Uma
questão existencial pode valer um agigantado e perene pensar. De sabermos como
em um díptico em um óleo pintado com maestria, que as superfícies das duas
telas não precisam equiparar-se nos temas, mas que o pintor as pinta: as duas.
Requisita, portanto, a autoria, mesmo que em uma superfície da tela a forma é
distinta, ou que nela seja posta a expressão algo didática da literatura em
tela. A ser relida em seus conceitos, pois se o conceito merece tanto a sua
importância, quebrarmos os tabus das divisões do que seja o suporte da arte
deva abrir longas lacunas a se pretender expressões onde elas estejam,
independente de que sejam anexadas nas leituras digitais um título de
performance que cabe unicamente ao artista, em seus quadros, não cabal e
necessariamente quadráticos. Não há territorialidade nas linhas de uma
expressão, pois o mesmo Google Earth passa a ser menor do que a ampliação de
uma pincelada, ou qualquer ideia em sua gramática de rabiscos sinceros no
conhecimento, disto de passar a valer uma plataforma como cooptação de inúmeros
para a curiosidade em querer se ter o controle de uma imagem, e a outra versão,
a da arte, o controle e a criação do território artístico, que pode ser planar,
sequencial, volumétrico, conceitual, em flashies, ou em um diálogo que seja
especulativo apenas, mas com sua retórica de espelhamento filosófico ou
literário. Não se trata propriamente de uma questão filosófica, mas apenas o
entendimento de como espelharemos o real, o ilusório, a cópia de um original,
uma vida mais autêntica de uma vida quadrática, quando nesta situação em que
nos tornamos nossos próprios objetos traça uma vertente em que nossas
expressões surjam na urgência de sabermos que a tripa linear de uma rede social
não socializa, pois segrega na máquina. Enfeixamos um quadro para traçar outro
em nossas próprias condições, em que a espera de uma resposta se torna um moto
contínuo que não nos abre as frentes do mundo, mas sedimenta as ferramentas de
coação em que o mundo quer que nos situemos, quando somos ou passamos a ser
ausentes de um entendimento independente dessas mesmas condições. Isso é de uma
gravidade quase insuportável, posto os canais que surpreendem não o fazem por
intenção de surpreender, mas pelo inevitável modo de operar a surpresa, e seu
efeito, efetivamente utilizado pela mídia no mundo, em um receituário
catastrófico de uma comunicação desonesta, enquanto manipuladora das massas,
agora amplamente sedimentada por uma ética de regresso, qual não seja, a maior
contradição, pois esse pensar da ética assim é nula enquanto inexistente em
suas ações, o que vem a dar ao povo outras possibilidades de atuação.
As
palavras que nos descem pela garganta como chumbo quente por vezes são
necessárias, a saber que apenas desse modo – e que a pequena burguesia o saiba –
a transformação alquímica nem mesmo assim ocorre, mas que têm tentado muitos
transformar seus empreendimento cotidianos em ouro, no que se distanciam da
riqueza inequívoca e humana que é sua força motriz: os trabalhadores! E estes
precisam amadurecer, por nós mesmos que somos e fazemos parte do povo, e que a
mesma burguesia saiba, quando saíram ao protesto que, o que fizeram pela país,
aí já está, e é apenas na conformidade de uma especulação sem limites que vão
por terminar exauridos pelo próprio fracasso de não saberem as latitudes de
certas ações, mesmo porque agora vai ficar cada vez mais difícil – a não ser
por agentes externos atuando em nosso país – pegar um refresco no país,
enquanto latino-americanos, nos EUA, que não os recebem mais de braços abertos,
em que a tocha da liberdade estadunidense tende a apagar paulatinamente. Isso é
fato.
Passaremos
a viver em díptico? Um quadro aqui e outro lá? Mas, caros, isso não se
completa... Precisamos muito dos dois quadros, vezes quatro lados, mesmo dos
quadráticos, que somam oito. Mas queiram porque queiram, não há porquês.
Continuará sendo bom trazermos a ciência para dentro de nosso Brasil, mas não a
serviço da ciência dos outros, já que não nos furtemos que em nosso mar está a
confrontação do que realmente quer o país mais rico e influente do planeta.
Apenas isso: que pensem melhor as ações por daqui em diante, pois nas condições
atuais não serão os GPSs que farão tornarmos conta do que seria realmente
importante para a consolidação de um país em que nas manifestações
antipopulares se vestia de verde e amarelo, na questão fundamental de sabermos
que saberemos que o quadrado de nossa bandeira vai ficar a meio mastro para
deixarem subir covardemente o servilismo da estrelada do império, e não é para
isso que somos patriotas, pois o problema é nunca nos darmos conta do estremecimento
que suscita aos dominadores as gentes que pensam em um país soberano dentro do
território do mundo.