Falávamos
em outros tempos da privacidade, esta que seria em tese protegida legalmente,
em virtude dos Direitos Humanos Internacionais. A discorrer sobre a tese da
mesma privacidade ainda necessária, temos por aqui e em todas as partes onde a
mídia digital alcance, desde que os gargalos não sejam controlados, a exposição
do que faz o cidadão diariamente, seu pensamento, seu engajamento em quaisquer
posições e ações, suas preferências culturais e, principalmente, a rede de
amigos, conhecidos, grupos ou em outras palavras seus contatos de amizade, de
política, de trabalho, etc. Ou seja, estamos alimentando – com nossos diálogos
de dados – um feed back que vem como
resultado ao objeto-gente, e não recebemos nada que nos seja dado do sistema,
posto o observador maior apenas nos coloca o sistema à disposição, e quem
dispõe realmente dos nossos dados são aqueles que fatalmente estudaram mais a
fundo a ciência da computação, quando por vezes somos espionados,
principalmente se pertencemos a grupos que apoiem justamente a contestação do status quo do planeta, e os interesses
geopolíticos dele decorrentes. Passa a não ser mais uma questão de posição
política, esquerda, direita, mas dos filtros impostos economicamente se a
investigação por empresas procede – isso é fato – para se admitirem novos
quadros em trabalho. Além disso, entre empresas há uma competição baseada em
informações em que, na ótica macroeconômica, governos que detém esses sistemas
em vantagens espionam empresas de países como o Brasil, no exemplo claro dos
EUA em relação a empresas estatais brasileiras. Certamente, as administrações
que se sucedem em nosso país alternam poderes daqueles mais nacionalistas e
patriotas e daqueles que primam por entregar as nossas riquezas e abrir para o
grande capital internacional a economia fragilizada de nosso imenso Brasil. Não
adianta vermos maiores luzes em países desenvolvidos e assumirmos a postura de
que somos inferiores por termos bolsões de miséria ou favelizações, quando
defendemos a extrema desigualdade, alicerçando nossas riquezas pessoais ou
corporativas ao capital externo.
Na
ingerência de agências de inteligência como a CIA, que predominam no território
latino americano, as coisas estão sucedendo como uma transcrição simples através
de bancos de dados inteligentes, integralização de perfis e câmeras urbanas com
cenas gravadas, ou micro objetos (pessoas) que, mesmo talvez de modo ingênuo,
estão fornecendo quase on line, gravações, imagens e filmes, não apenas no
espaço externo – este sempre mais amplo como forma de liberdade consignado pela
Natureza – como igualmente nos lares onde esses celulares estão presentes como
objetos de vida quase própria, gadgets inteligentemente servindo ao propósito
da ingerência de seus idealizadores.
Em outras
palavras, quando dizemos um fato, é justamente o que ocorre em um país que
agora é lancetado na proposta anterior de continuidade democrática e
nacionalista, quando previa que poderíamos, isto sim, desenvolver nossos
próprios sistemas sem depender de toda essa instrumentalização externa, já que
possuímos ampla capacidade de profissionais. Convenhamos, ser conivente com
agentes externos em uma hierarquia apátrida só confere a nossos próprios atores
da vida deste imenso e promissor país uma imagem que nos nulifica e nos
entristece como nação que sempre poderá se tornar independente e desenvolver
seu próprio modal de atuação. Posto a crença de inumeráveis pessoas em um único
livro como meta, seja religioso ou ideológico, põe por terra a nova luta de
classes que se processa no âmbito de uma sociedade de informações, com a
parafernália tecnológica cada vez mais corriqueira, mas estacionária em
limitações que o sistema que nela se apoia integralmente não expõe, como o fato
de imagens serem limitadas, e muitas informações são processadas em processos
lineares como a natureza das rotinas de linguagens de programação. Pois sim, o
que ocorre é que recebemos o feedback do homem-objeto, conquanto algo em termos
genericamente informacional, e a presença in lócus no tocar, no planger, no se
abraçar de modo sistêmico, no afeto ensaiado, na energia amorfa de um encontro
quase sempre decepcionante, a não ser que estejamos profundamente vinculados a
toda a ilusão da parafernália referida. Isso diferencia-se do
homem-trabalho-rua-casas, que está vivenciando as pedras da rua, ou o
homem-camponês, que gera o alimento, sustentando o provisionamento necessário,
ambos dando continuidade ao Lavoro,
ao Trabalho mais sustentável enquanto realidade, mas ainda assim vinculado ao
caudal das TVs abertas ou fechadas.
A aproximação
das tecnologias se dá quando estas começam a entrar em um processo em que
aqueles que gerenciam de fora perdem o fio que une tudo, e se dão conta de que
o fio se rompera em algum lugar do caminho, quiçá por erros cometidos atrás,
dentro de um processo histórico de civilização onde o messiânico fim dos tempos
assusta um contingenciamento reflexo dentro dos mesmos países que deflagraram
estranhos estopins que de preferência inequívoca jamais deveriam ter sido
acesos. Esse processo civilizatório caminha não apenas com os seres humanos
portadores de sua “ilustre” massa encefálica, mas é o viés em que – saibamos –
deixamos claro no colo da Verdade em que no século XXI os que detém mais poder
do que outros (belicamente, bem entendido), não são donos do território de
ninguém, ou seja, um país não é dono de outro. Nem de suas riquezas minerais e
naturais, muito menos de seus homens! Essa é apenas uma declaração do respeito
que os países devem ter em relação com outros, e que nem todas as preparações,
nem todos os fantoches, nem todas as manobras de usurpar poderes e colocar
outros darão certo no mundo, pois este já está minorando a importância de atos
que colocam a espécie em xeque evolutivo pois, se há uma revolução ao nosso
lado, o ser humano já é apenas um mero partícipe, apesar de sua extensa e
muitas vezes inútil parafernália tecnológica.