sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

REFLEXÃO SOBRE A HUMANIDADE

            Seria algo de pretensão crer que não haja muito a se discutir e debater a respeito das questões humanas. Objetivar apenas, positivar apenas, não dá muito volume na arrebentação que queremos quando o oceano mostra a sua resposta no embate com as rochas de alto mar. Alto mar sim, pois não, pois queremos que a latitude de certos assuntos nos vislumbre para além de qualquer farol e que cruze fronteiras em que por vezes nos colocamos como muralhas individuais, pontificando que o bom seria o livre arbítrio, mas que sabemos que dentro de um coração patriota obviamente reside a democracia e o Estado Federativo, com todas as suas instituições públicas ou privadas. Na particularidade de certos fenômenos que ocorrem no planeta, vemos certas certezas, algo proféticas, que remontam até a uma possível colonização e implantação de climas similares ao da Terra, em Marte, quando se supõe algo de julgamento final, ou hecatombe atômica na visão de pretensos salvacionistas da espécie... Na realidade pinta-se um mundo coisificado, controlado, com sistemas de segurança herméticos, uma nuvem de dados, em que os que controlam a tecnologia e suas fábricas mostrariam ao mundo um status de novo mundo, algo Huxleyniano, para parodiar uma coisa ridícula enquanto aquisições de brinquedos de consumo. Orwell seria fichinha perto do que pinta na tela das telas, onde planta-se que o que vivemos agora é um período de adaptação em relação às tecnologias, mas vê-se que mais e mais – nessa grande paródia mundial – que a alternativa dos antigos suportes, o fazer laboral artesanal assumem proporções de riqueza inauditas na releitura da cultura dos povos, mesmo nestes onde os índios mostram que são uma grande nação dentro de sua extrema agudeza madura em relação à Natureza. Tanto mais que os verdadeiros mentores que programaram rotinas desde o surgimento da rede militar nos EUA creem estar colaborando para a cura de seus próprios tecidos sociais. Nada. Nada, um pouco, versus nada um muito. Risos!
            Obviamente, não será de rir muito, pois imaginem como serão as redes das coisas em termos bélicos. Não dá para imaginar tanto, pois na hora de tomar a atitude enquanto nação inteligente, os EUA escolheram o embate bruto, a coisificação sólida, pedra, inanimada, em que seus próprios sistemas de inteligência agora sabem que não adianta nunca invadir um país, e não haverá mais tempo de recriarmos civilizações em Marte, se o próprio programa espacial da NASA dá um período tripulável de prospecções até 2030. Em 3 anos na Terra muito foi modificado, e sentimos se aproximar mudanças em torno de proporções geométricas, na questão de volumes derretidos, propriamente o degelo, e o trato a respeito na ordem cartesiana em que insistem em solucionar problemas em que o todo seria mais recomendável, como perfil de análise sistêmica: nas origens, nos projetos, e nas soluções de problemas. Não adiantará a FORD preparar um carro inteligente com leitura facial, pois a solução não está em que haja essa leitura para permitir segurança ao proprietário do veículo, mas evitar preventiva e sistematicamente a incidência do crime e problemas sociais relacionados, em uma sociedade mais justa economicamente. Talvez seja uma forma de ver equivocada para um país como os EUA, mas enquanto houver racismo não haverá como evoluir tecnologicamente, nem lá e nem onde se encontram seus quintais, como sempre afirmaram. Há que se repensar o mundo em tripés variados, recriar redes que sejam independentes do âmbito da informática, havemos de parar com a soberba de sermos ou acharmos que estamos no topo do mundo por lidarmos com a Tecnologia da Informação, por exemplo, pois saibamos que acabamos por ser apenas ramais zumbis repetidores de rotinas, fazendo parte de uma inteligência quiçá necessária, mas anódina enquanto coração sem espírito, feito da areia da sílica em San Francisco, ao que o santo se envergonharia de ver os homens em tal decadência de humanidade, nos supostos berços da inteligência mundial... Haveremos de saber mais, mas a coisificação da sociedade, bem como artifícios das vestes funcionais, como óculos, relógios inteligentes e outros produtos que visam seduzir incautos que sequer percebem que serão manipulados, ou invadidos por dezenas de hackers, o fato é como se entranhar nas redes que não existem, na web de aranhas facinorosas que não facilitarão muito, pois viver sem uma casa inteligente vai ser mais difícil, enquanto todo um país já tem muitos que vivem em seus velhos carros, ou em gigantescos “campings”.
            Muito haverá a se dialogar, mas vemos igualmente o Japão tão tecnológico que aparentemente suas soluções são o melhor a se dar, mas pecam quando predam com paixão nefasta os peixes que não lhes pertencem. Se a questão é de alimentos, é bom saber que países como o Brasil continuam a ser celeiros dentro de nossa questão: de um país indivíduo e, acima de tudo, de um país coletivo – ele e seus irmãos espalhados e parecidos, pelo mundo afora, dentro e fora do nosso imenso continente! É nesse país, eclético, lindo e pungentemente diverso em suas culturas e nações que vivemos, pretendemos a independência tecnológica inclusive, e lutamos por paz e igualdade social.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

E, FINALMENTE, QUALQUER REFEIÇÃO CONDIGNA, EM UM TETO CONDIGNO, DESFAZ A MAZELA DE NOSSOS TRANSTORNOS...

SE FOSSE TANTO DE SER, É SÓ VER, QUE UM COMPRA EM SUA LOJA, COMPRARÁ ASPARGOS AO INVÉS DE POLVILHO DE AR...

NÃO TENHAM MEDO DE NADA, GENTES, QUE O SOCIALISMO NÃO É UM BICHO PAPÃO.

SABERIA MUITO SE NÃO FOSSE TANTO, MAS QUE UM BOCADINHO DE FEIJÃO CARIOCA COM UMA FARINHA MARLETE JÁ ME SOUBE BEM NUM DIA JEJUADO...

E LEMANJÁ DITA QUE NOS ENTREGUEMOS AO SEU MAR, QUE SÃO TANTOS QUANTO À MESMA DEUSA QUE REPOUSA SOBRE TODAS AS ÁGUAS.

A CADA ESQUINA UM MOVIMENTO, E UM PEÃO BRANCO VIRA NEGRO QUANDO PASSA PARA A CASA DA CAPOEIRA, APENAS SOZINHO EM SUA GINGA DE OXALÁ.

