quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

O SUPOSTO NAVEGAR INUMERÁVEL


Se a navegação fosse fácil não necessitaria da experiência da própria embarcação
Que nubla de chuvas seus tempos, que resguarda a tripulação, esta sábia
Em manejar seus motores e objetos, seus instrumentos e o leme, tão contumaz
Quanto sabermos que de sair para a terra firme o capitão tem que voltar ileso
E capaz, sem temores, de ligar seus motores para a proa em si, de si e para si
Do que não se diste de diálogos muito internos, pois tal é a função de um capitão.

Das fragatas se saibam pouco, posto inumeráveis dentro de um manancial
Dos recursos de cada um, e que cada casa navegue a seu bel prazer
Sem ausentar a disciplina de se manter fechada quando quase das horas
Perenes em si, dialogando com os flancos para uma segurança concreta!

Nada a ver com a incompatibilidade de alguma ideia, posto uma bicicleta
Possa ser um marinheiro nadando sobre a superfície do asfalto, em busca
De seu feijão, no comerciar de seu arroz, que se tenha a carne para alguns
E que, culturalmente, possa utilizar do celular como um rádio de antanho…

A maravilha de Fernando Pessoa é a poesia que deixamos a navegar em Portugal,
Os tantos da arte, um nanquim de um mapa marítimo e sua penas, um traço
Que indique o rumo, o visitar a outra embarcação para vermos seu aço no prumo!

Esquadrinhar fronteiras marítimas, exercer o crédulo ofício de uma religião
Que possa ser, pois, de um mantra sagrado, onde Vishnu está no meio do oceano,
Mas inacessível na Terra que, no entanto, abraça uma era de seis mil anos
Que Chaitanya promete ainda podermos torná-la a Era dourada de luzes!

Quando soubermos que navegar é bom empunhados com nossos lemes pessoais,
A vida vira desafiante, pois em cada jardim, em cada páteo molhado de nossa água
Pode ocultar um convés aberto a outros pequenos barcos no encontro sereno
Do que diste agora daquilo que supomos sermos mais do que apenas singradores.

Estaremos por singrar igualmente nas palavras, estaremos por reler outras cartas
De navegações mui antigas, na evidência da não proposital vida inquisitiva
Que não versa enquanto limitante, pois o Oceano se traduz em nossas longitudes
Do leste a oeste, em nossa latitude do sul ao norte, e que nossos estibordos
Tragam as presenças que da proa se movem a bombordo, compensando faltas!

De uma forma qualquer mesmo o rebojo do Cabo das Tormentas que possua
Vários lados, um bom navegador espera a série de ondas sérias para atravessar
Um pacífico modo de encerrar em seus instrumentos a referência pronta e segura.

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