sábado, 28 de abril de 2018

REFERÊNCIAS E CONEXÕES

            Dista muito da real transparência como seres coletivizados estarmos conexos. Talvez saibamos, talvez sejamos menos do que o número que aguardamos, ou o rol listado de itens e ícones que perfazem o funcionamento do homem enquanto máquina. Melhor dizendo, a parte da máquina funcional com relação às máquinas computacionais. Não deixamos de ser meramente requisitos do “outro”, referência este que responde de modo subjetivo, apesar da lógica que pensamos existir, mas se nos referenciarmos logicamente a sermos frutos de requisitos, estaremos recebendo um feed back dentro de algum grupamento, onde o coletivo dentro das ruas acaba por não existir, pois pisaremos a Via Ápia sem percebermos sequer uma pedra onde estamos pisando, e nem que tipo de império está consolidado nas durezas dos materiais.
            A indústria necessária passa ao largo, com operários operando verdadeiros engenhos, dentro de novas ou antigas tecnologias, criando grupos mais reais e humanos, mais coesos e com capacidade crítica com relação a seus materiais, peças e etc, muito mais ampla do que a nova modalidade de trabalho, este na esfera digital. Justamente no lugar certo erguendo um prédio ou fabricando um caminhão, varrendo e limpando a cidade, ou atendendo no balcão de uma empresa que favoreça o cidadão. Passa a valorizar o serviço como algo mais concreto: nas ruas, nos transportes, nos pátios industriais – com a questão das reivindicações – e no contato diário da urbe. Isso reza por um não distanciamento e solidariedade para aqueles que emprestam sua força de trabalho em benefício das cidades.
            Justo ser a hora de imprimirmos a história de nossas sociedades variadas trançando as gerações, em um intercâmbio onde ponteie o entendimento e o respeito, haja vista que o nosso problema muitas vezes é confundido com o novo e o velho, sendo o velho representado por mais história, enquanto o novo parte de um processo pontual não histórico, fruto infelizmente de uma geração tele guiada, se formos imaginar como os conselhos funcionam se soubermos mais da história, e como se divide esse conhecimento com relação a antigos ofícios, dando margem à imprescindível compreensão sobre o surgimento das novas tecnologias, e a leitura que devemos fazer dos séculos passados. Isso tem a ver com muitas soluções encontradas para as populações, suas aplicações fundamentais e a noção mais elementar que enquanto não encontrarmos as soluções estruturais para as cidades e as nações, não estaremos de acordo com as condições mais humanas de vida. Deve-se partir desse pressuposto com relação a todos os países em desenvolvimento, e igualmente para dentro das fronteiras daqueles de primeiro mundo.
            No entanto, todas as classes que estão direta e produtivamente relacionadas com meios digitais podem estar cientes de como a cidade responde em seus diversos locais às investidas que resultam de administrações faltantes com a totalidade, e terem consciência de que não basta levar a segurança para a porta de seus condomínios, mas levando igualmente recursos para a educação e a saúde para as populações de baixa renda, sem falar no saneamento e nos serviços essenciais. Apesar de sentirmos na carne as derrotas humanitárias internacionais, obviamente o fruto de guerras ao redor do mundo, de caráteres e modalidades diversas, torna a crise humanitária em países pobres um espelho da barbárie que acontece em outras nações, justamente onde um povo mais inculto sofre o revés de não saber fazer algo, ou reagir dentro da legalidade, com propósitos reivindicatórios e de natureza coletiva, sindicalizada, etc. Essas questões da mescla ente as classes sociais vertem seus primeiros passos na compreensão de conjunturas das sociedades e de reformas que bem estruturem em seu viés dialético um padrão de progresso contínuo, uma real sustentabilidade, um motor azeitado e forte nas bases das sociedades – onde a carestia se apresenta maior – e uma “re” conceituação das ferramentas indispensáveis aos nossos próprios processos para nos tornarmos independentes dentro de uma plataforma em constante diálogo que vá de encontro com os pensamentos libertários de nossa época: no caso da posição das tecnologias e sua revolução atual, como na utilização de ferramentas outras e históricas que valem permanentemente em seus modais irretorquíveis.

quarta-feira, 25 de abril de 2018

NUANCES

O mercado aparente, de tentarmos com o mercado as luzes que nos ditam:

Esta luz de monitor que não nos ofusca o globo de nossos olhos
Posto que no olhar do treinamento inteligente não possa residir a ternura…

Mercador é a luz do mercado, tantas e tantas que de não se saber quem compra
Ainda por cima vem no facho da intempérie soturna dos tempos que não são…

Compra-se o incomparável dote das questões fuliginosas de uma razão sã
Em que o temor de que a poesia se aproxime da verdade nos causa dó de não ser!

A saber que somos um tanto de peças colhidas no matagal das imagens cruas
Que não ditariam muito da distância que separa um recurso inóspito
Daquela que não vemos muito no querer do que não gostaríamos de fato.

A vida seria mais plena se falássemos também das flores que deixamos
Nas nossas mãos em conchas que não nos colham nos regatos finitos.

Mais que falássemos algo que fosse real, não o jargão do profissional
Em que tanto se deixa de ver como se não sabe no tempo se há do se falar.

A Verdade é que muitos se fascinam pelas cátedras e ignoram que o culto
Pode ser dentro de um escopo existencial que de fato existe em um lugar.

Veremos o tempo enclausurado pelos ventos que sopram contra o mar,
Encarpelando as águas de um ensaio entre o que se melhora e o pior do tempo?

A sorte do mercado está no sorriso de um comerciante quando percebe
Que a corrupção pequena lhe dá a satisfação de enganar um rival cidadão.

Obviamente a sorte esta do mercado vem da corrupção algo mínima em varejo,
Tentacular no atacado, imensa nas indústrias e gigantesca no sistema financeiro.

Posto que a honestidade parte de um princípio de caráter, e tudo tem a ver
Com o incorruptível Robespierre, que não escapou do jugo da guilhotina.

E onde quer que haja uma área em que pensamos que seja limpa e lisa,
Nada nos garante que a corrupção venha das lentes quando se vê o desejo.

E que nada nos faça crer que jatos de água darão conta da capilaridade
Que acaba sendo visível na superfície, mas que as raízes da árvore são imensas.

Do filho ao filho do filho, dos pais que conhecem pistolões de aluguel
A que se tenha que contestar o princípio, pois não basta ter olhos para ser rei!

terça-feira, 24 de abril de 2018

A VIDA AUSENTE

Talvez as cordas da física sejam de importância mais verdadeira
Quando nem as conhecemos em suas superfícies de ciência
Ao que não concluímos sermos seres de outras latitudes de mar
Quando este mostra a nossa pequenez enquanto habitantes da Terra.

