sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

PERDER UM AMIGO QUE JAMAIS TEVE

 

Posto que percas, não, que não perdestes um troféu de carmim
Daqueles em que nas tuas noites de vampira deixas tatuado no tótem
Qual deflagrada obsessão tardia pelo membro de tuas invectivas,
Quando enumeras dentro daquele poder que lhe incutiram, cara nada
Do que fosse quase o significado de querer crer obter uma impossibilidade
No ser que jamais conhecerá, nem seu sêmen será vertido no piche de suas pernas…

Sei que as palavras são duras, mas há mulheres que as palavras só obtém significado
Quando inseridas, qual pênis ereto dentro de um bolo fecal
A razão lógica que jamais serás capaz de inferir, posto tenha inferido de um homem
As profundezas do inferno que agora ele lhe revela sob a jurisdição inclemente de teus atos.

Saibas que o afeto da ternura de uma rosa não encontra o similar na tua face de lixo
Quando agora terás de tomar um bom banho depois daquela felação a ti permitida
Na vez consequente em que obedecestes a uma tirania, tornando-se a própria veia
Que, mal sabendo, saberás de vidas ceifadas entre as pernas que não te permites sequer
Pronunciar naquele gozo exotérico onde quiçá talvez tenha lhe prometido o tantrismo…

Saibas que o fetiche das teias de um homem aranha possui, qual naquele do gibi
A ciência de que o desenhista que o criou foi buscar em teu quintal
As sobras do que jamais fostes, e todos os que te envolvem dentro daquela certeza
Que ao poeta não pertence, pois não terias a chance alguma sequer de dar um beijo
Em uma boca que sequer imaginou ser possível estar do lado de um demônio tão sujo.

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