sábado, 24 de fevereiro de 2018

O QUE ESTAMOS VENDO...


Não se vê o que não vemos, ou se vemos acabamos por quase saber
Que a vida seja mais completa em sua virtude é certo do conhecer
Mas a massa do pão teima em alimentar-nos do concreto e do poder
Em vista do que o povo pode, e não é vã se grande for sua atitude!

Não soçobremos na vista de uma nuvem que prenuncia o algo do mar
Quanto de ondas estamos já cravejados pela experiência que tende
A sermos uma joia de brilhantes engastados no cordão que nos una…

De sermos povo, sermos sempre de Deus, que este é alto quando dita
Qualquer regra que não nos imponha o tempo, pois é através deste
Que mensuramos nossos quereres em melhorar a nossa e a do outro: vida!

Mesclamos um tipo de complexidade aparente, quando a angústia
Por vezes nos leve a um tipo de opacidade nas vistas que não se encerram
Quando por sobras de limalhas vemos nossas indústrias acabarem uma peça.

Do torno ao gesto, de uma montagem cenográfica em que pensemos arte,
Do quilate indivisível do saber, do humanismo em querermos apenas bem viver
Sem termos que acreditar que será através de um tempo sem mudanças
Que estaremos testemunhando melhoras na aparente contradição dos ventos!

Posto em caminhos vejamos estrelas mais gigantes que nossos propósitos
Em um requisito que talvez nos acompanhe nas lides que nos empatam
Com os jogos em que não nos ensinaram as regras e continuamos pelejando o gol.

A princípio distamos de um quase nunca que sequer alicerça um mastro de lata
Quando sabemos que em seu cerne está a cepa que não deveríamos ter extraído
De uma floresta entre outras que faz o barco soçobrar no descaso da evidência!

Siga-se a vertente, o modo aprumado da coragem, que estas palavras encontrem
Ao menos a ressonância dos de bem saberem criar a atitude que não revele faustos
Nem ditas falsas questões em que por vezes nos confundimos em cruas entrelinhas…

Nada é mistério na poesia, pois seu significado reside no coração do poeta,
Que seja, germinar a esperança em nada que nos impede que lutemos nas esperas
Ou que – vigilantes – olhemos pela Pátria com o mesmo olhar do sem ressentir-se.

Nas vestes nos vemos iguais a quem quer que saiba que estas cobrem nossos corpos
Na prata que não é prata, no ouro falsificado, na bolsa que é de todos a marca
Ou no tênis caro manufaturado por mãos precisas e duradouras de uma Indonésia.

Sabermos do mundo se tornaria tarefa maravilhosa, e aprender novos conteúdos
Seria outrossim uma boa suposição, ao que a ideia não nos remeta à encruzilhada
Por esquinas trafegadas por tantos e tantos que a cidade torna-se minerais de lona.

Ah, sim! Que matéria em que nos vemos justos, juntos, a bem dizer de próximos
Verões em outras partes, visto que o celular siberiano não esquenta no Saara
Mesmo quando de conexão sincera, a saber, não estamos conectados no frio mundial.

Saibamos que a comunicação exerce o fascínio por um lado quando os elétrons
São reis no átomos concebido nas correntes, esse exercer cinético que não reside sempre
Onde sequer sabemos exatamente o que acontece quando estamos distante de nós.

Uma maré que carregue o fardo de qualquer melancolia, para acima de nossa condição
Subscrita nos papéis que largamos em educações que nos faltaram e não servem
Por agora que passamos a acreditar no topo sem termos acompanhado as bases.

Pois pudera superarmos nossos erros quando pensamos em algo renitente
Nas faces do que não se sabe ao certo, mas que o desfecho iminente não passam
De datas cabais, de dias e meses, de um processo agigantado e humanamente
Quase impossível de prever em jaças que esquecemos nos rastros das joias da coroa!

Voltaremos ao Brasil imperial, ou de colônia sabe-se que ao poeta lhe falta história
Para ter vivido um tempo onde sequer oligarquias exerciam seu papel em desmonte
No desmotivo de saber – aí sim – a questão de aonde residirá a nossa metrópole…

Hemos visto a imagem continuada das armas, e quando essa imagem se torna trono
Muitos paradoxalmente ficam tranquilos ao saber que na linha do fogo estarão
Outros que certamente não são seus filhos, pois o condomínio já possui segurança.

Seria pouco não falarmos que podemos tender mesmo assim ao fracasso,
Pois a vivência cotidiana da segurança nacional não possui o ranço nem o ódio
Que move outras partes, na razão diretamente proporcional ao anárquico poder
Que muitos encerram na sua lógica de correr em direções, o mote indecente!

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

O ÚTIL COMO ABORDAGEM

            Estranho como a utilidade vem abraçada com muitas coisas que funcionam, que servem a algum propósito. Nunca foi tão útil o sistema da computação como hoje em dia. Nada funciona sem ele, e pensamos, como seria qualquer desapego dos meios digitais? Talvez não signifique muito pensarmos sobre, mas igualmente poderíamos pensar em nossas conexões com a Natureza, se é que a nossa relação com Ela deva ser nomeada dessa forma.
            O útil assume formatos por vezes inexistentes, quando por si atende a apenas um indivíduo, no que tange a ser assim necessário. Por que? A coletividade não é importante? Pois bem, quando vemos uma formiga solitária, esta por vezes procura, em meio a tantos outros espécimes menores ou maiores. Aquela formiga bem menor, se desatenta, é predada pela aranha, o que nos leva a pensar que a atitude, ou o modo de se portar individualmente remete a um espelhamento do que coletivamente apreendemos na vida, principalmente se somos mais idosos e experientes e não precisamos tanto da sociabilização para viver. A leitura, o conhecimento, a arte, enfim, a cultura como um todo nos dá um suporte espiritual suficiente para que possamos estar entre as gentes e não necessariamente termos que pertencer a quaisquer agrupamentos, que possuem sua utilidade, por vezes equivocados em uma única postura que não alterna com as diversas realidades que compõem o cenário mundial. Um cenário que transforma homens e mulheres em suas úteis funções, porquanto estes por vezes se ausentam de realidades mais concretas, como o desmatamento e o desenvolvimento como intenção em si, independente de seus impactos sobre o bem estar dos seres vivos e de seus biomas. Enquanto não se pensar em resguardarmos o que nos cerca acabamos por destruir esperanças naqueles que possuem ainda uma consciência que vai além da simples utilidade em seus processos existenciais. A mudança de paradigmas existenciais nos dará um amplo espectro quando aprendermos a desenvolver uma visão mais crítica das novas tecnologias, dos processos produtivos e como respondemos ao social quando permitimos uma segregação imposta, ou quando caímos em erros no modo do preconceito em relação a tudo o que nos seja diferente, ou mesmo aquilo pelo qual deveríamos tecer saudáveis debates ao invés de rechaços cegos.
            O diálogo pode nos parecer algo fútil, mas naquele encontro face a face, sem necessariamente facebook, nos fará perceber que separar nossa face dos livros na aproximação concreta dos dois fisicamente, nos isentará de sermos mote de investimentos que se baseiam na utilidade de nossos dados, de nosso perfil. A questão de nos expormos em coisas que são aparentemente gratuitas estabelece padrões em que acabam enquadrando a realidade conforme nossos gostos ou opiniões. Sendo a informação uma moeda de troca, devemos saber que não a demos assim, como em uma bandeja de oferta ao mercado. Temos que resguardar o viés de certos modais do sistema, ao sabermos que tudo hoje é simbólica e efetivamente fruto de sistemas computacionais. Giramos nossas cabeças com base nisso, e devemos nos situar que, na ausência ou falência dos computadores sequer sobreviveríamos por alguns dias. Essa é uma realidade que norteia a contemporaneidade de nossa espécie. Portanto, um contraponto em relação a essa realidade algo mecânica, pensarmos em arte, em filosofia, utilizarmos mais o papel e não sermos tão úteis assim para esses sistemas e suas integrações são saídas para termos nossas vidas mais autênticas. A utilidade dos sebos e livrarias fazem do mundo algo mais belo: a poesia é algo lindo! A filosofia igualmente. Que seja, a religião também... Pois que sejamos vivamente os donos de nossos destinos, que lutemos para um país melhor, mais igualitário, mais justo socialmente, mais humano, mais rico em todas as suas camadas. Que surja um mundo melhor, é essa a grande utilidade de um pensar mais sereno mesmo em decorrência dos obstáculos que se antepõem ao progresso de uma cidade, uma nação e o mundo. Quanto da importância de nos mantermos serenos está justamente a faculdade de pensar que dá origem a atitudes e gestos fraternos em relação à humanidade. O ódio nunca ajudará a termos paz em nossos gestos; não é motor algum, que não seja apenas uma motivação inócua de proceder a algo que não traduz um modo civilizado de se portar, um modo beligerante de caos e conflito.
            Nada do que pensemos seja útil quando baseado em contendas, competições infrutíferas ou atritos evitáveis pode ser exemplo da vida em sociedade, pois a plataforma desejada pela humanidade deve ser a da paz, harmonia e igualdade com relação à distribuição de renda e um regime que preze sempre pela democracia. Essa deveria ser a razão distribuída a todos, e àqueles que não possuem condição para entendimentos dessa ordem, uma educação necessária e de porte maduro para a empreitada de nos capacitarmos a resolver inúmeras questões pertinentes à nossa era. 