A vida se torna quase presente quando vemos que possuímos na mão
Uma caligrafia inteligente, assim, de papel e caneta e de salitre
Quanto de húmus fecundo que podemos ser, canceladas as perdas...

Na profusão de estrelas encobertas por nuvens inóspitas da situação
Nos vemos por vezes alcançando colunas de jade com suas sapatas
Pétreas como o vento gelado que nos abraça no silvo do inverno.

De outro modo quase que aguardamos as eternas primaveras finais
Onde não haveria começo se a ausência vestisse mantos do não trazer.

As mesmas primaveras que por vezes não começam, apenas abraçam
As esperanças de concreto que jamais deixarão de ser nossos alicerces!

Em calçamentos sutis de vias ápias vemos as ervas brotarem nas frinchas
Por onde o próprio vento sopra por encima, resguardando os verdes.

Pousa o pássaro eternamente acompanhado por seus rumores de voos
Por onde avistamos quão imenso é o que não foi criado por ninguém
Quando não sabemos nem quem somos a fim de diferir uma proposta...

As sombras do que não éramos tendem a mostrar-nos quem somos
Quando de nossa ausência escalar, que nos perdoem recursos vãos
Quando sabemos que a estética cede agora finalmente para o funcional.

E vestes nos assombram nossos próprios signos, a transmutar a Natureza
De nós mesmos, quando ainda assim ausentes de outros mudamos a face
Da efígie da moeda, não lembrando que não é moeda por ser, que apenas é.

Que a poesia conte o quanto é, defina o patíbulo de inocentes, sabendo
Que outrora a recuperação de uma pena era possível quanto de espaço
E legendas de conhecimento ainda atravessavam o braço do camponês.

Segue-se a um canto atravessado por murmúrios nada proféticos da vida
Que ela mesma encante um encontro com as letras, estas eternas consoantes
A revelarem o suposto caminho em que um poste pode ter vida de árvore!

O mastro que segura cabos e conexões na sua ausência de pilar mecânico
Em que cabos e cabos trafegam pelos quilômetros de nossas sendas
Quando por fim aprendemos no perscrutar que versos caminham pelo mundo!

quinta-feira, 19 de abril de 2018

UM LIVRO ESTÁ PARA A HUMANIDADE, COMO UM FRAGMENTO RIQUÍSSIMO E DETALHADO DO CONHECIMENTO HISTÓRICO E LITERÁRIO, OU DA FILOSOFIA COMPANHEIRA.

NA ACEPÇÃO CRUA DE UM HOMEM QUE ESTÁ EM ETERNA RECUPERAÇÃO, SAIBAM QUE SUAS NOTAS CONTINUAM BOAS PORQUANTO AQUELE GOSTA DE SEMPRE ESTUDAR...

NÃO HÁ PORQUE DESMERECER TAL OU QUAL RELIGIÃO, POIS DEUS ESTÁ NA PALAVRA DE QUEM O CHAMA.

SE UM OBJETO DE ROSÁRIO ENCANTA UM VIVENTE, SE ESTE SE ENCONTRA COM A VIDA NELE, BASTA DIZER QUE EM UMA CONTA PEQUENA ESTÁ O VALOR DA ETERNIDADE!

EIS O MISTÉRIO DA FÉ: O INENARRÁVEL SOBE AOS CÉUS PARA SE ENCONTRAR COM SEU PAI, QUE NADA MAIS É DO QUE TUDO E MAIS DO QUE SE ENTENDA, POIS NOSSAS PALAVRAS NÃO SÃO MAIS ANTIGAS DO QUE O QUE É E SEMPRE SERÁ!

SE TODOS OS PROFETAS BÍBLICOS PREVIRAM A VINDA DO MESSIAS, O CRISTO SALVADOR, QUE OUTRO PODIA SER SENÃO ELE, NA VISÃO SALUTAR DE QUALQUER RELIGIÃO QUE NOS CONTEMPLEM?

QUE O TERÇO QUE REZAMOS PARE NOS MISTÉRIOS GOZOSOS, QUE NA ANUNCIAÇÃO COMEÇA A FECUNDAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO NA HUMANIDADE.

SE EXISTE UMA CASA NÚMERO SETE, COM SEIS, CINCO VISITAM A UMA REFEIÇÃO QUE DÁ PARA DEZ SE FARTAREM, NA DOCE PAZ DE DEUS.

A MORALIZAÇÃO DE UM ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO PASSA ANTES PELA DEMOCRACIA EM ESTABELECER E CONTROLAR O DIREITO INTEGRAMENTE.

POR MAIS QUE SE TOLHA A LIBERDADE DE UM INOCENTE, SAIBA ESTE DE UMA VEZ POR TODAS QUE UMA PENA É BRANDA FRENTE À ETERNIDADE EM QUE OS QUE MAL JULGAM TERÃO QUE PASSAR, DEPOIS DE CONSUMADAS SUAS BREVES VIDAS.

NAS BANDEIRAS DE NOSSAS INSTITUIÇÕES, O PROGRESSO DEVERIA VIR ANTES DA ORDEM.