EIS QUE BERNINI ERGUEU AS COLUNAS DE UMA ENTRADA, TORCIDAS, DE TAL MONTA QUE NÃO SE SABE AO CERTO EM QUE FÉ ESTAREMOS, MAS ESTAREMOS FORTES.

A DIAGONAL DOS BISPOS NÃO DEPENDEM DAS TORRES, POIS A CAPELA DE MIGUEL TEM MAIS SIBILAS DO QUE AS TORRES BÍBLICAS DO PLANETA...

PONTEIA-SE QUE NO BOM ENXADRISTA EXISTA A REFLEXÃO, E QUE O REI NUNCA SERÁ ENCONTRADO, POSTO ÉTER: MOLÉCULA, SONHO!

EIS QUE SE RECRIA O VENTO, UM PEÃO INVICTO SAI À CATA DE SUA RAINHA NO FIM DO TABULEIRO, E OS CAVALOS PASSAM DE LATA QUEIMANDO O ÓLEO DE APENAS UM.

CICATRIZES

Torto é o verão em que nos vejam toscos a mais uma frase
Que não se diz no âmago de qualquer precedência...

Talvez esperemos a própria espera, mas que não consubstanciemos
O que de fato é fato, fardo de nossas ciências que lutam igualmente.

Saberemos mais um pouco do jargão de uma palavra nua
A que soletre um dia a mais do jogo de amarelinha
Em que nos dispomos valentemente a cumprir em cada nascente!

Posto não sermos a ferida aberta outrora, mas que uma cicatriz
Também dispõe de sua história, seja na pele ou na terra.

Boas as cicatrizes das semeaduras, bom o trigo que renasce
E floresce suas pétalas do alimento, enquanto o homem
Sabe que detrás do esforço há gentes que comem sem perceber.

Mas que não importe tanto o que nos versa como não sabermos
De um tudo que por vezes turva, de um nada que por outras é luz.

Da tangente de uma simplificação de uma história, saibamos:
Há flechas que vão no cerne, no âmago do cupido de nós mesmos
Na latitude serena de nosso peito: nunca quieta, nunca registrada...

A se erguerem o sólido, a permanecer uma fundação, a uma laje
Que protende seu destino, que cavemos a colocar mais uma sapata.

Na arquitetura de uma criatura por vezes solene, que peçamos a ela
Apenas que não resida com rancor, posto teto, sagrado, o que temos.

A envergadura de nossos braços de titânio nos levem aos deuses
Em que nos encontrariam mais humanos se for de boa literatura.

Pungentemente, que não acreditemos no fracasso por ele, que nada
Teremos do futuro que é o próprio presente em projeto
A sabermos que o planejamento de cinco décadas é necessário.

Nesse lugar comum de resolvermos quem estará vivo para ver
A quantas anda as cicatrizes na Terra, veremos que o não pensarmos
Traça outras tantas cicatrizes abertas e insolúveis na espécie humana.

E um cristal tcheco remonta a que saibamos que onze vértebras
São de algum outro ser que se reporte, pois na coluna que do norte
Haverão outras que já se ergueram como em uma peça do dominó da vida!

domingo, 24 de janeiro de 2016

A SENDA ESPIRITUAL NEM SEMPRE É UMA VEREDA DE ALGODÃO.

A RENÚNCIA AOS FRUTOS DO INDESEJADO, DESEJADO, OU MISTO, REDIME E LIBERTA...

O SEXO É A PRIMEIRA ARGUMENTAÇÃO DA BUSCA PELO PODER.

QUEM MUITO DEPENDE DA VIDA SEXUAL, SERPENTEIA INSANAMENTE PARA POUSAR NA MESMA VIDA.

O ESPÍRITO E O JOGO

Há gente que joga com o que pode nisto que creiamos: a vida, tornando um game sua razão condicionada de ser, posta a ilusão sem precedentes à mesa. Não se pode dizer que um game não possua lua lógica, mas sabermos de sua geração e criação vale um pouco mais do que residirmos apenas em seu conduzir. Um jogo de xadrez não fica sendo mais muito atrativo, nem o jogo em se lidar com as palavras, nem mesmo um retorno à arte em seus palcos silenciosos e, no entanto, ainda infinitos...
A questão de novas tecnologias é muito saudável enquanto compreensão do conhecimento mais independente, sabendo-se – quando de ensino – como passar adiante as bases mesmas desse conhecimento. Tentar colocar uma toalha por sobre a mesa dá o precedente a que tenhamos educação mais esmerada, não apenas nos atermos a falsos e integradores silogismos teóricos, pois a educação como um todo não espera que não conheçamos bastante do que já foi realizado, e a estruturação do conhecimento passa pelas matérias humanas, sendo a história e a literatura as duas fontes mais importantes, recorrentemente ao fazer artístico, pois na modalidade do que chamam nova sociedade está a matriz do totalitarismo plutocrático, o que deve ser evitado a qualquer custo, antes que o modo dessa ignorância finque raízes no escopo social. A partir de um conhecimento de clássicos ou de todas as histórias de nosso mundo se apreende o processo responsável de muitos educadores, que historicamente não invalidam ou estancam os bons resultados na geração salutar do conhecimento, na aplicação dinâmica dos ensinamentos, e em boas referências em experiências de outras nações irmanadas, bem como na erradicação de cabrestos educacionais resultantes de interesses econômicos ou políticos.
Tudo isso falado seria quiçá interessante, mas não se encontra validade na proposta de um enfermo, pois que a enfermidade denota impossibilidades, e a veracidade de diplomações formais é que validam a questão do que se queira na educação de um país, mesmo porque, não é de monta a especulação deste que vos escreve, pois não intenta nem um pouco quebrar antiquíssimos diagramas, ou coabitar com anarquistas que encontram no destruir valores algo mais do que manter a paz e a ordem... Receita antiga, mapeada e diplomada por valores algo externos, em que seja fácil tal receita de bolo a que tenhamos a crítica corrosiva que teima em usurpar poderes constituídos. No relato que vos digo, que não se ressinta algo de filosofia, pois que na sílaba por vezes necessitamos da compreensão da existência de um hiato, e a mediação se faz necessária, pois não há como conjuminar a lógica sem a independência das palavras, e que se ressinta a filosofia como se de ato fora, pois não há mais nome nas acepções dos diversos vocabulários de rotinas de programação existentes na nossa Era. Posto que reclame algo de religião, que desta era que falo há algo da soberba humana que atinge os níveis de contendas supérfluas que assumem riscos danosos, não importando se um homem contribui muito ou pouco, se – e é fato – somos todos cidadãos, e que as fronteiras não nos ditem mais do que as diferenças tênues de cultura e etnias diversas, posto a posição não versar muito com paz se as idiossincrasias entre os povos continuarem a postular vinculações estratégias de parcialidade inerentes aos crus e mórbidos interesses que devem ser combatidos a partir da ciência recriada em lócus, a cada gesto irrisório que nos dê a classificação de vitória consagradora. Gestos como a solidariedade, o saber escutar das gentes, a capacidade do diálogo, a consciência entre grupos ou pensamentos, a versatilidade em achar em uma nação o equilíbrio equidistante entre uma inteligência veraz e a capacitação humana, visto ser necessária a educação induzida, pois certas literaturas e filmes competem para a dissociação da psique e igualmente à orientação escusa e criminosa.
Quando se é apresentada a banalidade de um homicídio, renitentemente nos filmes onde a violência é exposta sobremaneira, o fato de alguém possuir uma arma lhe dá uma noção evidente do que significa o poder bárbaro de tirar a vida humana para justificar o ganho fácil, ou mesmo de substantivar quadrilhas para proteger organizações criminosas que já possuem – por efeito osmótico e didático – aparelhagens e equipamentos que lhe dão logística para a prática sistemática dos crimes, em parte ainda justificadas por organizações de direitos humanos que muitas vezes pecam por tentar proteger a gangrena em que se torna essa engrenagem sistêmica e defeituosa. O círculo fecha-se e teimamos em achar que tudo é um jogo, e os que prezam por nossa segurança são vilipendiados muitas vezes por acusações ideológicas na acepção crua do que se chama o caos ou a anarquia paralelamente institucionalizada por aqueles que vivem sob essa ótica social.
A relação da pobreza com a criminalidade é óbvia, e é justamente em crermos em que todo o país se desenvolva, em que haja mais coerência na participação de ganhos pelas populações menos favorecidas, e que as lideranças se preocupem mais com o social, retomada a questão da educação tão importante... Mas que não esmoreçamos no respeito às crenças de cada cidadão, que não permitamos que imponham regras a respeito de que religião adotar, mas que sempre trabalhemos para que o Estado, enquanto instituição, se mantenha laico para não assumir posturas de ordem religiosa que impeçam o andamento de uma ciência em que a matéria seja de igual importância.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