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

O NOVO NOS SEPARA…


          Nada será uma assertiva elegante em dizermos que o novo é algo que não temos. Talvez sejamos mais pontuais em afirmar que o novo é numericamente mais elegante, sim, por que não? Uma rede é uma rede, qual seja, de pesca, ou de nós entrelaçados por TCPs/IPs, ou outros protocolos de alcance. É justo por essas máquinas que nos acreditamos inteligentes, ou mais, ou menos. O mundo respirará vitória se olharmos para aqueles que são a ponta do vértice, o lado da célula, posto o modal celular não é quadrado, mas sim polígono de vários lados. Conectado cada ponto, com um ou mais no meio que gera a geometria, sendo o ponto de mais peso, e essa inteligência tem que ser investigada com mais propriedade se queremos atingir vértices com maior número de conexões. Tarefa possível através da vibração ou da imantação maior dessa frequência. O novo já não está, mas a conexão está, mesmo adormecida, e só se desmantela um operativo inimigo cerceando o rádio, rompendo a conexão, e isolando o vértice na investigação pura e simples do display. Este tem o poder similar a centenas de câmeras de vigilância nas mãos de quem não deve, nas mãos do crime. Se há poderes paralelos se apropriando da tecnologia será através de silenciosos softwares operativos que se deve utilizar uma força, com os soldados municiados de ótimos displays, sistemas de rádio, em um modal que só poderá fazer o efeito se uma força de segurança se dispõem a fazer do lugar de atuação células físicas com o retorno que se torna positivo quando alicerçado em centrais de inteligência. Igualmente, corporações treinadas e bem pagas e investimento em tecnologia. Obviamente, quando a questão é de embate, de riscos de vida, deve-se ficar atento e antepor na conduta um patriotismo pela missão, que é debelar tamanha onde de violência que acomete o Rio de Janeiro. Estabelecer uma régua, e atingir – polegada por polegada – as tarefas concomitantes em que as Forças Armadas fortaleçam igualmente a nossa democracia. Dito, pois é no espírito democrático do debate dos grupos de inteligência e na flexibilização da hierarquia militar que se pode chegar a avanços significativos, e ao mesmo tempo abandonar a ideia de que teríamos uma repetição histórica de décadas passadas... Posto a assistência ao soldado agente do combate tem que estar preparada para também entender da inteligência de seu major, pois os celulares e consequente aproximação individual com diversos aplicativos tende a democratizar a experiência estratégica, e mudar para melhor, dentro da sua democracia interna, a relação profunda que há de existir entre aqueles que arriscam sua vida e as vítimas que são reféns da ação criminosa e suas facções. A princípio, há uma relação simbólica do Exército Brasileiro com a repressão que vivemos nos períodos de chumbo da ditadura. Estancar e desmitificar essa questão é tarefa gigante que toda a sociedade civil e os militares devem construir para haver uma relação amigável, amistosa, que não busque sufocar os trabalhadores cariocas com versões de cunho ideológico que só buscam o conflito entre um soldado e um cidadão comum, posto um soldado ser um cidadão como qualquer outro, só que este fica à frente, na linha de tiro de fuzis altamente poderosos de uma gente que ascende socialmente para um tipo de riqueza à custa da brutalidade e da inoperante razão de demência desumana.
          O novo, o que vem, não nos separa… Os que residem nas favelas passam por vidas vulneráveis, e no entanto a zona sul continua a consumir os tóxicos. As drogas, assim como a corrupção nas altas esferas – no exemplo cabal do crime igualmente organizado – permitem ou são causas de brutalidades que acometem a sociedade. O que pode pensar um garoto pobre quando vê na TV ou no celular que os representantes do povo navegam por crimes de lesa pátria? Temos que quebrar os conceitos que rotularam as camadas sociais, que buscam segregar os mais vulneráveis, os treinos que se tornaram já anacrônicos para toda uma realidade mundial. Não somos apenas nós, os brasileiros, que estamos sofrendo com os desmandos e desesperança… Toda a questão passa por isso: novas UPPs seriam uma boa ideia, uma educação aos moldes de Darci Ribeiro viria a calhar. Mas temos que lutar para apagar certos fetiches de nosso modo de ver as coisas. Aquele cidadão que se droga não pode, em tese, estar fornecendo lenha para o tráfico. Se todos virem um cidadão fardado portando uma arma para acabar com o crime, ou ao menos tentar, com um tipo de preconceito que segrega a si mesmo, uma convivência com essa realidade fracassará na busca que se deve fazer para tornar nossos espaços sociáveis. O desmonte que se deve fazer sobre como nos vestimos, se usamos a cor para algo, se aparentemente somos amigos, ou um civil passa a se comportar com um militarismo, devemos sempre ter a consciência de que apenas aqueles treinados em armas podem portá-las legalmente e que portar uma arma não é saudável para um civil. Pensemos justamente em uma vida civilizada, dialoguemos com os fortes, mas não esqueçamos os fracos, as crianças e os idosos, os negros, os brancos, pois a lei que deve imperar neste novo milênio ainda é e sempre será a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Basta, temos que ter um Ministério para estes!

domingo, 18 de fevereiro de 2018

TALVEZ QUE SE SEJA


Em vida que se navega, a lida trasfega, crua, destemperada por vezes
Em que não encontremos jamais a desesperança seja em qualquer caudal
Por sabermos que a nau é imensa e todos a Noé que agradeçam ao símbolo!

Sabemos talvez bastante, mas em uma perspiração de Deus, esse da clemência
O mundo frutifica tantas vezes quanto tanto e tanto é o número do infinito…

A que sejamos sempre, pois sim, que somos, independente de rótulos
Em que evanesça essa palavra da poesia, pois o produto da indústria
Não mereceria tanto em uma estrofe em que buscamos resgatar renúncia.

A todos os pais do mundo, que tentem ao menos fazer os seus felizes filhos
Realmente felizes na têmpera da vida mais em se relembrar que não somos
Apenas os líderes de uma casa que por vezes não vê a semântica de um gesto!

Assim, que zarpemos, cada qual, um coletivo, um magote, uma gente boa
Que teimamos em ser, pois a teimosia de uma boa tração na popa e seu leme
Mostra que quando o casco bate a água na profundeza passa um caminhão
Serenamente talhando de seu esforço e de seus filhos o recolhimento residual…

A vida por si não signifique tanto do que aquelas por muitos, pois que seja,
O mundo de muitos signifique mais do que apenas pensarmos que nosso braço
Veste o instrumento do tempo em botões que esquecemos de classificar.