A NOSSA PRIMAVERA

            Seria claro à humanidade se falássemos tão somente de esperança, de amor, de concórdia. Talvez o mundo não se dividisse a tal ponto no que vemos hoje: as divisões, a diáspora e o temor, este por algo que sequer sabemos ao certo, mas que na vanguarda de uma situação também vê-se o trabalho, conforme com aquilo que esperaríamos do justo mas que igualmente é dividido, em que os sistemas computacionais acabam sendo mais compatíveis com a riqueza. Saber lidar seria ao menos um direito a ser conquistado, aliás, não mesmo, posto um dever dos governos, uma educação de qualidade. Certas coisas não hão de ser obrigatoriamente frutos de uma conquista, de reivindicações, mas de um posicionamento em que a cada dia temos por pressuposto – aí sim – de nos colocarmos criticamente naquilo que realmente queremos, e essa consciência estará sempre onde quisermos, desde o virar da massa de concreto à feitura dos pães, dentro de uma ouvidoria, no telemarketing, no comércio, nas indústrias e no campo, se houver a possibilidade de União de todos.
            Não que seja algo confuso afirmar, mas já é dia na madrugada de qualquer que seja, mesmo onde não esperamos que fôssemos tantos e tantos, e que o somos realmente, e sempre seremos, pois não podem ignorar a massa que ergue a riqueza de nossa nação e se um desperta mais cedo pode saber que outros já se anteciparam ao trabalho, pois uma cidade não dorme quando já possui algum porte. Desse start saibamos que, o que acontece em outro país, não necessariamente estaremos sabendo por aqui, pois a notícia que devemos saber é da cor do céu, é ver as gentes das ruas, é se desligar um pouco dos gadgets, prosseguir, como tantos que somos, mesmo com inquietações que nos fazem sofrer... Mesmo com as penas que nos infligem as circunstâncias que nem sempre são um motivo justo, como o determinismo que certas famílias encontram na pauperização de seus lares, com causas de salários exíguos. Na verdade, tantas são as vertentes em que a ignorância pousa seus olhos que acabamos por fazer perecer aqueles que amam a arte, sobretudo, os que precisam dela para sobreviver espiritual e materialmente. Pois as diferenças que cabem em cada qual, nessas partículas existenciais que dão de dizer da boca pra fora, que o dinheiro nada vale, parte de ilusões tamanhas... Para prosseguirmos com uma existência justa, requeiramos o nosso quinhão do justo, e enquanto houver carestia, enquanto houver ódio pela classe política e continuarem a consumir drogas, por exemplo, a defender submundos, as partículas da corrupção se alastrarão pelo grande enxágue que certas chuvas pestilentas acabam por fazer participar sonhos de outras e outras gerações.
            As mãos limpas deveriam ser de todos, incluso se houver suspeita de que algum aparato jurídico esteja contra posicionamentos ideológicos, pois se for evidenciado esse tipo de ato veremos soçobrar em um país cada vez mais pobre a esperança dos próprios magistrados de terem um sono bom sem tomar nenhum drinque. A ofensa que muitos esperam causar a grupos mais vulneráveis, a guerra que queiram tramar a partidos ou grupamentos que ainda pensam no país com a esperança titânica da coragem, são todas ações que paulatinamente vão torcer o rabo para a direção cada vez mais forte da covardia e da inépcia. Não é questão de fazermos jornalismos titânicos, de sermos contra o Golias, mas esperar que grandes títeres do roubo quadrilheiro acabem por beirar incluso o capitão, é esperar que se capitaneie outros que sejam honestos dentro de sua vivência civil, a ensinar que nos tempos de hoje disciplina tem a ver com a liberdade, e sacrifício tem a ver com religião. Não esperemos que só o Cristo tenha sofrido por nós, para nos redimir, pois há muitas e muitas centenas de pessoas no Brasil que vem sofrendo, não por estarem realmente em situações dramáticas de vida, mas igualmente muitas por verem sua pátria neste estado que se encontra nesse atual mundo, onde no mínimo – em pleno século XXI – se espera que houvesse progresso humano, e não o holocausto que querem nos desferir (ao povo pobre brasileiro) dia a dia (e àqueles que sofrem igualmente, mesmo estando em outras classes, mas com perdas irreparáveis nas mutilações culturais que vimos sofrendo). É inegável estar revoltado com tudo isso, e a coação se torna a serenidade compulsória, sob pena de sermos contidos em manicômios ou prisões se externarmos nossas opiniões em lugares onde só a legítima defesa daria para escapar do engodo e das ciladas com que as sociedades nos deparam.
            O nosso Brasil está virando uma sociedade do ódio e da intolerância, com várias faces da mesma moeda, e a paz do Salvador não está bem incluída em certos cultos que pregam a palavra do Nosso Senhor. Divide-se a nação entre esquerda e direita, os extremos ou o que surja de centros, politiza-se a religião, transformam tudo em Estado ou mercado, e demoniza-se o ser como um todo, tornando blasfemo quase todo o diálogo, que porventura deveria ser contemporizador, e não investigativo ou perscrutador até dos sentimentos mais pessoais, até da vida mais íntima que cada cidadão guarda com seus familiares por toda a sua existência, para ser dissecada por vezes em um balcão de padaria, ou no tititi das conversas apodrecidas por vermes. A função do escritor é apresentar as opções, por vezes suculentas, por vezes algo virulentas, por vezes em decomposição. Nada se pareça com rancores, mas apenas o realismo das nossas épocas, em que várias são concomitantes, que vão desde a extrema esquerda com o stalinismo à extrema direita com o nazi-fascismo. A salada está pronta, e seus gestos são algo repetidos, algo já sem substância, pois o que ocorre nestas cidades já em processos de intervenções internas é a busca de um controle social à revelia do que está acontecendo com os nossos serviços populares mais essenciais, como a limpeza, como a saúde, como a educação. Não adianta querermos engrossar fileiras de mini soldados com nossas crianças, doutrinando seus comportamentos e isolando com remédios aquelas que queiram caminhos distintos, anímicos e espirituais, no sentido pleno de relação íntima com o pensamento crítico e a filosofia libertária. Se as nossas crianças mais pobres tiverem uma educação exemplar, se toda a população mais pobre for capaz de exercer a mesma cidadania que é ofertada apenas aos mais abastados, claro está que a saúde de nosso corpo social melhorará como um todo, sendo a derrocada sistêmica que paradoxalmente já empunha sua bandeira cambando para uma sociedade totalitária, plutocrata, não condiz com um digno processo civilizatório.
            O que igualmente ocorre nos meandros das nossas sociedades são grupos e mais grupos que treinam por si coisas que só o aparato de segurança pública deve ser capaz, pois sua noção de ordem possui uma função quadrática, em se preparando para se armar ou utilizar as forças de uma violência já bem latente nos seios das classes mais altas. É justamente através da força transformadora da burguesia ante seu próprio antagonismo e contradição do valor enquanto peça repressora por conta, quando de aproximação necessária com seu entorno pela beleza a ser encontrada no existir, na virtude de um carinho, no amor como mola mestra, a alegoria Thanatos de Marcuse torna-se mais fraca em virtude do surgimento de Eros na forma sedimentada de uma outra e possível realidade, que vem na contraparte, no discurso à frente transformador e revolucionário, a tal ponto que a revolução seja parte intrínseca, dentro de outras que se renovam, para dar lugar presente e permanente a uma verdadeira primavera de nossa atitude perante a vida, e ao próximo, independente do credo ao valor, da cor ao gênero, do gesto ou do olhar, da bandeja ou do copo, de uma luta ou de sua paz. Visto sermos o país que mais promete ser o melhor do planeta, pois as nossas águas e terras continuam – e o sabem – a estar repletas da vida que deveríamos invejar, por sermos apenas humanos, nada mais do que isso...

PROCESSO EM VIVER

As águas do ribeiro sopram o rebentar da Natureza em seus maravilhosos olhos
Quando dizem serem fartas ao olhar do índio que já a conhecia de tudo que há
Desde os relâmpagos da idade quente até a atmosfera de suas selvas…

A civilização passa para o encargo a questão primeira em que a vida no cimento
Respira por vezes a única possibilidade de se ter um jardim ornamental: que seja!

Quais seriam as promessas de um novo mundo, se com a mão erguida não se faz
O trabalho em si de dito ato simbólico, só permitindo depois que o poder se esvai.

A retórica dos inocentes não é propriamente qualquer comprometimento de ordem
Mas em termos gerais a participação de estar em trabalho a defender interesses pessoais.

Não há muitos critérios salvacionistas em propormos um processo de vida em que
Na permissão dada à palavra outros apenas escrevem sem receber louros da fama!

