sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

QUESTÕES QUE NÃO NARRAMOS

            Não há muito do que descrevermos de uma paisagem, como em Pero Vaz de Caminha, pois estes anais históricos dependem de toda uma narrativa em que pousemos um olhar sobre a história mesmo que seja quase um espelhamento do que já vimos em nossas vidas e percebamos que nunca devemos repetir nossos erros, pois esse retorno não procede, já que o que antes era de terra agora é asfalto. E desse asfalto seria excelente passarmos a uma via férrea, pressuposto incondicional de um progresso. Arcaicos pensamentos por vezes nos invadem, e saibamos que a única verdade uníssona é a vida espiritual, pois que, quando dela se consagra a alguns como opção, como vereda, que seja, um modo em se viver, a que a alguns se pareça uma muleta, mas para muitos nada melhor é uma muleta se andarmos com mais desenvoltura e mais felizes por possuí-la. Essa é uma condição social em que muitos se encontram, na sua busca por explicação que verta uma luz sobre o processo da realidade onde nos posicionamos, e transcendermos essa caleidoscópica realidade é como na medicina, onde o cirurgião olha por todas as circunstâncias os eventos antes de usar do bisturi. Há que se ter uma visão do que já pertence ao mundo tão conturbado materialmente como o nosso. E a premência da questão urgente em nos aprofundarmos no conhecimento, não apenas técnico, mas histórico e filosófico parece algo que possui vertentes cada vez mais amplas e contrárias a esse processo, justamente àqueles que podem ingressar em ensinos superiores, em que já começamos a vislumbrar que a força intelectual começa a perder espaço para a truculência da força corpórea, o que gera uma disfunção cotidiana na ausência do humanismo entre aqueles que possuem alguma relação mais concreta entre seus pares. Justamente, isso se traduz naqueles que hipoteticamente nos representam, e atentam contra a democracia, usando de todos os artifícios nocivos para tentar chegar ao poder. E quando essa questão se torna visivelmente clara, onde nem sequer tentam disfarçar esses casuísmos chegamos à conclusão óbvia que esses personagens ensanduichados pela ganância devem ser rechaçados. Deve haver resistência. Quando chegarmos ao cúmulo de uma cor de camiseta significar mais do que ela em si mesma, ou quando um gesto inofensivo for contrariamente considerado aos olhos do sistema, quando não pudermos expressar a opinião, seja filosófica ou não, quando um negro ou um enfermo for enquadrado por essa condição de etnia ou saúde mental, vitimados pelo preconceito, será a sociedade em que muitos – incluso os ilustrados – verão que ruiu sem precedentes históricos, e verão igualmente acabarem sob as mãos de ladrões e máfias gigantescas os paraísos que porventura acreditaram ao verem os filmes, e ao sonharem sua miserabilidade de uma espécie já fragilizada em que pouco a pouco nos tornamos.
            A questão em aberto significa que não há ameaça a ninguém repartir o pão aos que necessitam, reformar a sociedade para que caminhemos para um socialismo distinto, verdadeiramente revolucionário, e que nos unamos todos para fazer deste país de novo uma referência internacional, eximindo de nossas mentes e atos que outros países decidam o nosso futuro, que nunca e sob hipótese alguma deve passar por um golpe em que já articulam as classes conservadoras ricas e seus patronatos tentaculares que chegam até a premiação de delatores mais empobrecidos. A União tem que se tornar forte, em todas as frentes, em todos os canais, e com retaguardas bem guarnecidas, pois é a partir da segurança de nossa gente e nossos atos que veremos o país sair dessa tempestade e tomar se rumo em direção a uma bonança maior, em que se liguem o material e o espírito, e que as leis permitam mais justiça social... 

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