domingo, 26 de dezembro de 2021

UMA DIMENSÃO OUTRA

 

No cenário indistinto da matéria
Que sejamos ópera construída
Sem nos atinarmos na mitologia
Em que uma dimensão seja outra
Daquelas que podem entorpecer
Mesmo o destino mais avisado…

Assim de se dizer que sejamos
Igualmente verbo decassílabo
Na construção de uma estrofe
Que alongue mais o conhecer
Dentro de uma possível limitação
Que nos mantenha resguardada a nau.

Nada que se forme, o barco se mantém
Discretamente evoluído em suas mantas
De arraias submersas no caudal rumoroso
Onde mais a não se poder possa algo
Convictamente necessário ao lapso
Em que permaneçamos silentes ao léu.

Gostar da poesia é como amarmos
A mais não poder, posto este é possível
Dentro de uma pretensão de retórica
Na veia transparente da verdade
Irretocável e bela em sua intenção
A se fazer crer que o cidadão seja ser…

A seis de toques, a treze de somas,
A matemática inconsútil repara
Naqueles consertos mais sutis
Como o vazamento informativo
Ou mesmo o encontro com algo
Que nos remeta a uma informação única!

Quantos de nós seríamos mestres do ar
Ao respirarmos aliviados depois do tempo
Em que dirimimos as dúvidas covardes
No pequeno detalhar-se equações onde,
A quem se dignar a tentar resolver
Encontrará apenas a dialética crucial e breve.

Porquanto não sejamos sempre tão leves
Quanto o diametral oposto da vida
Que a outra brevidade construa
A saber, que se toque o alaúde
Por encima de velhas bugigangas
Nas vertentes indeléveis de cada caso…


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