ANTES DE RECOSTAR, UM MIMO CHEGUE NA FUNÇÃO DE ESTARMOS ASSIM CONECTADOS: LETRA E LEITURA, GRACIAS.

O SONO DERRUBA O POETA, NA FORMA DESTE DESABAR NA CAMA DEPOIS DAS VEIAS SALTAREM NO ESFORÇO DE SE SENTIR LIVRE!

OS OBSTÁCULOS MAIS DIFÍCEIS DE TRANSPOR SÃO TRAVOS QUE IMPEDEM OS DORMENTES DE SUPORTAREM OS PESOS DO TREM.

O CAMINHO DO MEIO NÃO EXISTE SEM AS OSCILAÇÕES DO EQUILÍBRIO QUANDO OS VENTOS SÃO FORTES E A ALTURA É IMENSA.

A FACE DE UMA MULHER POR VEZES É TÉPIDA COMO A BRISA NO MAR, E EM OUTRAS MOSTRA OS VINCOS DA HISTÓRIA.

NEM TODO INSIGHT É POLITICAMENTE CORRETO.

SERIA CÔMODO SE NOS SERVÍSSEMOS DE UM CAFÉ MAIS CIVILIZADO, OU AO NOS RECOSTARMOS NO MATO A LER UM LIVRO DE PAPEL!

O CONTRALTO SENTE O VENTO SOPRANO COMO QUEM SOBE UMA MONTANHA AO SOM DOS PÁSSAROS...

O ÓLEO E A BARCA

De tantos e tantos navegares sentidos, clamados por quem caminha
A sós com seu retrógrado passatempo de não chamar à bombordo
Nem que o seja para dirimir dúvidas em que trilhamos as mesmas esquinas.

Assim trilharmos, a que veredas nos acompanhem, sabendo, sempre,
Que estaremos mais jovens em espírito depois que um óleo alimente o motor
Em que não estiremos muito as pernas de cansaço, pois o navegar é intenso!

De um convés, de uma marinha água de turmalina, a quem nos dispusermos
Saberemos mais, no entanto, quando se claudica a água pelas bordas do leme
Em penedos que não enfrentamos por cautela, pois a sequência de vagas manda.

Seriam os dias mais taciturnos em seus dias, os turnos que oferecem a jornada
De uma véspera que nos sabe mais próprios do que sabermos onde casa
O casal que se espera durante séculos na fidelidade dos pétreos amantes!

De ordens quem dera o jônico fosse o capitel da embarcação,
Mas que sextantes atravessam o olhar do marujo experiente a mais
Em saber que muitos olham para as letras e encontram mais ainda!

Encontrar as vagas já é capítulo de outros tempos, quiçá expostos na areia
Em que a superfície cristalina assume o tom negro da noite e explode
Na tempestade recorrente em que a noz não atravessa a crispação, segura.

O óleo queima, alimenta, o motor de centro gira a hélice e parte a nau
Na procela de não sabermos se retorna do rebojo, ou se permanece
No contra nó de fundear seus nódulos de madeira na tinta que esmorece.

Assim se diria dos dias, a se navegar um vivente dentro de uma cela
Em ceias tão castas de humor que o pão acaba dentro do café
E o rum de escota dá um nó no peito do bravo comandante chefe.

A saber que na verdade o humor pode ser um transtorno quando peçam
Ao pequeno grumete qual a sua ocupação em terra, frente ao mar
Quando de avarias no barco em que o estaleiro já não pode com demandas!