Tudo acontece em um milésimo, e nossos sonhos atravessam séculos, a um segundo
Pode existir mesclas de milagres em que a ciência de estarmos vivendo em comunhão
Possa ser mais uma razão que não nos subtraia a questão de sermos quem somos.

Não existe a incerteza de uma ausência, de uma falta que nos dê um motivo
Que nos vem como um véu que nos sobrecarregue, pois no voo de um pássaro
É tão perfeito o milagre da Natureza que até Leonardo fabrica a seu modo a máquina…

Pois bem, bendito, que renasçamos, pois o mote é agora de uma sociedade de luz
A quem possui e pode possuir mesmo que um arremedo de treva nos ameace
Com a antiga questão de existirem seres humanos que sempre deporão contra a arte.

A arte, o artesanato, a expressão, a ciência, tudo que é fruto do conhecimento
Pode ser a saída para uma compreensão mais complacente até do ponto de vista
Em que o espírito da humanidade teça as considerações mais nobres aos animais…

Pois que – saibamos – estamos tentando nos xerografar para sermos parecidos
Com o algo futuro de algum engenho maquinotrônico, pois bem, apertados
Seremos se não dermos ao menos a garantia ao povo em geral para serem eles…

Pois seja justo que o comunismo espiritual seja o mesmo que prega Cristo
A quem quer que queira, simples como a compreensão que em um inseto
Não há hierarquia com o homem, posto a centelha divina existe em cada Ser!

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

AS MÃOS E AS MASSAS

          Há verdadeiras aproximações em certos termos, em certos contextos… As mãos são uma ferramenta humana maravilhosa para tudo o que externamos, produzimos, alavancamos, incluso as formas gestuais de carinho que navegam por sonhos e concretudes que tão largamente são naturais à nossa natureza como espécie. Somos mãos igualmente que acionamos botões, que empunhamos armas, que tecemos guerra, que praticamos o inconforme. A preparação introdutória, na verdade, diz da relação das mãos com as massas, ou no singular que esta signifique pão, que signifique gente. O cozinheiro maneja a massa e fabrica o pão, em uma tarefa antiga e insubstituível para termos uma qualidade onde nem sempre é primada. O manejo da massa humana é algo que não percebemos em sua totalidade, mas que certas indústrias o conseguem repetindo os rótulos – para citar inicialmente a sociedade de consumo – exaustivamente, com as cores que diferenciam o agregar-se lucro do conteúdo propriamente dito: arroz-arroz, feijão-feijão, etc, como quando o mesmo alimento se apresenta conforme preços na dita competição do mercado, onde se oculta o teor da igualdade de produtos, a diáspora entre setores produtivos. As embalagens são algo que alcança uma metafísica ao revés, algo de onírico, limitado no entanto, pela forma da cartonagem, pelo limite de um garrafa, pela dimensão da caixa parda, com o feed back da propaganda que também engole aquele que não possui capital para investir na divulgação, ou na criação de serviços de marketing mais complexo.
          No entanto, a propaganda vincula o produto na exposição de comportamentos gerais humanos, vantagens em ser fiel a alguma marca, e na diferenciação do que vem a ser investido maciçamente em produções de vídeos, trilhas sonoras e toda a parafernália envolvida, neste nosso mundo onde agora a eletrônica torna-se uma certa ilusão de suporte de consumo igualmente ao século passado – XX – onde houve o boom da indústria do marketing como a conhecemos agora em essência, em seu cerne: a criação da marca e slogan, a exposição nos veículos de comunicação de massa e alvo que abarca a demanda de consumo, seja ela por necessidade real, ou por vias de sua criação, que vai de encontro ao espírito hedonista das camadas mais ricas. Esse hedonismo diz respeito ao sentido de poder que muitas pessoas, ou unidades familiares, grupos e similares, têm pelo acesso a coisas que outros sequer sonham ter. Esse processo de adquirir acaba indo ao encontro do resultado de riqueza acumulada gerando padrões de consumo que, em sociedades segregadoras, dividem o mercado interno em produtos de primeira necessidade e outros que estão profundamente atrelados pelo marketing de consumo que atende aos grupamentos mais ricos. Mas há uma mescla que abarca a classe média, que por si só almeja sempre conseguir consumir o que os abastados fazem. Por incrível que pareça, essa classe média A, B, ou C, propõe a si mesma não se afastar de algo que supõe sagrado, que é o princípio da apropriação, não apenas física, mas de certos conceitos que a torna por vezes nada flexível paradoxalmente por se inserir no meio termo, mas afeita a admirar o estilo de vida de países do primeiro mundo como um padrão que vai buscar no externo de sua realidade a realidade outra que se encontra fortemente no imaginário da indústria cultural que emerge nas cabeças daqueles que só veriam a melhoria na defesa de interesses externo ao seu país como iniciativas que – dentro do suposto contexto da chamada globalização, por exemplo – sedimentariam a relação de dependência, para esses grupos necessária. Isso de comprar nos países ricos quando em viagens, passa a ser típico da classe média A, e aproxima-se de outros setores dessa mesma classe, como importância dada, ou evento importante no cenário de se dar ares de importância nas visitas à “metrópole”. Esse comportamento é estanque em muitos cenários, mas sabermos da possibilidade de que as classes mais altas dos produtores necessitam de um mercado interno como fruto da demanda que deve sempre crescer, e a classe média deveria entrar em concordância em acreditar em seu país como uma nação onde todos devem ganhar mais ou mais justamente conforme a força de trabalho empregada. Crescendo a demanda interna, todos consomem, a segurança melhora, as oportunidades da educação melhora e a saúde melhora.
          Jamais se deve pensar em onerar ou sacrificar a massa trabalhadora, e jamais devem as mãos serem responsáveis por manipulações que dizem respeito aos seus ideais, suas posições e sua verdadeira lutas por um mundo e um país melhor. O crescimento dessa consciência deve ser mundial, principalmente hoje que temos uma conectividade mais intensa com muitos lugares do planeta. Mas a mão faz o pão, deste que almejamos, em todo o seu símbolo que é, a ser igualmente distribuído. As massas trabalhadoras são a razão de uma sociedade, pois a valer de seu esforço prestam o serviço sagrado às diversas sociedades que compõem a nação e o mundo. São essas mãos que alimentam as mesas com seus produtos frutos do plantio, são os da obra que edificam, são fabricantes operários, são de nossa igualmente sagrada metalurgia. Não são feitos de sombra, fazem parte do espírito transformador do universo, e se nos perguntarmos por que temos errado tanto aqui na Terra, podemos responder na prática com acertos, seja na opinião ou na atitude.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

