terça-feira, 3 de agosto de 2021

TELECINE

 

No tanto de sermos coadjuvantes de um espetáculo funesto
De tantos e tantos filmes de segunda e de terceira
Aparecemos gastos pelos tempos da megaexposição
Que resguarda em si a audiência mas não perfaz qualidade.

Batemos sempre na mesma tecla de um fora ou de um dentro
Que na verdade o vocabulário da cultura empobrece
Não no sentido de classe social, mas na demanda de dizermos
Algo que vá além de uma mesmice nem tão merecedora…

Os signos acabam sendo sempre os mesmos, e o que antes
Se chamava companheirismo, hoje é fábula rasa
De evitarmos sequer a expressão que seja correta!

De expressões equivocadas a humanidade se exaure
Na tentativa de ensinar os mestres que se jactam
De saberem verdades que quase nunca se enunciaram
Sem o contraponto ou o benefício da dúvida.

Investigando os paramentos do descaso
Descobrimos por fim pistas de acesso
Ao meio desalentado motivo
Ou ao parâmetro que elucida os rancores!

É rápida a consonância com a lógica
De que dois mais um será sempre três:
Um na frente e dois na retaguarda…

Dessas táticas em se viver melhor, centrado
Em um foco peremptório onde o melhor
Não é apenas um medalhista olímpico
Mas aquele que – apesar das vicissitudes da vida –
Consegue emparelhar os cavalos
Na similitude pétrea da cavalaria.

Resta ainda um sinal que aponta para o cais
Que verta o possível dentro de um andamento
Qual pêndulo no movimento de andar o relógio:
Essa máquina que não substitui o tempo.

O que não é fator de risco que se anuncie
Dentro da ingerência daquilo que se deseje
E que seja bom em todos os sentidos
Seja para aqueles que são inimigos
Ou, principalmente, que se tornam amigos…

A Verdade jamais será relativa e, se antes,
Um cidadão público enlevou alianças
E, hoje, parte ao infinito do engajamento
Resta saber se isso é mancomunado com seus ardis.


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