domingo, 1 de janeiro de 2023

BREVE ESTUDO DE SIGNIFICADOS

 


          Importa, às vezes, que saibamos algo que nos diferencie, concretamente? Ser tangido pelo conhecimento talvez seja o viés de não poder expressá-lo, ou saber que falta uma vasão a que seja ensinado, compartido, ou organizado dentro de nosso próprio arcabouço interno, gregário, no entanto. Significar algo remonta a uma história de vida, e quanto deixamos esvair de nossa cultura ao ignorarmos os idosos como esteio cultural de nossos povoados, cidades, bairros, aldeias? Toda uma memória histórica se perde ao desacreditarmos a experiência dos mais velhos como algo obsoleto.
         O outono começa, as estações se sucedem, e nossas histórias seculares se perdem ante a força da ficção, no mais das vezes importada de meios internacionais de monopólio do entretenimento, ou de cópias de produções nativas, ou mesmo do mouse e sua conformação de ferramenta, talvez nem tão indispensável sob vários aspectos, como na necessidade do retorno de certos ofícios mais artesanais, pura, simples e radicalmente inerentes a uma sociedade realmente inovadora. Esse é um aspecto que podemos encontrar no simples exemplo de que, em uma comunidade extremamente carente, o barro pode plasmar ideias, o carvão projetos, e antigos brinquedos podem ser reinventados, com novos materiais, como as garrafas de plástico, os arames, a massa epóxi para esculturas e os blocos de cimento expandido, igualmente para escultura com talhas e martelo. No campo, a palha de milho e seus cigarros, as jutas, os cipós, as tintas de sementes, e a compreensão da agricultura dos filhos dos camponeses em espaço de aprendizado com o que se tenha, por não precisar esperarmos por insumos da ordem de recursos outros que não sejam propriamente o que já existe na realidade desses povoados em um país como o Brasil que precisa aproveitar um ensino dentro do improviso saudável de fomentadores dessa educação que deve emergir lá de baixo.
          Precisamos de significados, reinventarmos a educação, utilizarmos materiais os mais variados, não ter que resolver tudo apenas em seu lado tecnicista, pois os professores devem vir antes da escola, quando não há ainda, e é a partir deles que fomentaremos – que seja – uma tamanha consciência em suas origens, dando margens a que se ergam efetivamente os espaços educacionais, em que se remunere mais, conforme o esforço de cada qual...

Nenhum comentário:

Postar um comentário