Pensemos em Kafka e suas humilhações sofridas ao encalço de suas vertentes da letra
Porquanto acordou Gregori Samsa, certa manhã, sem saber se levantar da sua cama…

E tantos são os processos do existir, que chegam a formar de si uma casca, os vãos,
Que vã é a atitude de não se misturar ou não respeitar a cidadania que não gere o caos.

A saber-se que muitos iniciam um processo onde não sabem exatamente quem
Ou o que torna quase natural o andamento de questões que nem juízes sabem se aceitam.

Que a comunicação procede com falsos gestos por vezes, com falas ensaiadas,
Com a pertinácia em ofensas veladas com os panos hipócritas de não se saberem cruéis.

Outros há que talham seus dizeres, em alto e bom som, que tem por critério espalhar
Os divisionismos entre as gentes, mas que o som pode ser algo mais em geral, secreto…

Não, que não há como destruirmos as florestas posto o que se há de fazer no tanto
É agregar alguma tecnologia de rebatimento à preservação de nossas Amazônias.

De fato, talvez haja processos que tragam luzes ao entendimento humano, não apenas
A espetacularização dos crimes, ou escutas ilegais, ou provas que inexistem em concreto.

Nada seria melhor para toda uma Nação se olhássemos para os pobres não com diferenças
Mas com a igualdade no nosso olhar, sem termos que dissuadir para a brutalidade
De crer, por vezes embasados em “religiões”, que as diferenças de classe são obra pronta!

terça-feira, 17 de abril de 2018

DO SER QUE RONDA

A dor não é de sentir, qual não fora, de trazer a um debate que inexiste
Quando a formiga procura outro inseto, ou mesmo a fraqueza deste,
Em vão, em filas intermináveis de relativização do tempo e espaço
Quanto de sabermos que a aranha só pegaria a pequena se assim o fosse…

A pequenina formiga que lenta sai na diferença de ritmo das companheiras
Que, em virtude do tamanho há que ser mais rápida do que as grandes
Assim no próprio comparativo da Natureza, em que esta no hólos ronda.

Em uma semântica nem devemos nos espelhar nesse espetacular modal
Em que a força das presas do inseto dista de nossa inteligência assim como
A nossa própria dista do saber que nunca saberemos o todo desta assertiva
De que a ronda – esta que seja – no perscrutar dos insetos nos ensina
Quando possuamos a compreensão de que sob o concreto de nossos pisos
Há nichos intermináveis com cavernas diminutas onde se esconde a vida!

Mas haveríamos de considerar uma formiga indivíduo, por vezes cercada
Quando observa outras de tamanho mediano derivando no calor inclemente
De uma superfície de área grande para seus caminhos que não o são próprios
Visto procurarem em velocidades abissais correndo à busca, em círculos.

Eis que na superfície de um piso se encontra o rejunte mais largo, antigo
No pé de um jardim, que haja vida que haja, e tantos são os talos de grama
Que parecem palmeiras de onde brotam sequoias que para o homem comum
Não passam de arbustivos donde se rega a manutenção, e a vida continua
A florescer ricamente no nicho de existência onde um louco porta uma rosa na rua!

A saber, que a flor inexiste em outros jardins, e um besouro rubro pousa
No ombro de uma poesia, esta em forma de gente, no cachimbo há fumaça
E o carro que o escolhe como inimigo insustentável de um padrão estabelece
Que seu escape é menos intenso em ternura do que uma boa medida de tabaco.

Mas que os homens tecem suas rondas distintas por vezes, a perceber um nicho
Outro que o seja na imensidão de areia de metro quadrado, nos troncos e no embate
Das ervas que nascem profundamente vertidas perto de um saneamento cabal
Que inexiste enquanto limpeza das águas, e nada se explica – aí sim, da ronda –
Que uma água tão preciosa aos olhos da sensatez permaneça suja dessa forma!

Um pássaro voa rápido em um planar de alturas voláteis e faz sombra sobre o olhar
De uma tele máquina de android system que subsiste a imagem por registrar
O olhar de seu dono que não significa mais do que um suporte em clicks
De botões perpassados: ao que se molha, ao que se pisa, ao que não se vê, vendo.

E as vidas rondam, rondam ao extremo que a moda permita, a moda de rondar,
Por rodarmos nossas pernas ao não nos permitirmos amar muito, que isso de amor,
Se o celular passa a botar filtros cabais, não nos cabe ressaltar a que o ponto de chegar
Nos trará de volta a olharmos um olhar ao menos no jantar da comemoração do neto.

Não, não nos pareça distinto que toda a roda viva que se cria em torno de uma vida
Seja mais do que nos pareça não distinto que a formiga citada em poesia com honra
Seja um trabalho que possua a lógica que a faz sobreviver muito mais feliz enquanto
A sociedade humana estabelece que sejamos uma espécie de gatos, ratos e cães.

Não, somos talvez em nossas rondas secretas ao mesmo tempo a flecha e o alvo,
Ao mesmo tempo o motor e um cérebro que se jacta possuir células algo fecundas
Mas a variedade de espécies que coabitam dentro da nossa – no íntimo do ser –
É praticamente do tamanho de uma variedade infinita de recursos imaginativos.

Huxley era perfeito ao dizer que no cinema do futuro bastariam os capacetes sensórios,
Em que as práticas de prazer sejam no mínimo o melhor prêmio que recebem aqueles
Que conseguiram com suas rondas por dentro da história de cada cidadão saber
De algo que não frutifica mais do que apenas saber de como fazer o prazer surgir.

Se há algo na psicologia da ciência, saberemos que esse tipo de ronda, ao comparar-se
Com a medicina, é apenas uma apologia de palavras, ids e outras coisas, que compartem
De uma análise onde a formiga mais velha não saberá dizer que tronco levar a um lugar
Se pode dispensar a seu colega o tronco mais forte que outras carregarão em conjunto!

