quarta-feira, 12 de maio de 2021

DUO E FLEXÍVEL

 

Duplo e veraz é o cantar das paredes flexíveis
No ruminar das vozes, no canto primeiro de um vate
Ou em uma profecia de um livro antigo que rege
A canção suficiente para um momento,
O ferro que verga,
O esperar silencioso,
A matéria incomposta,
O estofo de um alambrado
E, seguindo na mesma ordem:
A previsão simples de um predicado!

No montante de ossos multifários
Vem certo ressarcimento dos danos
A pontuar esqueceres distantes
Daquilo que se nos espera no diletantismo…

Esquecemos secretamente dos nossos lados
Enquanto exercemos uma patifaria normal
Na vértebra causal dos inocentes de alma
Quando o que se segue é uma música afônica!

Do se rogar que compreendamos a língua pétrea
De nações em frangalhos, esfrangalhando a bússola
Que não nos leve compulsoriamente ao Norte
Quando de si para vós esperemos a noite chegar.

O dito pelo não dito, a história que não se apedreja,
O fato quase consumado, o monstro do lago,
As vertentes silenciosas do rumo,
O pátrio verso da alcova
Que diz que se remonta
Na estirpe caudalosa da inocência
Quando o que se quer não é propriamente ganhar…

Mostra-se o anúncio na soberba de sua vez e voz
Propriamente disseminando a filosofia do sexo
Quando o que se quer seja ao menos o gesto
Primoroso da continuidade sábia da sutileza!

E seguem os promontórios das virtudes
Anunciadas por quem possui seus quantos
Da maravilhosa redenção do seu multiplicar-se
A saber, que nunca se ganha o suficiente
Quando o que se quer é ao menos participar do jogo.

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