Chegamos a um dia qualquer, qual
seja que o “imaginemos” no futuro. O futuro possa ser imaginário, pois que o
pensamento não alcança a ficção. No outro buscamos em nossas redes sociais, mas
o outro está em outras plataformas, talvez. No que saibamos que devemos
prosseguir o mais possível fora da questão da hipocrisia, se quisermos
atravessar o oceano da ignorância de frente. A hipocrisia não nos deixa outra saída
a não ser, quando somos pessoas sinceras, a acharmos que daremos conta, com os
diálogos brutalizados – e por tabela – daqueles que teimam em ofender as
pessoas do bem, que lutamos por melhores dias a todos, pobres ou burgueses. Disso
de não termos sido treinados, ou que pese nos treinos há sempre um que seja
mais experiente. No que pese que a importância cultural de setores de
profissionais, especialmente os mestres universitários e os médicos importam
com seus caudais de conhecimento que ainda possuímos em nosso país. Essa
importância inequívoca nos aproxima de coisas que por vezes podem estar
estanques em nossos pressupostos de mudanças, quais sejam, uma delas: a
aproximação de classes de conhecimento e seus meios de união. A que
participemos daquilo que são objetos de saber, quando sabemos que o papel é
ainda um grande veículo, posto podermos estar na rua a ler, por grandes ou
imensos parágrafos, pontuados ou não, como os de James Joyce. Houve gerações
ainda atuantes que passaram pelos fomentos tecnológicos e efetivamente muitos,
abraçados aos seus próprios mitos, deixaram de lado as mesclas, acreditando
piamente que o papel entrou em colapso no sistema de integração de meios em que
somos meros articuladores de frases curtas, filmes de ocasião, e do recrudescer
de ego ilusório, porquanto não sermos donos e sim reféns desses mesmos meios
que se apresentam envolvidos na embalagem que desconhecemos: gadget caixa, gadget celular... Não há porque tecermos uma crítica muito
contundente, mas sim exercer de fora para dentro um input mais solidário com nossa própria situação humana. Questão de
mesclarmos os meios novos com os antigos, tornando livros com boas traduções
nossos clássicos como patrimônio de nossa civilização. De outro modo não há como
traduzirmos nossa existência, pois sem os livros não teremos uma educação onde
os alunos possam contestar o que lhes é ensinado, principalmente na redação e
na história, criando suas próprias, desenhando em qualquer rincão, rabiscos ou
palavras...
Seria um furor bater de frente com
qualquer coisa que se venha de aparecer por diante na sociedade, mas temos que
nos situar em uma posição sempre crítica, no sentido de sabermos onde estamos e
quem somos no panorama social... Não apenas na sua situação de classe social,
se somos ricos ou pobres, mas em que medida podemos e “devemos” urgir por
mudanças realmente saudáveis nas sociedades onde vivemos. Essas passam no
princípio de uma equiparação do que imaginarmos para o que, ou onde somos
fortes, no sentido de resguardarmos a tipologia da defesa para quem possui
treinamento para isso enquanto instituição, pois nunca será através de atitudes
de violência verbal ou física que nos aperceberemos enquanto sitos em nossos
nichos existenciais, com a compreensão de que quanto mais tolerante formos
maior será a amplidão de nosso caráter e o espaço de vivência cotidiana
individual, mútua ou coletiva. É apenas o saber da importância de sermos
harmônicos enquanto seres gregários e que repartamos melhor a riqueza que
poderemos entrar em consonância com a grandeza de podermos salvar o planeta, pois
enquanto não sairmos da plataforma opaca do apocalipse, a uma espera renitente
de fracasso, não poderemos abrilhantar-nos na plataforma de mudanças
necessárias e prementes, pois a apreensão das riquezas naturais não é o que
deva urgir, mas justamente na verdade em fazer com que os povos se entendam
dentro de um mundo de fato tridimensional, tetradimensional, e não um mero
quadrado – físico ou eletrônico – a cada qual, conforme necessidades inventadas
todos os dias através do impulso de um ego criativamente nulo, porquanto
estímulos e respostas previsíveis e sistemáticas. Tudo circunscrito a um
passado que não significa mitos encontrados em um contexto de ficção onde os heróis
festejam suas atitudes mesmo antes de se tornarem mitos, ou em uma verdade de
mitologia fracassada no caudal de um repertório imaginativo rico enquanto de
insumos e recursos externos, qual não seja, as meras repetições de receitas na
novelística dos canais nacionais. Na verdade, o que não fosse de padrão
estreito nas linhas de um pensamento, já era visto – portanto qual seja se quer
de ver – como um padrão aceito por qualquer comportamento visto como dentro de
uma normalidade aceite. Como se falássemos de um passado que se passa com um
homem ou uma mulher a troco de vermos que esse mesmo passado nos revela um
cristal sereno por vezes ou em outras uma farsa secreta de cada qual, ou de um.
Quando
se roga a que nos comportemos, que se faça dessa palavra o que temos de mais
autêntico, a título de compreendermos que a consciência humana só se aprofunda
quando questionamos ou mesmo quebramos certos tabus em um regime de progresso,
nunca de atraso medieval, ou de supostos meios tecnológicos que só servem para
emperrar o andamento de um ser mais feliz, posto mais situado e crítico perante
seus escopos sociais... De ser feliz por poder comandar sua existência dentro
do que se apresenta na realidade, e de se fazer presente nela com capacidade de
contestá-la e contribuir para mudanças que achar mais justas enquanto ser do
povo, enquanto cidadão. Essa contribuição vem espontânea, igualmente quão
espontânea é uma legalidade autêntica, quando espelhada naquilo que, em síntese,
é nosso modo de ser, uma idiossincrasia justa que deveria estar presente em
todos os códigos de conduta civilizados, no dito mundo que convencionamos para
que ao menos o seja, no Ocidente, no Oriente e em todas as civilizações de
caráter urbano e rural no modal de seu próprio processo civilizatório.
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