domingo, 15 de abril de 2018

CONSENTIR-SE

            Quantas vezes nos perguntamos a um rosto triste, quando o encontramos externando um sentimento, este que nos faz a falta naquilo que as sociedades nos dizem para sermos duros, e a ternura passa a ser considerada hipocrisia, quanto como a doença passa a ser falha, ou defeito? Quantos somos a pretender melhores justiças? Esta se passa no dia a dia, e não podemos nos espelhar que o justo seja o de cima, e que tenhamos que agir conforme instâncias ou supremas cortes, pois não estamos nem em um reinado e muito menos no feudalismo. A justiça está na atitude, no comportar-se educadamente, de se ser solidário, gentil, e não querer que tenhamos no século XXI um tipo de inquisição. Estamos assistindo o Terror da Revolução Francesa em termos de tolhimento e exposição, destruição do caráter de vitimados pela judiciosa presença da coerção, mesmo que tornada involuntária, e privação do direito de ir e vir, assoberbada nas ruas pela estigmatização do preconceito contra negros, mulheres, LGBTs, pobres, mendigos e enfermos mentais, em que cada caso pode ser uma ponta do processo. Isso é efeito do ódio, um sentimento de rancor que vem sendo inoculado nas gentes apertadas pelos trabalhos e funções sociais, subliminarmente através de uma superexposição de fatos que ocorrem como um bombardeio de mentiras e espetacularização da violência e do controle do estado como ente já com sinais de totalitarismo, com estruturas voláteis e falsamente independentes.
            O teor do que ocorre realmente é que estamos permitindo que os próprios veículos de comunicação de massa de certa forma dão origem a uma corruptela do caráter da cidadania. Têm-na quem pode pagar por ela... Um pobre, para ser alguém, por vezes busca no exemplo do criminoso de colarinho branco a possibilidade de ascender socialmente por vias ilícitas. A superexposição da mídia acaba por fazer perecer a esperança, e esta na religião dos evangelhos acaba por dar a mesma através do Apocalipse, dos sinais dos tempos, garantindo um lugar no céu na justificativa das guerras “santas” que se processam na santificação ausente do petróleo e nas derrocadas de poderes legitimamente constituídos e com perfis trabalhistas, pois este é o motor de uma sociedade. Tão imbuídos estão certos crentes de algumas religiões que tecem verdadeiros amores por países que exploram cruelmente o nosso, ou outros em outras questões e territórios. A mente humana torna-se o território mais vulnerável, e certos grupos são capazes de dissuadir as dúvidas mais óbvias através do controle e da pressão de palavras claramente sujeitas à interpretações.
            Estamos chegando a um ponto de muitos crerem que um candidato à Presidência da República é bom e salutar quando resolve permitir que os civis portem armas, acenando com a prerrogativa de uma quase guerra civil... Será esse o pressuposto da cidadania? Sermos cidadãos enquanto pertencentes a algum grupo que pense da mesma forma, em consonância com grupos maiores e, em um crescendo, segregando mais e mais? Seria bom evitarmos tentar estabelecer um critério existencial para muitos que apenas querem civilizadamente viver em um país digno, que ainda é o nosso. Todo o homem ou mulher que dá de seu corpo, mente e inteligência para construir positivamente algo para a nação brasileira, ou de qualquer outro país, é um retrato vivo que reflete a dignidade do seu portar em sociedade. Essa gente digna e resistente às dificuldades impostas pelos responsáveis por essa carência é que agrega o valor que temos no Brasil: valor humano, bem entendido. Toda a agremiação ou grupo, ou comunidade, ou entidade política que luta, protege, respeita, desenvolve, apoia ou ajuda no sentido da construção de um povo mais feliz, todas essas iniciativas merecem o grande respeito da grande nação que temos como pátria sempre maravilhosa por seu território e sua gente trabalhadora, pois a única lógica humanamente possível para os dias de hoje e do futuro é o fomento e a manutenção das organizações populares de nosso Brasil, pois sem elas não poderá haver governo sem uma estratégia de reerguermos paulatinamente a esperança do povo brasileiro!

A PREVALÊNCIA DE UM GRÃO DE AREIA

           Existe a máxima de estarmos focados, e por isso igualmente – na questão mais aprofundada – em foco. Um foco observador apenas, um feixe de elétrons talvez traduza os dados, e o feixe de dados a informação. A OOP Language se transforma na via mais otimizada do processo das informações, mas nem tudo resultará em uma Verdade Absoluta, se a própria Natureza Material, posto olhada para dentro (em que veremos um universo em um grão de areia), perfaz a sociedade objetivada das coisas algo que faça sentido em um padrão mais humano de ser, justo, associado com a realidade material da Natureza, e outros, para quem quiser de arbítrio, nos princípios anímicos ou espirituais dos seres que compõem a ciência de Deus. Se quisermos partir de uma ótica do diálogo com as coisas podemos requisitar os palcos para encenarmos uma peça teatral, mas que por vezes não tardaremos em encenar comédias, se formos considerar a teatralidade das ações de certas personalidades que estão comparecendo diariamente nas teles de nosso país. Aliás, pensemos com a História… Os passos históricos geralmente são referenciados pelas leis e atos jurídicos, através da política e seus embates e na antropologia a cultura de um ou diversos povos… Em uma breve simplificação de estudos que devam se aprofundar. Muitos estão assoberbados com suas atuações em seus palcos, ou na crítica sem muita voz do que assistem, poucos mobilizam algo sem estarem com seus gadgets e aplicativos à mão, e até o Face teve que dar explicações. Trocando em miúdos, ainda dá para pensar com a História, se a esta altura pensarmos até que ponto foi a ciência, haja vista o bom senso mundial acabou com um desfecho desastroso nos mísseis lançados à Síria, ou seja, desmoralizou cabalmente a espécie, deixando a ciência ou a História em panos quentes, em um retrocesso do osso como arma. Como se fossem propagados com fogo, e as chamas calcinando um território quase inteiramente destruído pelo ensaio trágico em que se torna palco de anos e anos de guerras na região: muros, contenções, resistência de pedriscos frente aos fuzis israelenses, terrorismo de guerra, realidade que submete os fracos a um massacre em massa. Estamos assistindo um ato tão vergonhoso que nem o pior profeta, ou, melhor dizendo, a pior profecia bíblica poderia mostrar a crueldade desse povo que cria um holocausto depois do seu próprio, mas aos outros, que não estão mais em condições de lutar… Os palestinos, os iraquianos, os líbios, os egípcios, o Kwait, a Síria, estão cansados, ou melhor, estamos nós, os que afirmamos fazermos jus a uma espécie humana, estamos exaustos do fracasso, ou do despotismo e insânia de governos estadunidenses e europeus, esta Europa que beira o ridículo em uma ONU que mostra sempre sua cara nesse tipo de “empreitada bárbara”.
         Vivemos em um país latino americano e a posição do Governo Brasileiro, com relação a uma saída diplomática nessa questão dos mísseis lançados na Síria é de um bom senso extraordinário. Revela um progresso sem tamanho, e nos eleva a uma estatura de país em que ainda podemos, em termos de política externa, ter orgulho dessa posição. Para ser um patriota, não podemos pensar em quanto pior melhor, o momento mundial exige a nossa posição como uma pátria que recebe bem os estrangeiros, incluso os refugiados das guerras do Oriente Médio. Torçamos que a humanidade verta sobre a esperança dos cidadãos do planeta uma luz de paz, e que não se imiscuam nas questões administrativas próprias de cada país. Essa é uma face do mundo e não se admitiria historicamente hoje a realidade das guerras, pois a ciência da Paz e da Concórdia é a relação que sempre deve existir entre qualquer fronteira que deseje ser respeitada por ser boa.

sexta-feira, 13 de abril de 2018

EM NOME DA LIBERDADE

Não, que não nos castiguemos por coisas que não somos
Quando se apresentam válidos os sistemas do regresso
Em pífias criaturas vindas da caterva onde o prenúncio
De um outono pode ser a razão primeira da primavera...

