quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

A DOR DE NÃO SERMOS


Quem dera fôssemos algo, um patibular esconderijo, o non sense do nada,
O querer ser sem saber exatamente em que ou quem criar a crença,
As certezas vazias do ensaio de uma opereta, a veia que surge em maio
Depois do abril quase funesto por sua comemoração, no que não rende
E não alivia o troco, daquilo que porventura criamos par não existir
Onde nos remeta a vida na proposta única de uma clausura quase ingrata!

Não, porque saibamos, a noite permanece em sua vigília, o dia surge
Como um troféu movimentado de alcaçuz, uma pimenta esquecida no armário,
Um véu de toucas remanescentes de uma Etiópia livre, o Congo democrata,
Um Brasil quase republicano, a ver que de nações não conhecemos quando
Permanecemos sob o mito de fronteiras, e o que une não seria a desunião
Mas o tempo em que permanecemos jovens por um tempo longo, onde o velho
Ressurge quase adolescente, onde os anos que passam não passam tanto assim
Nas notícias quase boas, em que permaneçamos ouvintes de um vírus coronário!

Seria bom, seria ótimo, aliás, se mantivéssemos uma quase calma e controle
Do que não seja ausente, da prata dos dias encerrados, de um vintém esquecido
Em uma mão que pede e que pernoita pedindo, nas casas acordadas, nos bares
Onde se enxuga as testas das feridas com o álcool permitido dentro do descalabro
Que retorna uma equação tão primeira que os resultados se permitam ao depositar.

Daquilo que se não pede, de um simples gesto de dar-se, a mais do que se perceba
Tentamos equacionar novas frentes, e ao simples dado de uma pesquisa, muitos
Igualmente percebem informações alheias, no conforto algo dissonante
De não se precaver quando emerge no diálogo circunspecto a própria informação!

Assim de se dizer, de tantos e tantos tentares, de tenazes como crucifixos de pedra,
Assim quando não se saiba, relamos as páginas que esquecemos dentro da algibeira
Para remontar outros sacrifícios pétreos, de como quem carrega sua cruz
Na penitência evidente da felicidade em se prestar serviços ao Redentor…

Sintamos uma aragem nos nossos argumentos, depositemos uma flor em um segredo,
Silenciemos o dizer sem palavras, aquilo que já se soube e não nos venha a soletrar
Nas letras perdidas em seus significantes, pois a urgência da libertação vem no caudal
De tentativas de fazer soçobrar a verdade, a única, posto Verdade, com capitular
No V de cinco, no Romano que vem a dizer que o Império deixe de pensar
Que o dez do X encabeça um século que era mui antigo, antes de tudo o mais
Quando se junta mais o X, dando XX, que é um número satisfatório, mas que não serve
Tanto de se prestar que fosse a antinomia de que o primeiro do XXI seja o século de luzes…

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