domingo, 1 de janeiro de 2023

UM NOVO ANO…

 


          Que se diga: ano novo, mesmo com roupas antigas, antigos versos, lembranças muitas vezes um pouco amargas deste que foi um 22 de desditas, dificuldades, mudanças e sedimentos… Que os amores se encontrem nas por vezes fímbrias do consentimento, pois apenas saberemos de algo maior do que o mundo quando compreendermos os espaços de nossas possibilidades! Estas lacunas em que nos encontramos com pessoas sensatas, gente que pense no progresso não apenas em seus níveis de vida, mas igualmente na sociedade como um todo, na sua substância, no seu entendimento, na compreensão e solidariedade entre seus pares… Que se diga algo para acrescentar, pois as forças de um teclado não devem arcar com os teores das sementes do mundo. Na verdade, é ousado afirmar que há do vário que desconhecemos, pois, a apontar sinalizações estranhas, os anos se sucedem com uma parafernália de novos mitos de fantasia.
          Talvez seja para trazer de volta o país a seu prumo, ou mesmo provavelmente endireitar o leme que vemos hoje a posse de nosso Presidente. Uma navegação complexa, posto sermos tantos e mais tantos, que nada passa a ser palavra talvez um pouco anódina. Pois sim, é com profundo sentimento patriota e orgulho generoso que vi a cerimônia de posse do chefe do Executivo Brasileiro.
 Impressionante esse orgulho, do povo brasileiro ter participado nesse saudável embate que significa a democracia e todas as suas variantes, espelhado em um cidadão como eu, que nada faz além de ser mais um homem que luta por uma sociedade com mais direitos humanos e igualdade perante um Estado maravilhoso de Direito, como é e sempre será o nosso país. As letras se revestem de uma esperança consagradora, em que o alívio traz o sentir-se todo um cansaço que parece secular, apesar de ventura em cada pedra do caminho, de cada pétala não pronunciada em longo inverno, deste que recorremos em cada lembrança das madrugadas, em cada batente de porta, cada nicho de qualquer arquitetura, enfim, em cada campanha rumo a cada vitória, por vezes ínfima, escrita por nossos gestos… Viemos por lados por vezes inexistentes, caminhamos com dificuldades inerentes a certas tempestades, respiramos de ares difíceis, enfrentamos dores secretas, perdemos jogos e batalhas previsíveis ou não. No entanto, esperemos que os avanços sejam maiores que os recuos, e a educação se faça presente – com boa competência administrativa – e o povo aprenda por si, a partir de suas próprias veredas.
           Quem seria eu ou o vizinho ao lado de um andar, o homem que vende legumes na feira, a mulher que tece a renda, a criança em sua expectativa em pegar o barco rumo à escola, um pai, uma mãe, uma igualdade a mais, um taciturno gesto de despedida da manhã, um beijo perdido por entre as gentes, uma máquina gigantesca que somos aos olhos da Natureza, quem sabe o Criador, que guarnece a beleza aos olhos do fiel e disposto sacerdote. Assim será sempre depois de vista a vida, companheiros de estrada, nos deixaremos levar sempre a melhores termos, justo, que nos aproximemos de quem sofre por injustiças, por preconceitos, por outros julgarem-se melhores do que o ato generoso de quem soma, agrega, contribui, esse músculo cardíaco de uma grande aura individual e coletiva que pulsa sobre todo o ritmo em se encontrar um ânimo maior para que todos melhoremos: este é o desejo. Obrigado, Presidente Lula, por mais uma grande vitória, e que Deus lhe oriente para que faça não apenas um governo para o futuro, mas para a humanidade, pois de futuro o nosso espírito está deveras assoberbado, aos olhos da máquina esta, não aquela do Criador, mas dos humanos, que por vezes esquece de azeitar as suas válvulas, permitindo erros imperdoavelmente cruentos e exatos, na questão meramente competitiva de ordem mercadológica, pois há que se revisar certos conceitos e puxar o freio da devastação, para que não mapeemos nossa mãe Gaya em prol de lucros ditos sustentáveis...

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