Estão, que estejam, a nos aliviar as vidas de semânticas
Onde não saberíamos de suas existências se todos não fossem
Algo de se fazer parte da vida, mesmo que lutem arduamente
Para estabelecer áreas decompostas pela questão libertária.

Não nos libertaremos do jugo da tirania se essa continua
A falsear e erguer toscos tronos a reis do paradoxo contínuo
Nas vezes em que nossa clemência não significa mais nada
Do que apenas um ato de um apóstolo que se perdeu no tudo!

Pois sim, que empunhemos bandeiras libertárias de somar
Ao que tudo nos implicaria sermos coesos e unidos e mais
Do que somos quando queremos estabelecer ingerências
Nos processos que tardam em justas que erram no preconceito!

Em uma verdade decomposta os vermes são mais claros
Pois sabem da proximidade dela, ao comerem do excremento
Em que a Natureza promete que surja uma liberdade ao avesso
Pois nem tudo que reza na pátria tem seu lado idealista...

A vida de todos não depende apenas do bom senso, mas também
De se saber que muitos creem que a manipulação de outrem
Faz parte da Bíblia, ou de outras estratégias em que o ateísmo
Igualmente encontra padrões na frieza de estabelecer certa lógica.

Se um outro tanto de razão desconhece que estamos por deixar
Que pingos de água nos caiam como enxofre dentro de uma cela
Saibamos que um verdadeiro religioso está bem com a sua ideia
Quando tem por alicerce a estranha sensação de estar com Deus.

No que não se verte na questão das ofensas, no próprio que consta
De um número relativo de forças, creditemos às forças apresentadas
Estarem em consonância do atraso de entregar nossas riquezas
Aos interesses que demandam dos lacaios a grandeza da covardia.

Seremos maiores do que tudo isso, quanto de sabermos que as letras
São um universo tão amplo que não calam na voz de quem soletra
A esperança de que um cavalheiro saiba que sua dama é uma mulher
Mesmo que tenha que estar só para todo o sempre, com o sal da vida.

Esta vida vívida, luminar, consequente, apropriada ao bem estar
Quando não interrompe um programa de TV aberta, pois sabe
Que um ser global expira de seus poros pequenas bolhas
Que em seu pipocar reveste o país com a ressonância da mentira!

Queiramos não sermos tão críticos, mas a ordem que se estabelece
Parece não ver certos ocasos e reflete ao viés, cumprindo a mesma
De si própria sem contestar a quem foi dada a mesma, ou partiu
De que fonte hierárquica a própria origem do que pensamos conhecer...

Restam no tabuleiro casas vazias, capas de asfalto bruto, bueiros ao léu,
Sementes do mal, retóricas indivisas, enlevos de falsos profetas,
Tabus, fetiches e preconceitos, súcubos, íncubos, maledicências
E o estranho olor de uma rosa feita de plástico deixada sobre a terra estéril.

Não que não seja nada, a todos não os seja muito, mas que não mutilem
Uma poesia que vem dar nos costados de um navio imantado de coragem
A quem se possa dizer que há fé inclusive na literatura, no pão, na cal,
No cimento que nos una da obra, que o fel não merece menos do que isto.

O que nos deve mover a partir dos quadros que revisitamos da realidade
É a fé e a esperança de que tudo o que podemos fazer no alcance das mãos
Será transferir o ódio que muitos se preparam para ter de nós outros
Para uma virtude celular que nos transporte à razão da liberdade!

domingo, 8 de abril de 2018

A PRÁTICA LIBERTÁRIA

         Sair… Sim, por que não. A ver, uma rua qualquer, a cidade como lugar, a periferia como realidade. Mas na prática a libertação não vem muito facilmente, nem é tanto a questão do espaço físico, pois que a fortaleza é sabermos de um ponto a outro quem é quem, quem saberá de nós, nem que não seja o tempo todo, mas o tempo relativo nos permite ganhar outras casas no tabuleiro da vida, onde um que se escreva na real é um simples peão. Peão de troca, de acordos consigo, de saber lidar e sair do jogo, pois o bom enxadrista consegue com pouco espaço a estratégia necessária e as pedras da construção de um muro, quando residem perto do olhar de outro é mais na contagem, porquanto não sejamos apenas pedras: sejamos cabeças, troncos, membros, e mais, a roupagem que nos veste não necessita ser de brim e, por sinal, que um cigarro teça testemunhos. Não ensaiemos brincadeiras simples, ou pequenos chistes, pois encerramos na vida de uma planta, por exemplo, a vida em si, um inseto em si, o ponto, a se repetir a questão!
           Na prática não vemos o paralelo exato de nossas atitudes, mas simplesmente algo de corporativismo que é chão, mas ao mesmo tempo não, posto algo de riqueza não irradiada, mais da frente de nossos atos, que o chão é a Terra e o alimento nem sempre vem do trigo… Confrontar essa realidade alimentar, esse fomento que nos é tirado por vezes, nem chega a ser da prática, algo da ficção desmesurada e da questão em que quando um sai atrela-se ao seu tamagushi que fala! Pois sim, sem delongas, na prática a libertação vem de nós mesmos, de sabermos discernir o certo do errado, na consonância com a Verdade, e esta, meus caros, é uma, não duas nem três. Ela é como um porto em que atracamos navios gigantescos, de uma morada distante, em um mar de corais, incólumes, pois não aceita meias palavras, ou gongorismos rebuscados. Basta que um fale na palavra que fala, que diga a que veio, ou não, mas que aponte o silogismo de uma versão interpretada, emprestada a qualquer ato, ditada, imagética, imaginária, torcendo para que acreditem nela, a visão algo de se massacrar o vero, mas de não poder atracar o navio no porto referido: os mares de corais, onde jamais se saberá de algum conteiner suspeito e industrioso. Qualquer premissa que evite maiores retóricas recebe o laurel consagrado nesses quilates. Laurel recebido, a prática já anuncia de novo: quem, quando, onde, como e porquê, e que certos jornalistas reaprendam essas chaves!
         Nunca é uma palavra que até mesmo a nação sabe que não está se falando, pois o sempre é mais positivo: sempre seremos, nunca ao nada, sempre ao Todo, mesmo que, na holística sabemos que ainda vale Newton e sua gravidade, e o que vem de tesouros nem sempre são aqueles que gostaríamos, mas a nossa gravidade passa a ser caso mais grave, no trocadilho que não merece nenhuma atenção, mas que a prática revela ser algo a considerar. Assim, de nos libertar-nos, independente de nossas penas que escrevem ou não, mas a miríade de opções dentro do contexto real de nossas palavras e trabalhos que se poste ao povo brasileiro a igualdade de condições que estabeleça na prática a função de denunciarmos abusos aos direitos civis. Prática concreta, número um e dez! Não que se diga de função numérica, mas não será no tamagushi que resolveremos as nossas práticas cotidianas, sabendo-nos cotidianos na própria ação libertária de resolvermos amarras atávicas em nossas condições pós coloniais, no modal contemporâneo de dependência, esta que vem agora com a roupagem afetiva e ególatra, no que se dissuada para um campo mais efetivo de vivência no comum das gentes, no respeito às populações indígenas e no não ao preconceito de qualquer ordem. Essa por sinal será a prática mais resoluta e nobre de nosso processo civilizatório, pois não se discriminará um ser por cor, atitude dentro da civilidade, gênero e espécie, à qual não relativizemos a questão por querermos saber como proceder, mas que no fundo a agressividade e o ódio nunca serão razões de prática nas ruas, no trabalho, nas escolas ou no campo.
          Hemos de ser vigilantes de nossas ações, de nosso portar, de estarmos em um debate – quando possível obviamente – posto de ofensas o mundo está repleto, infelizmente. Não podemos compactuar com o fato injusto, nem mesmo pela espetacularização de certos meios de comunicação. Uma voz, que se escute, e que venha para agregar, será de ótima valia, posto não propriamente de hierarquias, já que tanto o de baixo como o de cima precisam conhecer certas engrenagens sistêmicas, e esse aprendizado algo teórico dá a sustentação, através do conhecimento, a que tenhamos uma prática realmente libertária desde nossos princípios, do que de bom já temos, ao desenrolar de possíveis desenvolvimentos e trocas, no compartir sereno de nossos ganhos na esfera humanitária.

