A partir do momento em que estejamos aptos a
misturar um suco, a cozinhar uma batata, a ver mais sobre o nosso
próprio olhar, estaremos aptos a prestar qualquer serviço básico e
essencial. Todos eles possuem a plataforma da querência, todos
demandam um esforço, todos são factíveis de serem aceitos na
sociedade, não importando muito o como ou porquê, nem mesmo a
intenção, quando disto subentenda-se ser ou fazer parte da
sinceridade e da assertiva colaboração. Melhor dizendo, uma ação
em consciência de Deus, um serviço devocional, seja ele a partir de
Cristo, Moisés, Abraão, Maomé, ou mesmo entalhado pelo pensamento
divinal da filosofia. Os resultados são certos, como pérolas
ensartadas em um cordão! O Todo Atrativo, ou o Poder Superior nos
demande que seja Krsna também, em síntese, não importarão tanto
os nomes… O nome Krsna é O Todo Atrativo, é o Senhor Supremo,
Deus, que eternamente nos guarde. Afora a questão espiritual, que
nos mova e proteja, o serviço – qualquer que seja – está,
quando para melhorar, como tarefa essencial, à moda e escopo do
trabalho, não propriamente convencional – posto alguns terem
limitações quanto a isso – faz parte da evolução igualmente
material e existencial humana.
O aferrolhar uma peça, a
construção granítica, a poesia indelével, a inteligência
sumamente necessária sempre serão dádivas quando estiverem
presentes, devidamente guarnecidas pela razão. Essa mesma e pungente
notícia que recebemos através de um veículo, ou melhor, na atenção
de uma atmosfera límpida, ou de uma película transparente de um bom
filme. Não se alterca mais fora do diálogo, sendo as palavras uma
eterna fonte não residual de informações que, quer tratar-se de
sigilo ou não, busca em outras o embate – aí sim – saudável na
quimera de nossas vidas. Quando temos uma boa caixa de ferramentas e
aprendemos a usar apenas uma bem, calçaremos ao menos as sandálias
de um bom sapateiro para mais tarde calçarmos suas botas, em
necessárias aquisições!
Em uma música barroca, a se falar
das ferramentas temos, como coadjuvantes de seus instrumentos, um
Bach que remonte algo que a poesia geralmente admira, que são os
contrapontos, ou linhas harmônicas na sincronia, como melodias
entrelaçadas. No viés existencial, enquanto caminhamos por uma rua
– seja de onde for – as pessoas estarão presentes e, para quem
está apto a desenvolver a aptidão e sensibilidade para tal, há um
tipo de moto continuum que prescreve cotidianamente as direções,
sob a batuta de intuição, haja vista as mulheres consigam nesse
quesito mais conquistas do que os homens, pois são de mais
assentimentos nesse aspecto da persona que somos…
Passamos
por fases de integralização de modais os mais variados, e é nessas
horas que estarmos coligando arte e ciência nos aflore o caudal da
cultura como jamais estaremos em falta no milênio pelo qual
atravessamos com nosso barco, ou com nossas asas por vezes famélicas
de uma pedra por onde descansar. Descansamos sim, ao largo de nossas
vidas, turbulentas ou não, mas o ferro é característica de um
possível robô: somos de carne, de vísceras, muco e sangue, e o
espírito que anima essa maravilhosa máquina como noviça espécie
no planeta, tão inatingível que sobremodo está presente na
eternidade, mas não sabemos quem seremos depois ou o que fomos
antes. Talvez seja apenas a esperança que nos reserva a sabedoria,
esta que nos remeta mesmo à certeza, e a prática aponta o agir,
mesmos sem contar com muitas letras, pois aquele que remonta sua
enxada é capaz de carpir, e aqueles que de modo feliz possam alugar
um trator, possuindo mãos, são capazes de semear. Essa caixa de
ferramentas encerra os ensinamentos de diversos profissionais, como
há um canivete que se aproxima do corte, e há um bisturi que se
aproxima do tentar salvar uma vida. Em si, um Victorinox são
várias ferramentas em um, desde a tesoura ao saca-rolhas. Na hora de
decidir algo com relação a uma técnica, temos que usar uma
ferramenta que se encaixe, como na hidráulica é tão importante o
alicate de pressão e, para instalar um varal é necessária uma
furadeira, e de preferência Bosh ou Black & Decker.
Citar marcas na sociedade de consumo pode virar uma mania de
oficiosos trabalhadores mas, na verdade, podemos muito bem fabricar
nossas próprias ferramentas, ou construir uma ferrovia com nosso
próprio know how. É bem esquisito falar em ferrovias sem
podermos crer que isso é um passado que já vem de longe, desde
Juscelino, em nossa História.
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