UMA ESCOLHA INDEFINÍVEL

          A um passo que damos para o lado que encerre o caminho, nossa escolha é como um parágrafo que quase escrevemos, por vezes. Passos estes são dados, mas podemos acertá-los com um outro, e mais um, não importando se tememos por nossa vereda, pois em tudo o que fazemos não há mesmo o que temer se abraçamos a vida ausente das máscaras da hipocrisia, sendo pautados pela sinceridade. Há um refúgio importante em nossas liberdades. A questão essa, se um escreve ou pinta, se um trabalha fabricando os pães, ou dirigindo um caminhão, a liberdade está em sua cabeça no propósito existencial em seguir trilhando por si um modal de vida. As nossas vidas, em sua sacralidade, que por si são a nobreza espiritual de sempre sabermos que por mais que estejamos solitários, nunca estamos sozinhos. Um homem pode estar aparentemente isolado, mas se ele vê a Natureza com o olhar profundo, sempre saberá de sua ciência… O mar lhe tecerá companhia, com seus pássaros, rochas e outros seres. Claro, mesmo na matéria reside o espírito, posto não existir a mesma rocha sem seu substrato de vida! Mas a prática libertadora deve pautar-se pela comunhão entre os seres, a definição plausível de não colocarmos o revanchismo na questão de ordem de nossos dias, e compreender finalmente que aquele ser distante não dista tanto quanto a solidariedade de nosso olhar, ou a generosidade de nossos gestos. A tudo encontraremos uma razão, um sentido. Aqueles que tecem guerra vestem o manto de sua maldade e saem, a um estranho e sinistro desfile, com suas máscaras covardes da violência. Não precisamos enumerar exemplos, mas saibamos que a Terra enfrenta um período assaz conturbado, com toda a onda que vem como um vagalhão a dar nos costados do que se prima por bondade. Esta bondade deve ser o nosso modo de ação, a mesma ação em consciência de nossos atos. Não há gongorismos nem muitas metáforas nessa assertiva posto aqueles que zelam por nossa segurança tem a ver com a base da justiça. Obviamente, os cidadãos que arriscam suas vidas para manter a ordem deveriam receber os seus proventos equiparados com outros que promulgam leis, por vezes de dentro de suas casamatas blindadas do descaso. Nem toda a escolha por voto significa um voto por uma boa escolha, haja vista que muitos representantes do povo jamais representam suas bases, a não ser pela compra e influência. Mas isso é bater um ponto a mais, apenas: um grande ponto acima do zero, mas nulificado enquanto nota, sem merecimento, sem mérito, inglório. A razão que é fato é de uma em alguns milhares, em que a intenção continua sendo uma questão irrisória, a boa intenção, não é justo o roubo gigante sem punição. A cada dólar a mais que se roube, deve-se imputar a condenação proporcional, e quem lesa deve ser punido, senão teremos lesionada a nação, a se considerar portanto que qualquer mecanismo internacional que se nos aproprie riquezas merece o rechaço. A escolha nós temos que fazer, mesmo que a princípio não a definamos muito bem, mas aquelas que porventura não tenha a definição qualquer devemos ter o crivo de não aceitar. Resta saber qual é a escolha indefinível… Talvez esta resida no equívoco da certeza, a saber, pensar que a máquina não erra, mas saber que pifa é certeza concreta! Uma certeza pela qual não temos o comedimento de compreender que somos limitados enquanto passíveis de depender integralmente não apenas de máquinas, aparelhos e equipamentos, mas igualmente da integralidade e seus processos em que por vezes nos deixam a escolha da ação, limitada. A integração permite caminhos, mas por vezes emperra certos modais de atuação onde a independência compulsória de certos fatores fazem azeitar melhor um determinado e importante setor, a se dizer isso na questão produtiva, comercial, ou social. Como um comportamento de rede, em que uma pessoa por vezes vira apenas um apêndice previsível, um vértice a mais, determinado e conhecível para investigações a posteriori, conforme a questão ou o caso em si. Essa previsibilidade torna as coisas mais entediantes quando a contestação e a crítica necessárias passam a não fazer mais sentido àqueles que não se detém ao menos em contemplar mais serenamente o pensamento de seu tempo, quando vive-se um silêncio e escolhe-se, portanto, um quesito indefinível enquanto apenas peça, apenas suporte de madeirite em pés que urgem por um equilíbrio efêmero e barato, na acepção crua de nossa indiferença com relação à existência que temos conosco e com o próximo.

          Na arte as escolhas são direcionadas – como quase tudo hoje – para um tipo de aplicação digital que isenta do braço sua manufatura antropológica de materiais e ferramentas. Por assim dizer friamente – ferramenta – qual não sejam estas o pincel, o lápis, o carvão, papel, tela e etc. As bases do conhecimento artístico vêm de uma manufatura da mão em relação ao suporte, sua expressão táctil em relação à cerâmica e às esculturas, e por parte da literatura as narrativas que podem tangenciar ensaios filosóficos. Ou seja, retornar um pouco à realidade do século XX traria bons alvores existenciais para a juventude que se torna manipulada pelo interesse dos pais em relação à competição desenfreada do capitalismo cruento pelo qual estamos passando neste princípio de século, em que as inovações tecnológicas e duras contradições acabam por gerar o isolacionismo físico de grupos que afirmam suas identidades na própria exclusão do sociável, da ressonância com as diferenças de classe e ofícios, segregando a si mesmos dentro do modal da experimentação forçada que os insights motores tão bem ensaiam na alma humana.  

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

O VALOR DA ATENÇÃO

         O comedimento que temos em relação a algo, o tipo frugal de comportamento, a educação esmerada, a civilidade, são assuntos que deviam pertencer às casas do Poder. Pois se nós déssemos a atenção merecida quanto sermos algum tipo de representação, de modo algum a arrogância deve pontuar em algo em vias de se decidir, como qualquer tipo de lei que se cria, ou atitude de abordagem naqueles que estão vivendo e dando seus valores como cidadania própria que temos pela frente, em um país em que muitos se jactam de suas posições, acreditando serem superiores ao povo. O próprio poder investido reside na alcunha, na empáfia, no procedimento ilegal justificado por costas quentes, pela impunidade, ou mesmo pela parcialidade que remonta peças que antes não existiam na modalidade em que agora se pronunciam com seus atos.
         A atenção, independentemente de quem somos neste estranho modal de sociedade, vira capital de ordem, vira afeto necessário e razão de existência cabal porquanto estarmos erradicando continuamente as contendas em que muitos meio que se preparam para levar a termo, ou estudam lutas absurdas para se defender das investidas de abstrações que não deveriam nos dizer respeito. Essas moedas de troca, a se pretender uma União serão classes em que não nos coloquemos como objetos, pois estaremos repetindo linguagens que se mecanizam na falta do progresso humano. O que se nos toca a perceber, enquanto um processo que apesar de longos períodos para percebermos resultados mais visíveis resulta em ação imediata, em atitude, em construção do valor essencial ao andamento de um lócus mais justo, seja onde estivermos: aqui, ou em todo o mundo. No entanto, uma atenção igualmente se faz necessária quando obtemos um ganho equiparado – ou não – ao trabalho exercido, a começar tornando o trabalho essencial enquanto sua consciência, a sabermos que um padeiro encontra em seu colega de ofício a empatia que tem um artista quando encontra outro, na concomitância, na aproximação natural. Muitos querem aparelhar Estados com a noção crua de que a competição livre e desumana faça parte da lógica de mercado e isso talvez remonte a um regresso humanístico enquanto motivação a que se descarte com muito mais recorrência aqueles que não se treinaram de antemão, mesmo quando possuem valor afetivo rico, ou mesmo a capacidade do diálogo e exposição de ideias, que tendem a acrescentar ao invés da submissão ao crivo tecnologicamente “correto”. Porventura as nações que já ultrapassaram fases civilizatórias e emergiram como potências, a elas interessa a competição desmedida, posto estarem cientes de seu protecionismo interno, como vemos nos EUA e na China, as duas maiores potências econômicas do planeta. A divisão entre os que ganham muito pouco ou a mesma classe média que perde continuamente sua posição e se torna empobrecida e aqueles que concentram cada vez mais a riqueza dentro das fronteiras fechadas de seu mercado agigantado orienta o quesito de motivação em que se explique as diferenças abissais entre populações mundiais como algo “natural”, onde o que vale é a expansão do empreendedorismo: palavra que denota em sua maior parte das vezes no fracasso de novas empresas que surgem sem muito capital. E aquelas que suportam a pressão do mercado por vezes são submergidas pelas corporações, mesmo que tenham sido pioneiras e assaz criativas. Existe algo a mais que faça uma empresa crescer junto a mercados como o brasileiro, e justo seria não coexistir crescimento com arrocho salarial, pois somente a partir do crescimento de nosso mercado interno é que podemos vislumbrar luzes dentro do escopo nacional. Pensar que a maior parte da população tenha seus ganhos majorados compensando a melhoria das relações do trabalho com a proteção fiscal de nossas empresas e a contenção de privatizações de ordem estratégica.
          Sabemos que países como a China mesclam mercados do mundo inteiro dentro das cenas de suas investidas econômicas. Devemos saber, no entanto, que a tecnologia e seu know how foi um modelo de seu desenvolvimento, desde a sua libertação do jugo colonial. Igualmente os EUA, que tiveram que passar por caminhos duros até se tornarem independentes da Inglaterra, e passaram por uma guerra civil para consolidar o desenvolvimento de toda a União. Obviamente, hoje não há espaço histórico para que espelhemos esse exemplo para a nossa realidade. O espaço que temos e havemos por lutar com nossas forças patriotas é justamente trazer a Democracia para a nossa democracia, ou seja, respeitar o voto da escolha popular, como se respeita a Constituição no modo elaborado em 88, como modelo de leis conquistadas pela necessária abertura e ressurgimento da República nos moldes de gente grande, na completude civilizatória. Jamais deverá haver – isso com o pacto social – o regresso institucional, ou a sobreposição caótica de apenados e libertos, quando estes também cometem o crime, ou casos em que não há provas que imputem culpa a um inocente. Nós não vivemos nos países ricos, vivemos em um país que cresce injustiçado dia a dia, e quando estamos com olhos atentos e conscientes do que verdadeiramente se passa, já é um modo de mudarmos para melhor – incluso aos olhos do mundo – a situação tão crítica que estamos passando.