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

HAJA, QUE SEJA, SINCERO DE FATO

No modo de um diálogo uma frase não necessita interpretações maiores, quando desponta de sentimento sincero. A um breve lapso que não queiramos ver, ou que nos sintamos mais aptos a tudo isso que se chama inocência... Nesse caudal amplamente potente, mas de águas hoje ainda tíbias, pensemos em um porém que não cause conflitos, pois saber de algo seguro é ter em mãos uma responsabilidade pungente do respeito e tolerância a quaisquer, no trânsito ou fora dele: nas diversas modalidades de comunicação. Se nos abrirmos em uma plataforma sincera de ser, veremos que os grilhões dos nossos conflitos diários em estabelecer condutas defensivas e beligerantes só vertem no panorama social um fator em que nos parece que devamos treinar para qualquer tipo de embate.
Isso invalida a coerência de conseguirmos nos harmonizar com tudo, pois não é nos adequando a uma beligerante forma de viver que conseguiremos uma fração que seja da paz esperada e preciosa tão necessária em nossos tempos algo modernos... De uma fração mínima, se bem gestada se torna a plataforma de sermos no mínimo mais adultos e altruístas. A posição que se estabeleça nos relacionamento salutares, seja sempre mais horizontal, e que na verdade não possuamos nenhum tipo de preconceito que sempre destrói patrimônios essenciais de vida. O que torna a sociedade complexa sempre são os preconceitos a respeito de tudo que possa estar fora de uma medida, como a situação do negro nas suas conquistas sociais, em que um governo mais afeito aos movimentos dessa ordem faz por estabelecer os critérios progressistas, que geram conflitos e ações daqueles que não suportam tais mudanças. Esse chauvinismo recorrente em sociedades estigmatizadas por quaisquer supremacias geram ideologias nefastas e sectárias nos seios de países que por vezes pecam em estabelecer a diferença por cor, credo, cultura ou mesmo classe enquanto relação de poder. O estabelecimento do poder como algo de per si, função primeira e instrumento de aquisição acaba por revolver literalmente na lama a exploração de minérios, a se citar um exemplo cabal, por questões da falta dos requisitos necessários para se gerir um Estado. Em tudo nascem as relações de poder, ao que alguns o creditam fundamental, posto estar sedimentado como norma e corolário.
Que seja, ao menos, uma sinceridade igual no poder. Uma humildade necessária, mas com a classe peremptória nas falas e atitudes, pois o bambu que muito se verga ou é vergado pode rachar e não valer mais nem para um caniço. Quem dera este que humildemente vos escreve fosse ao menos escritor, mas que a pretensão me iniba ao ponto que eu nada seja mas enquanto alguma emissão venha a me permitir algo. Menor no entanto... Que não sejamos fontes alheias a quase nada, posto a escrita poder perdurar em nossas consciências mesmo enquanto divagação ou reflexão a respeito do muito que nos cerca, e que o possamos algo de simplificação...
Quem dera rever amigos com sonhos ainda manifestos, mas o tempo encerra na sinceridade muito mais em sermos espectadores do que ocorre ao nosso redor, e a amizade muda seus tons e adquire o ranço da parcialidade. Perde-se o sincero, mas que este brote sempre, como que na possibilidade em um espírito renovado em pensarmos bem a quem nos importa realmente. Esse importar-se a alguém é algo de concreto, e sabermos que espiritualmente nos importarmos com Krsna, nos eleva sobremaneira. O Todo Atrativo é o nome de Deus, e nos importarmos com Ele é um dos segredos de termos a quem prosseguir, nessas inevitáveis, por vezes, contendas com que nos cruzam os destinos, como certas ofensas ou insensibilidades no trato humano. Disso que dizemos, em uma falta da compreensão de certos fatos, por vezes no que falseiam e que aceitamos por vir de fonte sólida, mas a própria solidez se desvanece por vezes quando nos encontramos com a Verdade. Esta nem sempre é fácil, e recorrermos a ela dentro de nossas dificuldades é uma vereda de busca em que a vida assume seu aspecto real, dentro das possibilidades de uma grande ilusão de forja a que estivéssemos nos acostumando, e esse impacto pode inclusive sacar de um homem a sua própria lucidez... Justamente quando depositamos nossos ideais em algo mais sereno, em uma pureza de espírito que dela nos cercamos, e de um modo a outro vemos tudo desabar: na perfídia, na inveja, na maldade, nos corações corrompidos e na ganância de espíritos baixos.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

THE END É O PRINCÍPIO DE UM NOVO FILME: E QUE SEJA DE ARTE, POR FAVOR!!!

POR VEZES O SOM DO PRAZER REFLUI COMO UMA ONDA DO MAR...

MEUS AMIGOS, SE FOSSE TUDO FÁCIL O BARRO NÃO TERIA SIDO TÃO IRREGULAR...

SE NO FIM O BEIJO FOR DE AMOR PODE FICAR SEM POR UM BOCADITO...

EM UM ESPAÇO DIGITAL A SINCERIDADE VIRA QUASE UMA INFORMAÇÃO, MAS TORNA-SE MENSAGEM: CARTA!

A VIDA VEM DA VIDA.

PENSAMOS QUE SOMOS O CORPO, MAS O EU É O ESPÍRITO, INCONTESTAVELMENTE, SENÃO MORRERÍAMOS PARA SEMPRE...

KRSNA SEMPRE, SEMPRE CAITANYA, SEMPRE DIOS...

QUANDO SE PERDE ALGO, PERECEMOS AO ENCONTRAR UM GRÃO DE AREIA QUE NOS FALTE...

EIS QUE UMA PALAVRA RECRIA-SE A SI MESMA NO ABHAYAM DE NOSSAS MARÉS DO ESPÍRITO!!

FORTALEZAS

O homem fixa seu pé escalavrado pelas ruas
De um óbice de pedras, que caminha e verte feridas na jaqueta
A que não propõem solidariedade, pois que ele pede e não lhe dão.

Um louco atravessa-lhe a esquina, trocam cigarros, são iguais!

A outro louco para um carro moderno e caro, e impingem-lhe faces
Cruentas do desatino de quem reside, de quem ostenta o ósculo
Que impede qualquer acometimento da sóbria bondade...

Outro mendicante cruza, e um trabalhador lhe dá da água,
Ao que outro que trabalha em um restaurante lhe dá comida
E outro de fama louca e burguesa observa feliz da solidariedade...

E a solidariedade torna-se conduta, e o socializar verte possibilidades
Quando a um que marcha outro o conduz a guardar o gáudio dos mares!

Se passa que não é superfície a semântica das ruas, em suas verdades nuas
Sobre o chão duro e pesado por vezes, em que vemos o salitre das chuvas
Um retrato de um antepassado libertário que já caminhou pela vereda.