É NOITE EM UM FIRMAMENTO

Grande o sentimento noturno de não se saber das cores do mundo
Quanto mais se nos nubla o azul escuro do céu da tez de Krsna.

Cores que retratam as luzes dos postes, e o oculto de uma estrela.

Não há de ser a cor, talvez, pois há ruas onde o carro não passa
Mas que agiganta o pressuposto de que rodas outras fizeram fronteira!

Nada que no ar pareça tanto, mas que dizer se fosse, seria bem mais...

Em uma verdade que norteia a visão do poeta, talvez o belo não saiba
Da dimensão de um firmamento ao nosso olhar encontrar o infinito.

Quantos serão os poetas que vertem sobre a esperança do papel o mundo?

Nada gira sem que saibamos que a pena ilustra sua impressão fática
De sabermos que nem todas as linhas da esteira infinita levam à Roma.

De nossas cidades podemos saber que o país em que vivemos é Brasil!

Quem dera fôssemos idosos o suficiente para compreender a juventude
Que não nos escuta sem que saibam que a História está na experiência.

Mas sim, que não nos atrasemos naquilo que acreditamos simples desfechos...

Não há espaço que nos separem, não há silêncio nas vozes que possuímos
E nem o temor circunspecto de que a mudança não surge: já está.

Erra um ser quando se espera dele o próprio erro que nele projetamos.

Mas de qualquer modo o ser vivente revela que seremos uma grande ponte
A que não nos sobre a esperança de viver com a dignidade que se nos revela!

sábado, 7 de abril de 2018

O DESEJO DO SABER

         Diante de um teclado, de uma tela de pintura, um papel para desenho, ou diversos materiais, ou mesmo uma superfície eletrônica, teremos à nossa frente algo para um começo. Tal qual uma gênese, podemos criar algo e alcançar um público, ou nosso eu frente a frente com o corpo que entende bem – ou não muito – a si mesmo e às possibilidades de uma vertente expressiva. De qualquer modo, um desejo de se exprimir vem do ser como uma latência, principalmente quando da aproximação com a arte: recurso inextinguível desse teor. Haveria muito a se ler, muito a se conhecer, uma vivência do desenho, a mescla infinita das cores, o manejo do pincel e outros meios de linguagem que, muitas vezes, culminam na literatura, no universo das letras. A filosofia parte do princípio do pensamento vivo que um ser expressa, dentro de um pressuposto lógico, que também pode permear-se com um fundo religioso ou anímico. Explicar – ou tentar – a natureza das coisas é algo salutar, mesmo que o cidadão careça de formação acadêmica superior, pois o pensamento não vem apenas de uma cátedra, mas pode surgir da vivência profunda que cada qual por vezes carrega dentro de si. A todo o modal das ideias, da criação artística, à poesia, etc, poderíamos vivenciar cada vez mais a identidade cultural do fazer a arte, consagrando ou estabilizando certas questões de existência particular, que na verdade por vezes seguem um rumo atordoante de ilusão acumulada, sem o escape subjetivo, na forma de entretenimento cumulativo.
         Um mundo onde compreendêssemos os meios de comunicação de massa, ou o midcult, que gera a impressão de algumas classes atingindo cada vez mais e mais gente, em que o masscult, torna-se fronteira, e mescla com facilidade instâncias maiores quando vemos que o segredo da indústria cultural é isolar a identidade de um povo, seus costumes ancestrais, suas crenças, erguendo das heranças da Europa estranhos carrosséis de fantoches trocados, acumulados no pré consciente, trabalhando em favor das culturas civilizadas e seus atores reais que pousam para exercer em países pobres essa ascendência dessa indústria cultural citada. Os gadgets vêm como um suporte onde a inserção há que ser compulsória, em que formas de lideranças mais tradicionais seguem vivendo em plataformas ignoradas pelos negócios incorporados por tantas e novas tecnologias. A tensão que decorre das diferenças vem muitas vezes através de conceitos relativos ao “olhar” que estabelece padrões de conduta que nulificam a produção autêntica musical, como questão relevante na cultura de populações inteiras. A educação por si pode não ser a alternativa mais correta, posto a importância de voltarmos um pouco atrás e vermos que o analfabetismo funcional não capacita o aluno a que se forme um crítico social, ou que falte quando tenha que entender um parágrafo mais longo. Não basta formar. A cidadania está mais adiante do que pensamos, pois a justificativa de ações contra comunidades carentes está intimamente vinculada com a falta de crescimento da beleza que poderia se tornar o universo das letras, da matemática e da arte para muitos alunos. Incluso estarem aptos para compreenderem a história desde pequenos: toda a história, bem entendido.
         O desejo de sabermos mais é fruto da Natureza Humana, conciliável com o processo de entendimento entre os povos, da permanência da Ciência e da conquista diária dos pensamentos. A ação prática desse modal é a pesquisa madura, o universo dos livros e um modo de pensarmos em uma nação condigna para todos os que nela existam, sem a procrastinação de uma atitude que viria bem com o entendimento existencial que vem consigo mesmo, na paz e na solidariedade...

DE UMA QUESTÃO É DIA...