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

DE MAIS A MAIS

Tecem os mantos uma paródia que remonta ao claros verões
Em que no sem tempo vemos grandes barcos pelo convés da vida
Trançando por através das vagas pelos cardumes do calado em silêncio...

Rochas temperam os ventos, escotilhas são abertas em segundos
A que se fechem em uma fúria que se aproxima dentro do céu finito
Que se vê no sextante circunflexo para as estrelas ocultas no limbo lunar.

Nuvens que se aproximam, e a brava tripulação não pestaneja um segundo
Ao vórtice de mãos sagradas que aninham velas içando motores de centro
Para firmar na embarcação o torque necessário ao contato das águas!

São várias as embarcações, e na festa em solo firme os cordões atravessam
Por ruas embriagadas e suas populações famélicas do prazer, desatinada
Na corruptela do que se pensa estar fazendo sem a noção imediata.

Um misto de fúria em dias de Carnaval se mescla à opacidade crua
De vermos em um arremedo de temporal pontual na esfera dos dias
A crina de um cavalo imenso arremessado no sonho pétreo de uma musa...

Não que se necessite, mas é hora de ancorar a vida ao lado do olhar sereno
Daqueles capitães que mesclam a juventude de uma nova embarcação
Com a incerteza inaudita de estarmos seguros nos tempos desditos da tempestade.

Que a lua se faça presente em hora de um noturno quase tardio
A sabermos que içar as frentes da luta em torno de um vento turvo
Nubla o tempo em que sabíamos que olhar as estrelas era verbo conexo...

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

AURELIANO E SEUS CÁLCULOS

            Uma carga de tributos fazia com que Aureliano quase perdesse o controle de suas contas, seus volumes, o que considerava justo ou não, mas de todo compulsório, infelizmente para ele e a maior parte das empresas menores, não havendo como compatibilizar a sua, porquanto fosse apenas ele o trabalhador. Um tipo de empreendimento que se fazia oportuno em uma época em que emprego com carteira estava cada vez mais raro, visto com uma aposentadoria com contribuições a perder de vista... Fazia ele muitos cálculos, e um que se predisse fosse a proporção de bons ganhos era de estranhas aritméticas, haja vista não ter muita assistência externa para um contador. Quanto produzia, daqueles bonecos de biscuits, que com muita arte fabricava a sua esposa, e que ele assumia integralmente o processo algo burocrático em que agora – nesses tempos modernos – se transmutava em turva questão o comércio, seus entraves e competições. Se mais arte fosse a quantia que agregava valor ao objeto, a educação artística proporcionalmente daria futuro cultural a empreitadas desse porte, e uma crítica saudável e necessária ao modal produtivo, à manufatura como um todo.
            Separar-se-á a educação como um todo? A noção evidente de que a arte de uma nação seja mais importante no lado econômico igualmente trará perspectivas mais altas à sociedade, em uma pequena comunidade, nesta majorada, um bairro, uma cidade, obviamente de forma independente dos veículos eletrônicos nessa jornada do fazer artístico, no que pontua também o construir e o expressar. Nessa concomitância de valores, outro que se agrega passa a ser a saúde mental do artista, quando este confere posições solidárias em uma economia mais fechada de mercado... Em síntese, agrega-se valor na autenticidade da arte ou artesanato, compreensão da sensibilidade da manufatura, necessidade da expressão, o construir que não se dissocia da psique e habilidade motora, e suas metáforas sociais necessárias, como uma educação de qualidade humana que busque não banalizar o talento e o esforço, quando empenha mais recursos na tecnologia apenas. Nas interações sociais, só se constrói algo de vulto a partir de dominada as origens; ensinar arte e literatura, insistir no crescimento cultural de uma nação passa a ser vivência cotidiana em países que queiram emergir, quando for possível a um menino achar mais interessante empunhar uma caneta do que um fuzil.
            Aparentemente, essa questão da violência que persiste nos nubla a tal ponto de nos alimentarmos com as notícias consequentes, mas procuremos mais por notícias que construam, que expressem, que fazem da literatura, por exemplo, o cotidiano de um povo, ao menos que não arrefeçamos o debate, e façamos da invectiva saudável de investirmos na educação que abrace aqueles que estão na pobreza, aos filhos de pais que emprestam sua força de trabalho a preço irrisório e ainda voltam para casa pedindo permissão a sinistras facções criminosas. Revisitemos a história, comparemos o Governo do Rio de Janeiro de Leonel de Moura Brizola e seu amigo Darci Ribeiro para sabermos o que foram os CIEPS, simplesmente a melhor iniciativa de educação do país em todos os tempos. Lembremo-nos de como Moreira Franco desarticulou a iniciativa, e por aí vai, o Rio de hoje e de ontem.
            Os cálculos de Aureliano são complexos, pois são integrados de forma complicada com a realidade quase exata dos aparelhos eletrônicos, e as feiras já não possuem a identidade de quem produz para conduzir costumes, por exemplo. Muitos apenas treinam, se esforçam, se juntam a máfias para realizar ganhos, obter gratificações políticas e descaradamente roubar o patrimônio popular. A introdução de Aureliano começar a contabilizar seus fazeres de empresa, depois de termos girado para a situação da deseducação imposta, agrega valor na questão do risco em crises, aloca posições financeiras, mexe com o valor quando se saiba que na concretude só valerá o objeto enquanto tiver a demanda do humanismo, da arte e da cultura. Como saber dessa magnitude, dessa hipótese?
            A princípio, a ideia é algo na contemporaneidade, quando científica, fruto de buscas, de pesquisas, brain-storms, muitas vezes condenadas a frutificar apenas quando já se possui a rede necessária ao andamento do empreendimento, marketings virais, ou seja, podemos enumerar um glossário de terminologias em que a aldeia global vai traçando em proporção agora já decrescente, pois uma boa ideia que dê um lucro satisfatório já é refém das conquistas econômicas de outros países. Estes possuem uma engrenagem de capitais que remontam quebra cabeças em fracos mercados emergentes como o nosso engolindo vértices e arestas da rede. Sobrando nichos onde, para se manter um bom padrão de vida, os herdeiros da riqueza de países mais ricos mantém vínculos estritos com relações de poder destes em relação aos propósitos de si mesmo, um patronato que o próprio rótulo já prediz quando não possui a noção de ser patriota.
            Uma boa proposição é sabermos como andam pesquisas sobre como alavancar negócios no Brasil, como fomentar indústrias com conhecimento paritário com os mais ricos... Incrivelmente: a simples possibilidade de termos um carro nosso, brasileiro! Sem remessas, e que venham trabalhar aqui os brasileiros mais inteligentes que estão no exterior, incluso músicos, cantores, artistas plásticos de vanguarda, bons designers... Dirão não, não dá mais pé, o Rio de Janeiro continua violento, nem as panças de chacrinhas balançam mais... Pois sim, somos brasileiros, um povo que luta para seguir ao menos mantendo sua dignidade, marcado pelo sofrimento imposto pelos jogos do poder.
            Agora, que nos atinemos mais sobre como lutar o suficiente para que preservemos o conhecimento, a técnica, o saber como. Que ensinemos o quanto pudermos, que façamos o teatro da realidade e do surreal, do que se quiser, haja pronta a versão de um novo modernismo, onde a releitura de uma obra possa servir à arte, onde como em um emaranhado de atitudes, de palavras, de gestos, quiçá de obras inacabadas ou grafites bem expressos com a nossa fantasia e a nossa ficção. Pensemos no absurdo como a materialização de um biscuit na forma abstrata que nos alcança ao quase, posto não tocar em nossos mais irrequietos sentidos. Que a Bíblia seja levada ao teatro, pois ao muito se há por dizer, na metáfora do que temos. Aureliano calcula e aos poucos consegue, visto, aprendeu um pouco até do ábaco: uma história interessante para um livro, de terras sem calculadoras, sem botões, de terras com terras aráveis, do esterco aproveitado, de um biodigestor em cada aldeia. Pensemos na história, que esta irá nos encaminhar, pelo pressuposto que não basta estarmos caminhando apenas na rua, nos rictos em nossa face pelo sol, pois que nos preservemos, portanto. Só há um modo, só há uma vertente, que passa por uma absurda União, a cavarmos com as mãos as nódoas de um solo machucado onde plantaremos mudas de espinafre, onde o mar sente as dores diárias do esgotamento sanitário mal planejado, e se refaz, e luta e investe contra os homens. Este mar resiliente que nos faz pensar nos dias em que nos come o concreto armado, esse mar que volta e pressupõe paz de espírito, quando na verdade os rios crescem e os besouros dos prédios não descem à rua com o asfalto atapetado sobre o mangue. Por mais que o mar suba, os pássaros possuem as rochas, revelando a Natureza mais sapiência em sua energia, em seu modo de calcular os cálculos em que errara Aureliano, quanto de muito lhe negaram um contador. Anita, sua esposa, continua a fazer dos biscuits suas pequenas rochas, em que descobrira na arte a alienação reversa dos arrojados, em suas tessituras afastadas de algum nexo, a não ser estarem plugados na indiferença do metal.