Eis que um ponteia uma poesia quase nua de se soçobrar a si mesmo autor
De um verso de cristal onde se assoberba a companhia dos ventos
Em que o sólido descortinar-se se alinha irmão com o rufar da vida.

De mais uma poesia, que seja uma de bom grado, como uma receita
Em que validamos a intenção de uma cura a alguém enfermo
Pela infinita enfermidade da paixão pelos desfavorecidos...

Que parecemos – os de bem – por vezes que carregamos fardos de chumbo,
Mas que os vulneráveis da Terra saibam por onde caminham,
Pois de fé são companheiros de sua própria aurora cambiante...

A que saibamos, que é de igualdade que se iguala o direito,
É do fraterno que se resguarda a instrumentalização pétrea da bondade
E é na libertação dos povos que se estima que sejamos mais humanos.

E que a verdade seja uma ponte indizível que diga o suficiente
Para que saibamos que os homens e mulheres que fazem história
Sabem que muitas vezes esta é contada por outras linhas e pontos...

A partir de certos sacrifícios nos aproximamos da realidade pungente
Em que alguns fenecem por vezes seus sentimentos quando a esperança
É apenas que não trilhemos os caminhos de nosso egoísmo e ganância.

UM SER DA MONTANHA

            Por uma praia distante dos roteiros paradisíacos, de feição urbana já, de antes claramente rupestre, se vê uma montanha. Uma azulada montanha azul da perspectiva aérea, em que sentimos viverem por lá alguns seres... Quiçá seres que não vemos quando perto, pois sentimos distantes nessa realidade com sombras, a que diste, talvez nos vejamos neles. Sua pele pode ser de calcário, conchas perdidas nas rochas, os costões talvez existam mais longos do que o quebrar das ondas que não vemos... Talvez viva um homem barbudo, inadaptado ao que não seja a selva, meio índio, meio sereno, no serenar de rochas que ele encontra, e que da distância desconhecemos... Por hora que virasse meio anfíbio, salitrando gotas de resistência, no recrudescer de suas lutas. Mas não, que por onde o criamos em nossa especulação, as carochas de metal passam esbaforidas e o câmbio se sente nas passadas. O ser montanhoso vive de uma cultura milenar, enquanto o ser que deveria prosseguir montanha verte seu sonho em uma alfombra digital, como um papel onde sobrescreve mitos. Vanapastra é seu nome, e algo de hinduísmo lhe aflora o cerne, que tal, era hora de não hesitar na renúncia. Mas baste-se algum nome, que se lhe chame Bhisma, daria de se contar histórias védicas jamais escrutinadas pelos votos daquilo que jamais pensamos. Difícil seria imaginar tantas rochas, que não são mais imaginação, posto existirem em sua imensidão de caminhos. Que margeiem nenhum obstáculo o caminho que nos leve em um barco, ou mesmo na terra onde nos descaminha os montes mais altos. Seria aliviar um pouco o fardo, ao que se desse ao menos as palavras que norteamos em bússolas de espectros em criaturas noturnas, e seus cais particulares ao redor da ilha. Na ponta de Cacupé, em aldeias sambaquis, nos canais da contra cultura a se refazer melhores dias nos reconhecimentos territoriais. Desce um declive, aponta-se uma casa, mostra-se um duende que só existe em maquetes. No que verse, uma manchete que mostre um duende mais personalizado, mesmo em cartola que se revela ofuscada nos jornais. Seria talvez insanidade afirmar algo distinto, mas a insanidade é válida para descortinar oxigênios, por vezes.
            O que é de se afirmar que o homem da montanha não veja por hora os trocos irrisórios de uma campanha difamatória, ou o que de mal vai na sociedade, as maletas de dinheiro, as calúnias, os preconceitos. Mantenha o homem a sua renúncia, pois que é de aldeia se coloque perto de uma árvore, ou descubra fontes que nunca serão encontradas, pois pertencem à madre Natureza: santa Madre! Madre em seus rabiscos, em que a rabiscam a superfície, ao que a ela se denote que verte água pelos poros, que aumenta seu humor na temperatura, que mostra ao homem – não ao da montanha – o que o homem faz com ela. Nem com ela, a si mesmo, em sua estúpida ignorância, queimando o óleo firme, queimando seu próprio tutano dentro de suas digitalizações inócuas, quando disformemente comanda o atraso, as guerras, os ódios, os saques e a devastação, que engloba tudo enquanto destruição inata da qualidade da espécie sapiens: enormemente “evoluída”. Caros amigos, reinventem seus próprios sistemas, a parar de apropriar-se, que estamos nos apropriando do nada, em que o nada convexo nos mande saber que no fim o clamor popular ainda é a tomada de consciência mais salutar, pois seu conhecimento pode valer de mais bagagem e compreensão das coisas, e não a tipificação da sobrevivência apenas, enquanto alguns discutem a natureza dos cruzeiros marítimos. Talvez esteja tudo bem, mas que crescer as gentes é factível, é de boa natureza.
            O homem da montanha parece tudo ver, mas vê nas entranhas da Natureza o que há para se conhecer, ou sentir, ou prescrever a si mesmo, nos melhores modos de compreensão do que são os seres, e por esse ponto chegaremos na questão mais estável do conhecimento: que cada folha, que cada gomo de bambu, que cada naco de terra saudável, que um inseto navegando generoso em sua idiossincrasia é mais, tudo é mais do que supomos, e é nesse micro que devemos aprender, pois preservando o entorno preservaremos a nós mesmos e à ciência maior de compreendermos próximos a uma totalidade mais saudável. Sem essa consciência não somos, sem isso não existiremos, pois não adianta vermos uma peça de teatro se o dramaturgo nunca pisou seus pés na terra...