            Seria claro à humanidade se falássemos tão somente de esperança, de amor, de concórdia. Talvez o mundo não se dividisse a tal ponto no que vemos hoje: as divisões, a diáspora e o temor, este por algo que sequer sabemos ao certo, mas que na vanguarda de uma situação também vê-se o trabalho, conforme com aquilo que esperaríamos do justo mas que igualmente é dividido, em que os sistemas computacionais acabam sendo mais compatíveis com a riqueza. Saber lidar seria ao menos um direito a ser conquistado, aliás, não mesmo, posto um dever dos governos, uma educação de qualidade. Certas coisas não hão de ser obrigatoriamente frutos de uma conquista, de reivindicações, mas de um posicionamento em que a cada dia temos por pressuposto – aí sim – de nos colocarmos criticamente naquilo que realmente queremos, e essa consciência estará sempre onde quisermos, desde o virar da massa de concreto à feitura dos pães, dentro de uma ouvidoria, no telemarketing, no comércio, nas indústrias e no campo, se houver a possibilidade de União de todos.
            Não que seja algo confuso afirmar, mas já é dia na madrugada de qualquer que seja, mesmo onde não esperamos que fôssemos tantos e tantos, e que o somos realmente, e sempre seremos, pois não podem ignorar a massa que ergue a riqueza de nossa nação e se um desperta mais cedo pode saber que outros já se anteciparam ao trabalho, pois uma cidade não dorme quando já possui algum porte. Desse start inferimos que nem sempre ficamos sabendo o que acontece em outro país, pois a notícia que devemos saber é da cor do céu, é ver as gentes das ruas, é se desligar um pouco dos gadgets, prosseguir, como tantos que somos, mesmo com inquietações que nos fazem sofrer... Mesmo com as penas que nos infligem as circunstâncias que nem sempre são um motivo justo, como o determinismo que certas famílias encontram na pauperização de seus lares, com causas de salários exíguos e condições de moradia insalubres, mesmo quando emprestam duramente sua força de trabalho, descendo o morro para trabalhar.
            Os exemplos que tomamos de países que investiram muito na educação, como a Coréia do Sul, revelam as guinadas possíveis dentro de um espectro em que cada vez mais vemos estudantes brasileiros migrando para países de primeiro mundo, como se não se previsse que esses países já não aceitam como antes os estrangeiros, principalmente alguns países da Europa e os EUA. Cada vez mais um retraimento e protecionismos de ordem econômica passam a tomar dimensões assustadoras, já que podemos acompanhar o estridente abalo dos alicerces do mercado livre na guerra comercial iniciada por Trump. Não que não fosse algo previsível, pois o próprio mercado recria leis intervencionistas para revelar que nem sempre o comércio é livre, com as demandas sendo atendidas conforme o curso das balanças e suas compensações. Em síntese, a vida financeira de qualquer nação que não possua uma educação de qualidade, seja capitalista ou não, fracassa: nos serviços essenciais, no consumo e nos empregos.
            Por uma questão por si de lógica temos que acertar nossos ponteiros, na medida em que implantar-se sistemas educacionais em larga escala, desde nossos princípios de papel e lápis até o consagrador computador e seus imensos recursos. Essa deveria ser uma questão de ordem, e não a elitização da educação como meio de segregação e consolidação do Brasil como país que fracassa em todos os campos.

sexta-feira, 6 de abril de 2018

SISTEMAS INTEGRADOS

          Talvez seja possível descobrir os vértices de sistemas e suas integrações. No entanto, o tempo em seu predomínio linear cria novos dados reais em concomitância com os dados de programação da fantasia, ou melhor, da ficção. A ingerência de estarmos convivendo com comportamentos que por vezes não distinguem um do outro talvez surja como óbice em compreendermos mais profundamente nossas sociedades contemporâneas: a título universalizante, em novos domínios do conhecimento e gestões, quanto de sabermos a atração e aplicação imensa que gera na ciência a inteligência artificial. Passa a ser tarefa de poucos conseguir compreender a história e os componentes de ponta tecnológicos. Incluso a infraestrutura de um datacenter que surge pontualmente em diversos setores da nossa produção, em que cada fragmento individual passa a ser inequívoco ao empreender grupos igualmente setorizados de pensamentos “iguais”. Aquele que conheça o modo de transmitir uma receita de comportamentos ideais, vem a ser um fax do que se esperava em décadas passadas os minutos de chegarem boletins. Na credulidade de não sabermos nos situar, quando estamos treinando – o jargão usual – estaremos apenas enfrentando populações por vezes com ordens equivocadas, voltando o sistema alimentado pela programação da mass media a sermos – como moda – cruentos, desumanos e autoritários. A partir do momento em que o sistema (que não passa de ser um apanhado de engrenagens eletrônicas) integraliza a brutalidade, o modo de surgir uma sociedade civilizada e possuidora da aplicação dos Direitos Universais Humanos fica comprometido em uma falha de comunicação em que a própria mass media perde-se em um status quo de regressão ou não compreensão de suas falhas, estas que passam paradoxalmente a ser sistêmicas.
          Um temperamento belicista aceitará a pulverização da liberdade no mundo, como já vem acontecendo com diversas nações, em que guerras acontecem sem que se saiba verdadeiramente suas causas. De qualquer modo, a violência nos filmes beira algo sui generis, em que talvez se integrem filmes com a realidade, não apenas no fetiche da ilusão e noção do herói moderno, como em razão de efetivamente as teles serem utilizadas como treinamento e aplicação em guerras no atrelamento da tecnologia em que a unilateralidade é assustadora. Encontrar motivos que expliquem a onda de violência em alguns lugares do mundo, incluindo o nosso país é uma tarefa que só uma inteligência de porte, através de estudos gerados desde o início da formação de nossos filhos e netos, despertaria para saídas mais preventivas, sem necessários combates desastrosos e intermináveis. É uma questão de orçamento, tão apenas isso. Não seremos uma nação verdadeiramente soberana enquanto não investirmos massivamente na educação, incluso e principalmente nas áreas da cidade onde é precário o investimento, quando na escola que atende aos necessitados nem ao menos servem do alimento decente, e os professores não ganham um salário condigno. Não adianta integrarmos os sistemas de um país se não nos prepararmos inteligentemente a poder desenvolver aqui dentro o conhecimento necessário para termos os nossos próprios. Quando comprarmos uma peça, um artefato, um produto manufaturado, devemos tem em mente em aprender como foi fabricado. E quando reinventarmos e plasmarmos a arte, devemos pensar que esta verdadeira não precisa de nenhum sistema ou integração – respeitada a cultura de cada etnia ou indivíduo – pois podemos mostrar ao mundo o alcance da expressão (seja no cinema, nas artes plásticas ou na literatura e na música) de toda uma nação que clama por algo que não seja ofensivo ou violento!