MINIMUM MINIMORUM

Talvez os dias sejam como um ar depois que dormimos, a se despertar cedo,
Talvez as noites nos despertem sob um carinho silencioso em nossos leitos,
No que prediz que a porção que vale mais seja quiçá o caminhar de um ser
Que ignoramos por estarmos tão incluídos na realidade algo efêmera do tempo.

A que dizer somemos a mais, um mínimo que se nos baste no muito do digno!

Não que se prediga ao verso menos do que uma sílaba, mas em meio desta
Estão as sequências daquelas que temos em uma parte em que a pronúncia
Abarca o significado de uma oferenda maravilhosa de um sincretismo lindo.

Não teçamos o máximo que alguns alcançam com caras duras de madeira
Ao preencher lacunas da desordem e roubarem o mínimo que falta a necessário.

Uma vida não é uma oportunidade de se lutar por uma questão, posto as gentes
Saibam que se um se jacta de parear manadas na hierarquia da consciência
Igualmente pode não estar recebendo muito pela carreira de uma prática crua.

Se uma outra vida seja necessária para sabermos a quantas canoas fez o pau,
Não teçamos juta como uma palha onde a sustentação do cesto é risível.

Há que se ter mãos de indígena, para que saibamos que a Natureza sabe mais
Do que o encontro de minerais que são dragados nas corredeiras do desastre!

É conveniente no estranho jogo que se descartem as peças, criando tabuleiros
Na sua amplitude de estranhos mates que não se materializam no conforme justo
Quando sabemos que basta o mínimo de uma casa do peão para se vencer…

Esse mínimo é como tantos que se nublam a pensar que uma simples peça
Não possui o poder de movimento, mas saibamos que há desfechos onde oito ficam.

Se a arte avança com a sua poética caudalosa, saibamos que ao olhar a grama
Uma de suas hastes não soçobrará com caminhos que são de pedra na selva.

E que se prediga, há passos que um homem pode trilhar de modo responsável
Quando pensamos que no mínimo jardim de qualquer lugar reside a terra!

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

NO JOGO DOS NEGÓCIOS, SABE MAIS QUEM SOFRE ALGUM RISCO, POR ISSO TALVEZ SEJA PREFERÍVEL DEIXAR O JOGO DE LADO!

QUANDO CONSEGUIMOS ANTEPOR UM OBSTÁCULO NO ELE DE UM CAVALO, ESTAREMOS GANHANDO UMA DAMA NA ESQUINA EM UM MERO MOVIMENTO DE DUAS CASAS, DO OUTRO LADO, NO FIM DO TABULEIRO, ESTE QUE É INFINITO ENQUANTO DURA.

UM MOTOR DE ROBÓTICA NADA MAIS É DO QUE UMA OPERAÇÃO HUMANA QUE TENDERÁ A ACHAR QUE SEREMOS CONSTRUÍDOS POR MÃOS DE FERRO, E NADA MAIS DO QUE ISSO...

A VERDADEIRA METAMORFOSE ESTÁ NA RESILIÊNCIA DO BAMBU E NO INSETO QUE, POUSADO NELE, DEIXA FLUIR O VENTO.

SE UMA CRIANÇA DE UM PAÍS QUE COMETE MALDADES CONTRA UM OUTRO OU VÁRIOS NÃO SOUBER COMO ISSO ACONTECE, ESTARÁ VIVENDO UM SONHO DE FANTASIAS E JAMAIS SERÁ CONSCIENTE DA HISTÓRIA.

TEMOS MUITO A APRENDER COM OS EUA, E ESTES COM A HUMANIDADE E SEUS SOFRIMENTOS...

NÃO ADIANTA VERMOS SE UMA NAÇÃO É DESENVOLVIDA REALMENTE PELA EXPERIÊNCIA QUE TEMOS DELA INTERNAMENTE, E SIM QUAL A RELAÇÃO QUE AQUELA TEM COM OUTRAS NAÇÕES DO PLANETA.

A CHINA TEM REVELADO AO MUNDO QUE JÁ É A NAÇÃO MAIS DIGNA DO PLANETA, EM TERMOS DE JUSTIÇA SOCIAL E RELAÇÃO COM OUTRAS NAÇÕES.

SER CRISTÃO NÃO É PENSAR UNICAMENTE EM SUA PRÓPRIA DIGNIDADE, MAS SIM OBSERVAR E PRATICAR PARA QUE TODOS POSSAM TÊ-LA COMO UM DIREITO HUMANO E INALIENÁVEL.

UM APLICATIVO ONDE SUA RAZÃO DE SER É A GANÂNCIA RENDE FRUTOS NOCIVOS A QUEM SOFRE E AOS DONOS.

UM BOM APLICATIVO ENSINA A CRIANÇA A CULTURA DE SE TER UMA NAÇÃO EM QUE SE APRENDE, E SUA INTRÍNSECA NECESSIDADE.

KRSNA FALA A ARJUNA: A BATALHA ESTÁ GANHA, DESDE O INÍCIO, APENAS AS VESTES FORAM TROCADAS...

O INSETO ÍNFIMO QUE NOS VISITA NO MATO REVELA A VASTIDÃO DESTE.

O VERSO QUE O POETA ESQUECEU NO MAR ESTÁ NA MEMÓRIA DE UM RAMALHETE DE LEMANJÁ!