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

A FRASE

            Dita a frase, em um campo, meio que se a perca, se não soubermos a nós mesmos nem o que dizemos: esta vira personagem, a palavra reúne-se soberba, e o parágrafo acompanha lógicas variadas nas semânticas indiscretas onde residem os curiosos. De residências outras, de febris conchavos, de tanto a se dizer que uma frase perde-se mesmo pronunciada pelos segundos varonis de um falso Brasil de mídia em falsetes... Outras frases são curtas, são cantos, revelam, pérolas ensartadas pela joia da arte, onde não pesponta o comércio posto necessidade atávica da cultura. A frase do índio, o significado das selvas, o ateniense nu que não foi encontrado na partilha das riquezas do homem, o codinome da ausência, o outro lado do amor, andam-se as frases em curtos períodos a assenhorear-se de algo que traduza, do mar da compreensão que remonte, de épocas perdidas e não pronunciadas pelas certezas do nada... Que este nada então pesponte entre seu ser e o nirvana de ninguém, já que viver passa-se a ser um tipo de contenda em que os que sofrem não restabelecem a esperança que não seja na própria luta. Por vezes a insana luta dos que sobrevivem na escalada das ruas, fora das redomas de outras certezas, sem os alicerces sãos dos protestos inúteis. Dita uma frase em lugar incomum e uma lógica de um sistema cai por terra, em um sistema computacional que não é sistema, mas informática, onde quem a estuda no mínimo gosta de uma fofoca de TI. Como se diz em um péssimo italiano: é vero! É verdade, e por essa luz não nos percamos por focas da imprensa a imprimir esgotos mapeados por interesses, em ilhas mapeadas por razões de sociologia regressa...
            Tudo é isso tudo, tudo é estudo, amigos, e o poder de uma frase pode ser: object name class: hexadecimais contentes, assim, tudo misturado, pois o desenho desta frase, por exemplo, denota falta de conhecimento no fazer, mas profundidade na construção, em que o aleatório cede espaço para a compreensão mesma de quem não exerceu ofício permanente, mas ilustrou sua navegação por muitas frentes e procelas. Creiam-me, há de ser útil o suficiente, pois na verdade o que reza é que rezemos a cartilha dos milênios, antes mesmo do primeiro urro de cio de uma donzela cromagnon... Pois não existia nem esquerda nem direita, mas a lei da alavanca, em que Kubrick mostra na sua Odisseia o osso ferramenta e a espaçonave, e que 2001 mostra que não chegaremos jamais em profecias de Asimov, pois os insetos muito mais pesados do que a nossa espécie já estarão nos ensinando como comandar a nossa catástrofe, se não descobrimos que não basta erigir, pois como foi falado a Pedro, há que se erguer a primeira pedra depois de soçobrar os entraves que impeçam a palavra ou a vida. Pois sim, a frase toma sentido, função: diz algo de un sauvage perdido em uma cage nem um pouco folie... Que adernem vocês preconceituosos de merda que se reúnem em separado para tramar queda de enfermos que vocês mesmos criaram na monstruosidade em levar vantagens em seus microcéfalos sistemas, em que a microcefalia dá mostras de seus métodos. Precisamos aceitar isso, enquanto a babilônia não é mister de nossa Presidenta, mas justamente de todos os mascarados maculados de venezas falsas? Por quem trabalham, e quais são suas alianças? Serão as mesmas chamadas alianças mas que tornam eixos consubstanciando a nuvem recriada para estigmatizar e eliminar como insetos os que desejam libertar nossos povos? Será possível que vocês possam se esconder ainda? Será que os Rosa Cruzes acreditam na Bíblia? Será que os bíblicos saberiam do testamento de Cristo, que sempre atestou a bondade e com o ferro foi ferido, carregando consigo o perder-se da humanidade? Não digam que uma cruz é necessária, pois nossos índios não a conheciam, e não queiram bancar os santinhos os que impetram apartheid na Palestina sitiada, pois nada disso tem a ver com humanidade... Não pensem que tornar a Síria um tabuleiro de Guerra vai tornar a humanidade mais disposta.
            As frases não estão dispostas como a fração que nos cabe em cada latifúndio. Não nos cabe mais, mas a lógica de disporem tabuleiros de fome ao redor do mundo nos reserva o direito causal de sabermos que não temos de aceitar a determinação vertical por questões de competências pontuais.

sábado, 9 de janeiro de 2016

OS TRABALHADORES DO MAR, A OBRA PRIMA, UMA DAS, DO GRANDE VICTOR HUGO, MOSTRA ÉPOCAS DE FIBRA QUE NÃO SE APAGAM FACILMENTE...

AQUELE QUE SE TORNA UM FORTE INSETO, VERDADEIRAMENTE SABE LUTAR PELA PAZ.

UM HOMEM QUE SE TORNA UMA FORMIGA, NÃO TEM MEDO DE ACOLHER UM FERIDO EM UMA GUERRA...

QUE FERNÃO CAPELO NOS ENSINE A SUPERAÇÃO DE NÃO SERMOS MAIS PÁSSAROS EM NOSSA MATURIDADE!

PASSAMOS POR PEDRAS PERDIDAS NA ALDEIA, E QUE RESERVEMOS APENAS SEGUNDOS NA APRECIAÇÃO, ANTES QUE A ONDA QUEBRE...

SUBIR NO CONFORTO DE UMA PEDRA NO QUEBRA-MAR, DEIXAR OS OLHOS NAVEGAREM POR ENTRE OS PÁSSAROS, ISSO É O CULMINANTE DIA DO ENCONTRO SALUTAR COM O FIM DA TARDE...

