quinta-feira, 19 de agosto de 2021

OS PÍNCAROS DA BRUTALIDADE

 

Melhor de se fazer é o não fazer
Quando se exclui o excluído
E passa-se a nomeá-lo louco.

Dos poderes investidos muitos são normais
Na sua alfombra de mato, no seu cerne
De quase instrução, na sua certeza
De que a família possa ter uma maçã podre.

Aí se passa como uma vendetta, uma antemão
De um processo ardiloso, de um redil
Marcado para depois, das palavras ofensoras
E de todo o contexto da máxima preconceituosa.

Segue-se a tristeza de não se saber como
Perfilar coerência com hipocrisia
Nos tempos em que esperamos mais
Do que aqueles em que estamos menos.

A loucura e os surtos passam a serem reais
Não naqueles que se tratam, tomando medicamentos,
Mas nos ditos “normais” em que levam suas vidas
Em ciclotímicos viveres do alto e do baixo.

Se não houver compreensão de uma palavra
Não haverá compreensão de nenhum pensamento
Que possa existir sem a perseguição
Daqueles que portam vulnerabilidade ou fraquezas.

Adiante levamos a termo a justiça dos justos
Quando empunhamos a bandeira dos oprimidos
Quando levantamos o moral dos guerreiros
Que enfrentam dificuldade de adaptação ou similar.

Que se tente a brutalidade, que esta encontre uma família
Onde passem as propostas do orgulho falso,
Uma quimera do bem material como escopo
E a inveja a um que bem ou mal se porta bem.

Esse modo bruto, na base o ódio, é que faz fronteira
A uma questão dissolutiva, é o que destrói o mundo
E solapa pequenos bairros, desmonta estruturas antigas
E desfaz o carinho que deve existir entre irmãos.

À parte disso revelamos um metal de primeira grandeza
Quando reiteramos o bom proceder, quando o estigma
De algum homem ou mulher remonte uma vanguarda
Onde o tanto do querer não seja o mesmo do amar.


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