A CONTA DE DOIS SER MENOS DO QUE UM FACILITA QUANDO PENSAMOS QUE UMA COMPANHEIRA PODE SER MAIS TRÊS.

COMO EM UMA GRANDE ÁRVORE, É MUITO CÔMODO LOCALIZARMOS SUAS RAÍZES PARA ROMPER COM UMA VIDA TÃO ASSOCIADA COM OS PÁSSAROS E FORMIGAS...

UM RAMO FOI CORTADO NA PARTE ALTA DE UM LADO E SOBROU MENOS DO QUE O QUE ESTAVA MAIS EMBAIXO E FOI MENOS PODADO. TALVEZ FOSSE MELHOR NÃO SEREM PODADOS PARA TERMOS A POSSIBILIDADE DE NÃO NOTARMOS ESSA ESTRANHA NOÇÃO EM BUSCAR EQUILÍBRIO ATÉ NO CORTE.

A RESPEITO DA SÍNTESE NO PENSAMENTO, PENSEMOS NA PALAVRA QUE SE NOS DÁ UM REGISTRO E DEIXEMO-LA PARA NÓS EM SEGREDO.

OS AFAMADOS DA CRISE

          Podemos iniciar uma abordagem começando pela fama. Uma abordagem intelectual, pois na democracia decente possui a razão quando não engana, não faz silogismos, parte à concretude da verdade… Aqueles que aparecem muito nas notícias, meio que tendem a suportar o véu, um tipo de manto ou bolha que os envolve, e o incisivo imputa a culpa, o réu descarta-se muitas vezes que é – ou seja – inocente. É uma alvorada de estranhos best-sellers. De segundo a segundo torna-se viral um simples jogo de marketing, enquanto notícias de peso já começam a ser alcunhadas de fake news. O impróprio seja de onde? Qual o canal noticioso em que podemos confiar? Quais serão nações de boa fama, de boas referências? Aonde e de que modo a reforma do trabalho recente nos capacita a explorar cada vez mais uma gente, no próprio caminho de que a nossa consciência se mantenha limpa como um cristal? Teremos que nos apegar novamente a Carlos Marx, pois as coisas estão se aproximando de algo parecido com a antiga revolução industrial, com todos os reveses de uma época em que teríamos que desenvolver muito a consciência para capacitar o operário de seu encontro consigo, saber como atuam os que exploram, revisitar revoluções que eclodiram a favor de seu povo, não por consignação de poderes, mas o que leva de fato o levante popular a emergir necessariamente das lesões criadas pelo capitalismo moderno e este nosso – que não foge à regra – contemporâneo. A questão é a fama, ou seja, alcunhemos a fama com luzes, não como o termo anglo “notorious”, notório que significa alguém com má fama. Não excludentemente, posto sejamos algo com má fama a se xerografar o mal que se tornou o nosso país em sua capa de uma justiça que já mostra sinais evidentes, em suas instâncias, de uma parcialidade em que até mesmo países alinhados com o império já veem com maus olhos o que acontece ou entra em processo de desfecho no nosso Brasil. Se houver capacidade de alcançar olhares mais atentos, de perfis máximos de resistência ao Golpe de 2014, passamos a nos utilizar até mesmo da Dialética da Natureza, de Engels, para compreender certos processos históricos: o livro inacabado de Marx. Leiamos, pois, a quem seja dada a oportunidade, pois de fama já estamos meio pelo gogó, e dessa parte não precisamos, pois teremos agora a única oportunidade de rechaçar a mesma fama de colunas de areia. Deixemos os porcos chafurdarem na lama de suas invectivas, pois não é possível conviver com os óbices de retração mental a que alguns “luminares” querem nos reduzir, não podemos ser tontos a esse ponto. Não estamos propondo em nós mesmos dividir gentes de gentes, mas do legal, do distributivo, do processo lógico de progressos a que nos atinemos mais, e a construção de um socialismo não pode esperar tanto por nadarmos sobre o regresso.
           Chegamos à conclusão de que podemos contar com ferramentas – literalmente – que nos concedem a parte que nos cabe ao trabalho, em princípio, e livros e suas necessidades distributivas que nos compartam maiores conhecimentos. Obviamente, os portadores de enfermidades psíquicas muitas vezes são vítimas de um sistema anacrônico enquanto humano, e merecem atenção e eterna veia de recuperação, vulneráveis que são quando já dependentes irreversíveis da farmacopeia e suas drogas psiquiátricas. A revolução também começa por essa gente, seus familiares, e em um etc somemos a necessidade, quando de ideias propagadoras, de um crescimento que nos habilite, pois vale muito mais o conhecimento do que vem a ser o mercado e como ele funciona, do que apenas nos apegarmos no pensamento de filósofos e autores mais antigos. Chega um tempo em que muitos devem se desapegar de rótulos, de atuação baseada em arquétipos, dos possíveis mitos do herói, bastando ver e sentir para isso que quem já possui mais de cinquenta anos de idade já sente a coluna meio bamba, as pernas cansarem por marchas que aos trinta seriam bem mais “confortáveis”.
           A proposição meio quieta não é bem um revisionismo, mas propriamente uma revisão: vermos onde se errou e não apostar as fichas em um tipo de blefe do fracasso. A luta não continuou enquanto Governo, a luta termina com o Poder, aquela depende deste para existir a que nos parece, mas não queiram espelhar frases cotidianas com um espécie de diário, pois a vida é longa para quem não tem nada a esconder, mas o plano das ideias flambado com o conhaque do conhecimento! Um pensamento pontuado pela verdade acaba desconcertando a muitos, mas a muitos não desconcerta uma contenção de um, o fracasso de uma posição, pois a priori dois por vezes não são iguais ou superiores a um, nem trinta, por vezes, nem cinquenta. Quem carrega o archote de conhecimento no fundo porta a fama da luz, a empunha com vigor… Há moscardos variados que se atraem por aquela, e resta a nós respeitar incluso o calor procurado por esses insetos que, irremediavelmente, em uma paródia da dialética natural, quem sabe não serão esses insetos que orientam os caminhos que seguimos lá de trás, para que os primeiros não se encontrem com veredas de espinhos.

