terça-feira, 24 de agosto de 2021

A MAIS DO QUE POSSA PARECER

 

Matos de mucosas renitentes
A se propor as frentes inóspitas
Quando dizemos quase o suficiente
Na alcova dos enjeitados, assim preza
O trato com a enfermidade mental
Em que tudo se parece com o nada
Quando tememos não ter boa medicina!

A mais se não possa, a ver que pareça
Um tanto de noites mal dormidas
No afã de escrever nos dias vincendos
Às noites do que possa crer em virtudes…

A se passar uma poesia que se passe
O tanto que se reconheça, o mote
De quase naufragar em nave furiosa
Com os tempos todos da costa
Em que estamos por escrutinar ventos.

Passemos por outras veredas e lutemos
Por algo que não subentenda mentiras
Posto que devemos ancorar na Verdade
Tudo aquilo que nos alcance na boa navegação.

De barcos a mais barcos subentendemos
A prospecção do mesmo mar
Que encontramos em uma baía
Com a frente do mar aberto em uma pequena passagem.

Revela-se o ocaso do destino, o platô de um sonho
Que encontramos alçados na primavera curta
Como breve é o tempo que abraçamos
Nas fugazes parafernálias de nossa situação.

De luzes se compreende a vanguarda
Que remete ao codinome da esperança
Que significa espera, o não desesperar
No que destempera os signos da vitória!

Essa mesma vitória que faz parte do vincendo
Que reitera o mesmo tempo da mansidão
E da paciência de um bom cristão
No remelexo algo triste da incompreensão…

A vida pede passagens e conclui brevidades
Que alternam com longos e médios prazos
Na esfera das atitudes, na distância em que se ensine
A um mendicante poeta que possa se tornar um poeta mendicante!

Dos farnéis que deixamos acobertados na esfera da vida
Relembremos épocas ou eras de assoberbados negócios
Em que uma indústria tipográfica no século XIX
Relembra igualmente um período que pertença à arte.

Dessa arte das letras, construída com caixilhos
E tipos de metal, até chegarmos à poesia de Cervantes
Ou de outras paragens de Dante este, na odisseia do purgatório
E, mais à frente de Neruda em suas questões quase surreais
Nas cores do ferro e do cobre, nas matas e nas folhas
Luzidias da selva, qual patrimônio atualizado
Na verve do que esperemos seja sempre refulgente, e o é!

No de se tanger sombras, os fantasmas aparecem nas formas
Que temos por educar, espíritos famélicos de lutas
E homens encarnados pela dimensão da matéria
Em que não sobra muito espaço nessa direção
Ao ponto de derivarmos a Deus nossas opções.

Não existe nenhum ser humano ou semideus perfeito,
Posto até Shiva ter caído na luxúria por Mohini Murti
Quando tentou alcançá-la nos lugares da Terra
Tendo por surpresa seu sêmen ter-se transformado
Em minas de prata por onde passou, apaixonado!

Por mais que se tente, só Krsna é o Todo Sublime
Nesse tentar encontrar um ser perfeito,
Naquilo de ser Mohini a própria encarnação mulher
Do Ser Todo Atrativo, com todas as sublimes qualidades
Em que, saibamos, esse ser que é tudo sabe de tudo e de todos…

Em nossa parecença por vezes do sem nexo,
Nosso Deus permanece grandioso,
Sabe de tudo e de todos,
Posto como um pássaro
Dentro de nosso peito acompanhando nosso atma: outro pássaro.


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