Tremenda embarcação, esta em que nos
situamos a respirar do ar noturno
E que tangencia uma palavra que seja
dada ao espírito, de uma noção livre
Em que nos encardamos na tipoia de suas
velas içadas no temperamento
De um florescimento em que Dante seria claro
ao versar o tanger de uma fera!
Barco que nos chama a algo, e que nem
sempre sabemos como, mas fala tanto
Que outros versos diriam, e que
bastaria, em homenagem viva, a vermos Camões
Como um turíbulo pungente do que há
ainda a se prescrever na medicina de Deus.
Dentro de um convés de laterais curtas,
a se agarrar nas alças, transpomos
Um cabo tormentoso em que hoje o talento
africano recria-se a enriquecer
De sua cor os extenuados e antigos europeus
que desandaram na desanda de XVI.
Que os franceses pensem em suas diversas
argélias, e que os ingleses retraduzem
O que fizeram com seus barcos repletos
na Índia sagrada que os poetas pétreos
Carregam nos Vedas a compreensão mesma
do que versa certa realidade...
Mas o barco não traz ressentimentos,
pudera, nem arca seja, mas com gentes
Que revigorem tratados, que aceitem do
que seja líquido, pudera, não podemos
Com mais liquefazer do que os Oceanos
que ditam a plataforma do aquecimento.
Esquecemos que temos agora um barco
gigantesco que nos subtrai as terras
Sem nos darmos conta de que aquilo pelo qual
lutamos arduamente
Evanesce como as cinzas em um sertão
preservado e incólume na seara da Bahia.
Comecemos com o ardiloso perfil de toda
uma massa perfilada em outras naves
Que sequer sabem onde reside o próximo
pilar dos mares, se veem no tipo rádio
As telas de algo que serve e serviu para
alienar os montantes rumorosos do destino!
Será ainda possível uma linearidade sem
a fração de que nos fragmentemos
A dizermos que em um país não se possa
traduzir um gesto fundamentado
Em uma expressão livre que remonte uma
data transversal da paz?
É um barco, camaradas, é neste barco que
ensaiaremos o nosso ressurgimento,
Pois agora não dá para alterar mais a
roda da história, posta a posição do timão
Em que aprumemos a quilha que a algum lugar possa, ao mesmo fundearmos...
É alternando marés com
tempestades, que vamos avançando na procela
Dos penedos e parcéis gigantescos e
abissais, que o movimento de uma vaga
Redescobre os marulhos de mariscos
bêbados de tanto serem tocados pela água.
E saibamos que a mesma água desce das
serras com a exatidão de uma coroa
Quando esta oculta a mais linda pedra
diamantina do planeta Terra
Que possui o mais lindo nome, algo entre
Verdadeira e Liberdade... ipsis literis!
Nenhum comentário:
Postar um comentário