sábado, 3 de fevereiro de 2018

OS PEIXES VARIADOS

           Um encontro com a fauna aquática… Nada melhor, na multifária apresentação dos peixes, como seres que encontramos no éter de nossas suposições. Quem dera não fôssemos analíticos a esse ponto, mas das profundezas abissais encontraremos as trevas que inspirem as criaturas mais blindadas, de carapaças duras, dentes afiados, olhos múltiplos, e outras conveniências que não conhecemos, pois navegar em águas profundas a nem tudo se é capaz, pois mais dificultoso por vezes do que singrar o espaço, na busca de vida em planetas outros ou outras decepções tecnológicas similares.
          Mas que peixes temos, talvez grandes japas pescando cardumes e ovas em um sul qualquer, subtraindo seres que pungentemente faziam parte dos arrastões artesanais locais, ou outros peixes grandes ou imensos, jactando da justa em ricas guelras ornadas com o falsete da farsa. Milhares e milhões de peixes outros são enganados pelas iscas de uma bela âncora de jade, perdida em um programa e no entanto alicerçada por um outro programa que ajuda a alienar verdades… Melhor seríamos peixes leitores, de algo que não se tem de moda, mas que pega um pegar denso, se perscrutarmos melhor, conforme a área do assunto. Peixes que se atraem por peixes fêmeas de óculos espelhados, como em um filme onde o assunto seja interpretar, e que o teatro de vanguarda deixa para trás os sonhos de lambaris inteligentes, pois não há a menor possibilidade que se cresça sem o imenso cetáceo chamado fundo de capital. Não, pois o destino é cair na rede, ser mais um engolindo engodo, ferrado com a perspectiva de não ser mais um peixe lunático, talvez até um grande tubarão marxista, se é que a doutrina era do tempo em que não havia muitos barcos piratas. Mas não, de peixes sociais estamos plenos, plenos das concessões e de peixes que muito se nos dizem no pouco do não falar, com seus olhos nas órbitas nos olhando fora do mar, depois de terem sido capturados pelo arpão dos poderes que se constituem em um tipo de lagoa introspectiva, como uma paraná, ou melhor, um paranoá. Peixes que estão paranoicos, pois não podem mais vagar por corais destituídos de suas estruturas, onde não há espaço nem entre os bem intencionados viver sem a pecha do estigma, na sua afluência vertical por pedras e corredeiras onde as trutas seriam mais felizes se os rios fossem os mesmos.
          Fala-se incluso de jacarés que se alimentam de peixes de várzea, dos pântanos poluídos e repletos daqueles, mas os peixes que estavam se acumulando na arca de Noé se esqueceram de que fora do barco – no dilúvio – obviamente estariam mais seguros, e foram apenas estes que sobraram, depois da substituição da arca para espécimes mais caimescos… Ah, os peixes que idolatram aqueles que foram fisgados pelos substitutos do contexto, peixes que soçobram na plêiade que navega nas sombras, os peixes tais que não seríamos os mesmos se não soubéssemos que há os pescadores que se revelam humanos, libertando-os do jugo da captura, mesmo que todos os cardumes mais cônscios reclamem a igualdade da pesca. Em uma realidade não diversa, os peixes imensos não possuem ameaças à altura, posto não serem capturados de antemão na jornada incauta dos que não processam por processar, mas apenas para cumprir as metas das enxurradas à pesca!
          Obviamente, quando se reparam nas presas dos tubarões, peixes que crescem a cada dia, teremos a anuência da mesma medida, de martelos ou tigres, de orcas ou golfinhos. E sem falar nos peixes que não acertam as ondas, que nas quimeras do tempo urgem por colher resultados, e nas malhas da imensa tarrafa acabam por consolidar o estrago geral no equilíbrio vulgo dos peixes mundias.
           Mas que peixes são esses tão cantados, que peixes se engaiolam para atrair outros, quem pesca com oxigênio os que estão intocados, qual o inseticídio que extermina um vale com todos os peixes mortos no raio de uma imensa região. O ferro e o cobre são imensas redes, e o vale tudo do caviar japonês, do sashimi de salmão, dos peixes que queríamos, das tainhas que eram dos açores, dos ribeirinhos que não sabem mais alimentar os homens, e as canoas que se perdem no ostracismo dos plásticos e do óleo nas margens de mares históricos! Peixes que sejam peixes, assim prediz um oceano, que mais de peixe haver pode, pois não haverá produção de peixes dentro do aspecto atual da predação. E aquilo que queremos de um peixe mais feliz no futuro, pode ser quando chove um balde em cima de uma macaxeira, no sertão de todos, no sertão que somos bichos, enquanto plantamos, enquanto vivemos sabendo de algo mais do que apenas a âncora anunciando linda com seus dentes de pérolas falsas.

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

UM ENCONTRO COM A INDIFERENÇA

           Seríamos em uma eventual hipótese longa, enquanto sedimentação da tese, iguais no princípio constitucional… Não que possamos abraçar a crítica, pois se a estão negando agora, em um princípio de constrangimento institucional meio distante de uma realidade onde fincamos sobranceiramente as raízes da verdade. Não que não se possa, não que não queiram, as aparências por enquanto são meramente aparentes, mas o que nos predispomos a fazer é justamente encontrar a veia de algumas respostas em meio a um turbilhão de nuvens ciclônicas e turvas que nos tornam compulsoriamente ignorantes, apesar de estarmos testemunhando um dos episódios mais injustos na história do mundo. Nosso país, que triste, abraça igualmente o que há no bombástico mundo da fraude o encontro com a mesma indiferença, no entanto agora imposta. Não há veia que se estanque, não há modal construtivo do pensamento que não agregue, não há caminho sem uma volta justa e pacífica quando a mesma verdade que possamos instituir como razão do povo se consolida, apesar do temor de alguns poderes terem seus esqueletos estruturais sendo dissecados por análises mais profundas e no entanto mais compreensíveis dentro da linguagem simplificada da democracia participativa, mesmo que esta estejam querendo vincular com pesquisas e filtros aberrativos midiáticos. Nada contra, gente global, mas o tempo tem passado, e os veículos já mudaram muito. A fachada do plim plim já não se ouve tanto nas ruas, no comércio, nas casas, nos bares. Temos sim o futebol, a ciência, as notícias outras que revelam, um sei lá o que de algo que muda, que transcende que, para o bem de vocês: esqueçam a face que pensam no atrelamento de missões e interesses estrangeiros que estejam com toda a moral do mundo. Já basta o teatrinho, o saudoso BBB compreensível e não mito, já que repetição de coisas que não existem mais assim, de se copiar… Queremos e podemos ter uma cultura diferente, e é por essa razão que vocês não têm mais lugar no imaginário concreto de uma arte que ressurge, ou que busca ressurgir com força no país e no mundo, haja vista o anacronismo de mídias controladoras seja o modus operandi de muitos e muitos países ainda. Haja espaço, há para todos, no entanto as pesquisas que são engendradas para se ter ideia do alcance de suas abordagens são inversas, sabendo-se que o teatro não é tão paradoxal quando possui ida e volta, e culturalmente vocês como um todo já não são mais tão necessários, posto terem rompido bambus valiosos: bambus-brasil, dos mais lindos. Se almejam encaixarem peças, teremos as vezes do retorno de um Jedi por escrito, nas nuances falsas de falsas ideologias, já que As Estrelas nunca esperaram por uma Guerra… Quem pensa em guerra ou algo similar em um país como o nosso comete o equívoco tão imenso quanto tratar o mato em vez das árvores!
          Sabe-se por longos processos que os veículos de comunicação fazem por saturar as gentes com notícias que por ordem de fatoração no inciso de seus conteúdos poderiam sofrer os óbices da Justa, pois mentem ao repetir demais, expondo o povo já cansado pela lida insana em que já começa a sofrer pelo excesso de trabalho e ganhos minorados, à questão de fatos de violência, epidemias, guerras, injustiça praticada por altos escalões do sistema, talvez na tentativa de tornar insurreta a camada da população mais vulnerável, abrindo o caminho para o fascismo, ou o que chamam de correção de prumo. As coisas não devem ser aceitas dessa forma, posto pousar na inferência popular com relação à sua realidade o único escape possível na indiferença transformadora com palavras que denotem batalhas de juízo final reside o erro da colocação do princípio de realidade naquele do prazer em que alguns passam a possuir depois de cumprir certa missão. Essa prosperidade que se espera sendo um Davi pessoal, ou cantando apenas os versículos de João, essa espera pelo pior, ou que se remeta a que na “terra santa” possa se cometer atrocidades contra os árabes, essa ida e volta nos revela que as pontas de comunicação se sucedem em redes, e contamos com isso com a necessidade premente de reformarmos os nossos meios de comunicação, pois por essa vereda não estamos conseguindo estabilizar sequer nosso esteio democrático.
          Na prática, convém pensarmos com atitudes mais coerentes, e talvez com uma União forte possamos contar com conquistas mais próprias que facilitem a prosperidade real do povo brasileiro, que já havia aprumado com os grandes países do planeta há anos atrás, saindo do mapa da fome pela porta da frente e agora ingressa com tudo pela de serviço! Devemos concluir trabalhos de ordem patriota, e para isso é crucial – um prego que temos batido com as mãos – a educação, a saúde, o pleno emprego e uma distribuição de renda muito mais igualitária do que temos visto, com a concentração da riqueza em mãos de mega corporações internacionais do primeiro mundo. O sonho não é esse, é essa a plataforma para iniciarmos a senda para termos um país melhor, apenas isso. O inverso disso não é a realidade necessária, e não precisamos sonhar muito, pois temos ainda muitas riquezas que, a título de um Governo racional, poderão voltar a ser nossas.