quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

O ÓLEO E A BARCA

De tantos e tantos navegares sentidos, clamados por quem caminha
A sós com seu retrógrado passatempo de não chamar à bombordo
Nem que o seja para dirimir dúvidas em que trilhamos as mesmas esquinas.

Assim trilharmos, a que veredas nos acompanhem, sabendo, sempre,
Que estaremos mais jovens em espírito depois que um óleo alimente o motor
Em que não estiremos muito as pernas de cansaço, pois o navegar é intenso!

De um convés, de uma marinha água de turmalina, a quem nos dispusermos
Saberemos mais, no entanto, quando se claudica a água pelas bordas do leme
Em penedos que não enfrentamos por cautela, pois a sequência de vagas manda.

Seriam os dias mais taciturnos em seus dias, os turnos que oferecem a jornada
De uma véspera que nos sabe mais próprios do que sabermos onde casa
O casal que se espera durante séculos na fidelidade dos pétreos amantes!

De ordens quem dera o jônico fosse o capitel da embarcação,
Mas que sextantes atravessam o olhar do marujo experiente a mais
Em saber que muitos olham para as letras e encontram mais ainda!

Encontrar as vagas já é capítulo de outros tempos, quiçá expostos na areia
Em que a superfície cristalina assume o tom negro da noite e explode
Na tempestade recorrente em que a noz não atravessa a crispação, segura.

O óleo queima, alimenta, o motor de centro gira a hélice e parte a nau
Na procela de não sabermos se retorna do rebojo, ou se permanece
No contra nó de fundear seus nódulos de madeira na tinta que esmorece.

Assim se diria dos dias, a se navegar um vivente dentro de uma cela
Em ceias tão castas de humor que o pão acaba dentro do café
E o rum de escota dá um nó no peito do bravo comandante chefe.

A saber que na verdade o humor pode ser um transtorno quando peçam
Ao pequeno grumete qual a sua ocupação em terra, frente ao mar
Quando de avarias no barco em que o estaleiro já não pode com demandas!

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