a âncora anunciando linda com seus dentes de pérolas falsas.
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