A QUEBRA DE UMA SEMÂNTICA

            Ástor era homem baixo, de estatura moral inquebrantável, mesmo passando o que havia passado em sua vida, uma vida de miserabilidade existencial extrema. Claudicava por vezes, mas o que era por remissão fora uma disciplina ímpar que se impôs em sua vida, em que horas livres de tarefas árduas eram condição rara. Mas gostava de seus modus vivendi, pois trabalhava para tal, em se fazer de respeito ao que remonte em que em sua propriedade mantinha a guarda sempre em alta, e não tolerava em sentimentos outros que grupos de vulneráveis fossem atacados pelo preconceito ou pelo desrespeito da insanidade de muitos, estes que eram o espelho de uma sociedade meio que por layers hostis, e no entanto meio opacos...
            Sempre pensara Ástor que uma mulher seria sua queda, pois se apaixonava fartamente por todas, mas que agora no lado positivo de sua negação lhe secara o amor que duramente lutara por conseguir, mas que a vida lhe tolhera nos seus caminhos de ser autêntico e independente afetivamente. Tinha desafetos agora mais raros, pois ruminara o desejo de compreender a dura espécie da qual fazia parte, e essa tarefa por vezes hercúlea o enriquecia enquanto vivente, enquanto homem, pois percebera algo recente que nada do que vivera fora brinquedo: aos olhos de tais outros quiçá, mas em sua carne rompia as dores de suas frustrações, e as vitórias de suas conquistas, estas diuturnas, aquelas frequentemente. Convivia com esses dois parâmetros existenciais, e no domus de sua vida via sustentarem-se diversas colunatas que do Jônico para o Dórico seria só uma questão da pós-modernidade. Apartara-se da bebida, e sentia que nos tempos modernos compartir sobriedade era algo quase impossível, pois todos ou a grande maioria da sociedade costumava se intoxicar de álcool e seus derivativos no final de semana para esquecer as jornadas duras da lida semanal, e eram poucos os que sentiam no fluir de uma leitura o prazer maior, pois tantas eram as novelas e filmes que induziam ao grande estupor líquido das relações. Como havia aprendido com seu pai a não confiar em ninguém, via nos olhos dos seus iguais por vezes estremecimentos de ódio, quem dera nos outros, de realidades em que consentir ao menos se estremecia menos na imensidão do rancor. Gostaria muito de se lembrar de um beijo, mas seus lábios sabiam mais ao cigarro do que a qualquer outro prazer, seu único vício. Via a cachaça, diziam marvada, mas não passava ou ficava mais do que alguns minutos até que lhe servissem algo sem álcool no bar, um guaraná, uma água, que seja que, contestava ele, devia ser gratuita, dentro de algum delirante sonho socialista.
            Verdadeiro estupor animava certas gentes, e de madrugada via espetáculos um pouco dantescos quando do conhecimento de idiossincrasias que lhe inundavam a incompreensão de certos comportamentos, que na verdade lhe incutiam dó, a saber, de gentes que treinavam luta para se pegarem nas agressões físicas cotidianas, ou mesmo nas ofensas veladas, em que sua face se tornava um fantasma de si mesmo a consentir que a normalidade parece loucura, e os louros da loucura uma sanidade determinista, na acepção mais precisa de Locke. Bem, assim ia tocando sua vida, e a escrita, a literatura, a poesia e a filosofia agora eram seu porto, sua guarida, suas estâncias, que se perdiam no imenso mar, na posição concreta de um ser, nos pampas esmeraldas das fronteiras do Sul do Brasil.
            Tantas foram as vivências das noites, tantos os acidentes de escala, tantas as perdições na vida de Ástor, que agora a luxúria das noites a ele não se ofereciam como vantagens, pois vivera o suficiente, e não pretendia estender o improvável, nem abraçar companhias. Enquanto houvesse gente em sua dependência, nessa osmose em que também dependemos, seria factível não se aproximar em derradeiras frequências. Como no rádio, geralmente só sintonizava em um canal, que se aprouvesse de saber notícias mais claras no decorrer de um tempo em que certas informações eram recebidas por ele com graus de veracidade plausíveis para um homem culto e experiente.
            Noves fora, na verdade seguia o seu curso de homem sereno, apesar de alguns percalços, no que fora de fases em que prosseguia o andamento da sensatez, mesmo sabendo que a mentira campeava, em outros canais, nem que seu límpido rádio soubesse tudo ou fosse silenciosamente verdadeiro, mas nada do que supunha Ástor seria capaz de quebrar sua própria semântica, posto rochedo em alto mar que, meio em procelas maiores sabia de sua própria existência, no oceano que o burilava através dos séculos.    

TURVOS INCIDENTES

            Quando se retrai uma nuvem, outra pode se aproximar em primeiro plano, em que a neblina desce a uma montanha quando a massa de ar seca despe-se de seus artifícios. O incidental de um céu abriga moradas, convida ao planar, torna-se pintura, retoca um altar, ou mesmo turva com ciclones e tempestades. De um pássaro, a alguns homens, se escutam seu canto algo se nos torna ciência, de se travar contato, e estar em conexão direta. Nesse plano escalar podemos pensar igualmente que um objeto vibra, que possui a função, seus átomos, sua Natureza. E essa é uma leitura em que possamos ver em detalhes e no todo fragmentário, posto estarmos em um ponto do espaço, o mesmo que nos circunda, as pedras que deixamos para trás, o ar que vem em lufadas, o mar que nos ensina as ondas e seus opostos... O mar e o céu: eterno sufragar, encontro derradeiro no horizonte, em que a embarcação recria suas referências em sobrenadar mais e mais, a se encontrar mais ilha, ou a reverberar um rochedo que se chama naufrágio. Não há modal em se organizar a Natureza, pois somos apenas formigas de duas pernas, insignificantes quando não nos enformigamos. Pois, como disse Victor Hugo, um homem quando se torna formiga revela-se de uma resistência sem limites, pois carregar fardos tempera o aço de nossa forja, mas somos parcela ínfima da Terra, e paradoxalmente estamos a retalhar muito a sua superfície. Alguns sinistros incidentes provam isso, e desse provar doloso não nos julgam, apenas prometem um não cumprir, a que novas gerações caiam no conto do vigário de morar em Marte, ou outro lugar inacessível qualquer, desde que prometam haver melhor futuro do que este: o mesmo de sempre, sem ganhos ou estabilidade de um real sonho, que seja, a que continue a pontificar a ignorância sem limites, inclusive, ou mais ainda, daqueles que receberam treinamentos para agir frente a casos isolados, mais pontuais, ou mais complexos, dependendo de suas agências e contingenciamentos recorrentes. Isso de agenciar gente, isso é consubstanciado por modalidades novas no entanto ultrapassadas no simples fato de aceitarmos que uma nação ou um bloco azeita melhor suas engrenagens quando confia seu entorno à diplomacia e seus diálogos. Se um país como o Brasil anda com ciência de organização e métodos, obviamente é melhor para sua independência confiar em sua administração que o levou até esse patamar, pois sabemos que a independência relativa ou total hoje em dia sem a globalização é fator indisponível. Seguindo os ensinamentos da paz, em suas diversas frentes e compreensão, é possível sim fazer deste país um exemplo de economia sustentável e qualidade de vida, com a concretização tão ampla e necessária de um consenso em receber ajudas externas não apenas como insumos mercadológicos, como igualmente em conhecimento – know how – industrial e técnico. Se continuarmos sendo o país com maior produção de alimentos no planeta, se continuarmos a nossa administração pública com maiores respeitos e resgates de seus patrimônios históricos e ecológicos, não há de ser tarefa muito árdua mostrar ao nível da consciência de nosso povo que mudar a sua administração federal no Poder Executivo não possui muito sentido, já que estamos acompanhando o processo de revolução tecnológica atual com propriedade, sem desagregações maiores, e a União reza pela força de todas as nossas frentes, com retaguardas fortes e sinceras...
            Em toda uma questão técnica abordamos o problema e suas soluções. Deixarmos o país para uma ingovernabilidade é apontar para o povo quais são os que os representam que depõem contra seus interesses, e reformarmos nossas estruturas possíveis para que aspectos estruturais de pesos relativos se tornem a conjuntura em seus trâmites para que seja feita a remodelação de nossos alicerces, construindo bons vigamentos – fortes – para que não feneçamos em serviços essenciais, e restabeleçamos novos paradigmas exemplares de administração federativa e presidencial. É nessa plataforma sem rancores que devemos dar um salto de qualidade, proceder com experiência de outros igualmente na questão de eventos culturais e esportivos de grande monta, a realizarmos na América Latina um Governo cada vez melhor, disponibilizando a todos melhores atenções e melhores cuidados, pois, meus amigos, há muita gente que luta para melhorar, e outros que apenas apontam certos erros para desestabilizar o país e abrir possibilidades em nossas lacunas de imperfeições toleráveis, para exercer uma espécie de sede insaciável de poder escuso no sentido de apropriarem-se de vantagens e destruir o sonho de capacitação e desenvolvimento humano da população brasileira que ainda carece de mais atenção. 

