quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

O INVENTÁRIO MORAL DE UM HOMEM (I)

 

           Por vezes, usamos as mesmas armas que um cidadão sugere, com seus atos.... Como a hipocrisia, a intolerância, o despotismo, o poder rude ou grosseiro de palavras e seu emprego, a covardia em massacrar aquele que é vulnerável perante toda uma população, o racismo, a misoginia, o preconceito contra gêneros, igualmente contra portadores de doença mental, nisso de se enumerar igualmente a covardia contra adictos de qualquer substância. E, na face inquieta desse prejulgar, a informação que é usada para essas ofensas quer e por vezes consegue confundir a mente da vítima. Esse é um dos defeitos de caráter que reside na oração do Pai Nosso, esta que nos ensina a ver a dimensão mesma da ofensa e do ofensor, perdoando, pois quem ofende está equivocado. A vida de um ser não está compulsoriamente diagnosticada ou predestinada a que ouçamos esses pequenos ou grandes equívocos. Se temos um rádio com uma frequência basta desligarmos esse canal e passarmos a ficar em silêncio, para não entrar na mesma vibração. Essa questão não seja de obrigações maiores do que estarmos realmente resguardados em nossos nichos existenciais quanto de sabermos que isso pode consertar ou ajudar a reparar nossos defeitos, ou mesmo abdicar de compartir com defeitos de caráter alheios.
           A função de fazermos um inventário moral é simplesmente tentar revisarmos nossos egos sobretudo com a mesma ideia de termos um alicerce espiritual como uma estrutura de arrimo junto àqueles com quem compartimos nossas veredas na forma mais carinhosa quando na medida do possível. Com a dita compaixão extremamente necessária nos mantemos mais ou menos receptivos com relação à vida de todos aqueles que participam de nossas vidas, sendo que os erros de caráter possam ser especificados nos nossos cotidianos. Essa enumeração de nossos erros seria ter de longe a mais afamada questão a respeito de nossos segredos, e a reforma importante de cumprirmos com a reparação moral e compulsória com antigos entraves em nossos sentires ou agires. No cumprimento de um inventário moral as frentes de nossas fragilidades existenciais se tornam algo mais absorto na esfera da compulsão em dizer demais as nossas preocupações, os nossos processos existenciais, e os nossos afazeres complexos com relação à confissão paulatina, desentravando psiquicamente nossos laços com a irrealidade em que tornamos por vezes os resultados nas nossas incursões materiais ou espirituais. Essa face de perscrutar a nós mesmos resulta igualmente no foco que estabelecemos diuturnamente para a aurora do lento e necessário despertar.

Fim da primeira parte.


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