Resta-nos formas variadas, as mais
várias do que jamais se viu, em termos de imagética, posto estarmos em plena
revolução tecnológica onde Eric Hobsbawm, se vivo, encontraria fertilidade em
publicar um ótimo tratado. Uma era em que os objetos tomam as suas formas, os
desenhos são conquistados como ferramentas indispensáveis, as técnicas
industriais fomentam um desenvolvimento sem par, que chegamos a pensar em um
aparelho celular como se nos desse mais poder em relacionarmos do que a nós
mesmos, em que sem ele estaremos meio mortos em termos de contatos e inserção
social, digo, para aqueles que não tem mais tempo de contestar esse modo de
vida. E outros, com novos modos de trabalho, a precisão mais exata, o cálculo
muito mais veloz, a apuração refinada, a robótica em suas hierarquias já
viradas realidade, e uma indústria química no entanto que não vem muito às
claras, mas que encontra em seus profissionais e universidades capacitações de
relevo e investigação gigantes. Esse é o panorama em que Euclides da Cunha, ao
invés de descrever a Terra, o faria com a Técnica. Estamos nos tornando bem
técnicos, bem performáticos, muito apegados ao corpo, pois este aparentemente
com a sílica ampliou muito a visão para dentro do processo produtivo,
obviamente dentro de nossos quadradinhos ou quadrados maiores e digitais. Há
opções, há jornadas de encontro com a Natureza, mas quando isso se torna
necessidade primeira, há quem critique.
Talvez não saibamos mais se os
objetos são vivos, mas que nos ampliam a vida, mas que nela nos abreviam, mas
que por eles sucumbimos... Não faço o papel do advogado renitentemente
negativista, mas acontece que não busco mais referências ao escrever, por saber
que muitos não se formam nas universidades, mas no entanto aprendem algo. Será
que seremos superlativados, ou que caminharemos melhor com os aparelhos que nos
guiam, estes que dependem da energia e certa habilidade? Melhor seria dizer que
a mão do macaco nu que é o homem, mostra os tendões trabalhadores ao menor
sinal da cólera do ostracismo, pois é no não trabalho que pensamos trabalhar, e
depondo contra outros que trabalham trabalhamos para subverter. Em suma, compactuando
àqueles que destroem por noções nefastas
de poder, utilizando sistemas externos, estamos virando-nos contra o país e
subvertendo o poder constituído. Os sistemas externos sempre serão válidos
quando deles adquirirmos conhecimento e não a falta. Prestemos atenção, muita
atenção ao que ocorre no país, pois os objetos não possuem vida e nos podem
atrapalhar o andamento e a paz de todo um sistema mais amplo e coeso que já possuímos
e que funciona, apesar desse objeto que vibra e vibra o Congresso Nacional, mas
que acabará cansando e voltando à uma estabilidade coerente com o que o Norte e
Nordeste possuem de querência, e rincões importantes do Sul e Sudeste. E que o
Centro Oeste nos alavanque, país e pátria do alimento!
Na síntese desse apanhado de
questões, saibamos que na verdade as ilhas em que nos tornamos por vezes, em
nossa própria questão de treinarmos mais do que viver, se garanta que do voto,
um que seja, vale toda a questão diamantina do poder consagrado, apenas isso,
que queiramos que os objetos não subvertam a nós mesmos, e ao voto concedido
religiosamente professemos a fé, mesmo àquele que é visto ao olhar do porte de
seus poderes como autoridade, que podemos sim, manter a ordem constitucional do
que constituímos enquanto seres que neste mundo habitamos, independente de
Cartas Magnas, pois é na verdade de nossos atos que saberemos erigir algo, e
que se respeite o tempo do direito constituído por nossas mãos, pois esse
frenesi de teclar e subverter merece investigação redobrada e constituída, por
si, ao mesmo direito. Não podemos sair de um fato que recorre sempre em
qualquer circunstância, que nada ou ninguém pode subtrair a cidadania como
direito constituído, e atentar para um jogo de invectivas parcas do poder só
subtrai as esperanças dos povos. E porque toda essa recorrência política, ou um
arremedo pessoal de tentar compreender algo, para este humilde homem que lhes
escreve? Talvez porque haja uma íntima relação entre os displays eletrônicos
como algo que fascina a tantos, mas que na verdade este não consegue interagir
bem com esses meios. Ainda faço da leitura meu bom exercício e usufruir
estético e intelectual, ainda uso meus lápis para desenhar e compreender melhor
o mundo que vejo e penso dentro da minha limitação enquanto homem, e jamais
pensaria que a porta que vejo no olhar vítreo de um ser tornado objeto enquanto
olha um aparelho que não tem a vida, que pulsaria muito mais linda... Se a rainha
que a joga exibisse mais para adiante seus brilhos castanhos e lindos como a
ternura, como a flor do carinho.
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