segunda-feira, 3 de outubro de 2016

DIAS DE REFULGÊNCIA

            Dias nublados algo sem as soluções previstas, em que as enfermidades ponteiam no quilate das vésperas de um voto, que seja. Um domingo. Este que nos espere, silencioso, como tantas são as escumas do tempo... Em uma verdade que cresce apesar de ocultar o limbo de atravessadores de outro tempo. Os nossos enigmas, as nossas questões mais íntimas, quiçá os erros de outros tempos, a que não nos neguem o que não queremos mais repetir, pois o mundo em si é conturbado na sua própria soleira, de suas próprias portas. As que não postamos na realidade dos fatos talvez residam em uma carta de papel, algo mais palpável do que o significado último da sílica. Outro talvez, este agora que residamos na pátria de sensaborias, num saber de outono, ou em um viver de inverno, algo que torna o coração túrgido quanto ao insuflar as veias, mesmo que estas se ressintam de uma poesia de reflexos na sua semântica. Repetindo a veia que nos cobre de tesouros em uma verdade de cristais, uma refulgência de brilhos quais não sejam muito humanos, pois a espécie peca em demasia, por vezes...
            Mais do que muito que queiramos, uma literatura clássica sem nomes alternados por critérios seja mais aquilo que podemos e que por suposição inequívoca é boa leitura. Pois que os clássicos nos revelam eras anteriores, civilizações, a erudição de fluxo optativo, no que queremos não por imposição sistêmica, mas por um lazer grandioso. Os livros, mais do que um conforto espiritual, são obras que levam a possuirmos a leitura não apenas das palavras, mas de ideias, fatos e história, nos levam a possuir a habilidade de nos situarmos no mundo, a tecermos análises críticas em relação às nossas próprias referências, e são condição inequívoca para a educação como um todo, pesquisas, e muitas outras aplicações que vão desde a cultura popular, a um aprendizado técnico ou o aprofundamento da ciência, e isso é uma redundância, mas devemos sempre colocar essas questões à tona.
            Sobre as necessidades intrínsecas de nos situarmos enquanto agentes do processo do conhecimento das civilizações, há que se revelar o quanto é importante para um homem ou uma mulher, criança ou adolescente, idoso ou jovem, a compreensão da história e uma investigação sincera sobre muitos personagens omitidos ou falseados por uma educação baseada na parcialidade em ideário factual. Por essa razão claramente se percebe que uma produção cultural por vezes remonta nesse teor de parcialidade em que a memória de um povo e seu patrimônio vai esmorecendo com o tempo. Este é um fato que deve ser explanado em seus diversos significantes no que não diste algo de remontar outras versões da história ou construir conhecimentos geográficos que não venham de encontro com a sinceridade e verdade em ensinar.

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