segunda-feira, 2 de agosto de 2021

LÁTEGOS DE EUFORIA

Pingos sem sorte avançam sobre a tempestade de dois mundos:
Um, eufórico, capaz, renitente, produtivo.

Outro, desforme, inválido e inconsequente, fanático e dependente
De esferas tais que o mundo quase passa a ser planificado…

Outros mundos quiçá versem, quiçá se apresentem como sustentáculo
De um quase senso comum do que não é, do que apresentamos
Em uma esteira de vaidades com a conformidade do que pensamos
Ser exato, de uma precisão milimétrica, científico e executor.

Outros mundos surgem, de terceira escol, de primeira escolha!

Surgem paradigmas sem preconceitos neonatais, sem o vórtice
Em que a devoção demandaria mais cuidados, em que a palavra
Não fosse vertida tão gratuitamente em nome de Deus.

E que a remissão de nossos pecadilhos não fosse infame

Como se na próxima tarde do outro dia estivéssemos ausentes
Daquele frio que atravessa os ossos do indigente
Para quem não olhamos a não ser com o esgar do desprezo.

Estes são grandes pecados, evitar conversar abertamente
Com aqueles que são considerados párias por não ter ocupação
Ou ser de raça diferente, se considerarmos que na ignorância esclarecida
Ainda se busquem conceitos relativos a esses erros antropológicos…

No que se tanja a um circunflexo proceder, o amigo do amigo
Pode estar vinculado a espécies de armadilhas
Onde os melhores e maiores ursos
Sentem a ferroada do metal em suas patas!

Na escolha dos inocentes não há maiores escolhas
Do que aquelas de arapucas montadas
De onde os maiores pássaros atravessam montanhas
Para serem enredados em planícies vultosas.

Passa-se o tempo equinocial de nos vincularmos
Com a sobriedade dos nobres de espírito
Quando aclamemos que nas noites de inverno
Um sobretudo pode ser questão de vida ou morte.

Não se toca o paramento de um sufragista universal
Quando soubermos que o voto do celibato
Não deixa de ser uma roupa que, clássica,
Vestimos sem a pecha de não sermos idôneos.

A quem vestisse o paramento pétreo de que uma tumba
Encerrasse o véu da poesia, escarnecemos dessa proposta
Pois o poetar-se aclara mais e mais com a luz da vida…!


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