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

A CONEXÃO COM O INFINITO

            Estarmos conectados a um smart phone não é coisa que se brinque, pois se chega até a um limite de escarnecimento se não possuímos um de última geração. Conversa vai, conversa vem e o que se alcança é apenas a finitude irrisória de um pequeno quadrado digital onde pensamos que aconteça muito, mas que a rede é fina que não deixa escapar nem os menores peixes, como os filhos ou netos que já residem nessa atualidade nada democrática, pois a Google dita e seus subordinados obedecem. Haja vista sermos todos os mesmos sistemas, e há segredos por dentro jamais revelados de dentro de seus bunkers de inteligência. Não é uma crítica mordaz, apenas a constatação de que o uso sem freios da tecnologia parte para um totalitarismo sem precedentes, na medida em que somos obrigados a estar nessa plêiade de alienados. Se o sistema parte desse princípio, saibamos que na verdade há outras conexões muito mais amplas do que as cabanas eletrônicas em que nos tornamos, e que já profetizava Toffler no seu A Terceira Onda. É trabalho e trabalho, e que nos tornaríamos melhores trabalhadores se nos conectássemos com a carpintaria, o elétrico, o hidráulico, a construção, e não jogando sementes aleatórias para alimentar cada vez mais um regresso em que políticos caras duras servem de bibelôs de aquário articulando o golpe alicerçados pela CIA. Essa é uma conexão real e existente, em que não nos perturbemos muito, mas na verdade é fato. O fato continua sendo o destino da Petrobrás, do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal, do Ibama, dos Correios, como estigmas na sangria privatista que os tucanos não conseguiram concluir no governo entreguista de FHC. Creio que o nosso país já possua a sua agência de inteligência, mas também acredito que se isso realmente for realidade concreta e competente, é aí que a coisa pega. Há garras querendo se apossar de nosso país, grupos digitalizados que voam em torno de uma luz artificial, sem perceber que a massa trabalhadora trabalha de sol a sol e possui mais ciência do que a Fortran, ou a Cobol, antigas e ainda válidas lógicas. Essa gente que trabalha é muito mais sincera do que aqueles que subvertem a democracia para instalar o caos no país, pois se o golpe for concretizado, o mundo inteiro sofrerá. Nada como usar de "psicologia" diante de homens que são solitários para tentar dissuadi-los de sua reserva moral. Esse estamento moral e uma férrea disciplina é que mostra a um homem ou a uma mulher que certos conhecimentos vêm à tona para atrapalhar, pois é no espelhamento de um contingenciamento progressista, correto e efetivo que nos situamos em um prumo, por vezes dentro de uma sociedade hostil. Esse é um caminho, podemos nos cansar mais, pois é árduo, mas os pequenos contentamentos como ver o sol pela manhã nos torna mais maravilhados, pois quem caminha a ferro e a fogo vê melhor a transparência da vida, e aceita com sinceridade de poeta a ternura existente, como uma flor rara em um deserto...
            Estar conectado não significa nada a ver com plugues, botões ou similares, pois não há revolução tecnológica total, já que nem tudo se manipula em certos joguetes, mas que efetivamente a instrumentalização efetiva vem a calhar para combater a violência, por exemplo. Citei a CIA como exemplo de gente que já possui seu lugar ao sol, em praias lindas, ou em confortáveis gabinetes, visto que o trabalho de campo nem sempre se efetiva em sua proposta, que é invariavelmente utilizar de sua atuação através do domínio tecnológico para estornar possíveis lideranças, ou diluir talentos, quando estes não dizem respeito aos interesses do império que ainda quer dominar nosso continente, subsidiando regiamente a oposição para que subvertam a ordem do andamento legal e democrático dos países latinoamericanos. O infinito vem do conhecimento, vem de amarras soltas, vem da libertação de um povo, vem da melhoria social como um todo, não vem de conectarmos um painel fisiotrônico, não vem de seres somatopsicopneumáticos. Vem do amor sincero, do diálogo, e da luta em manter-nos íntegros diante das adversidades de desavenças e da farta hipocrisia que alimenta o poder nefasto que vem como uma força contrária a destruir qualquer progresso popular.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

DE UM PENSAMENTO ÚNICO

A pensares que penso ser um único pensamento e que disto do querer,
No que penso que saiba algo que não verse muito o que dizer
Mas que um arrulho sereno de um pombo não me faça esquecer...

Que penses que não penso, mas a talha do destino me encoberta
De um lado em que caminho a minha tíbia perna e que outra desperta
No dizer do outro lado em que o joelho meio que enobrece a perda.

Seria tanto o de rima que não rimo a partir do arrimo das pedras no lago,
A supor que um pequeno lagarto de cristal reside na profundeza
De um coração leviano que atinge um grau de pureza abissal...

Meio que talvez não saiba o que vai pela vertente de uma manhã anunciada
No nunca em que talvez não queiramos que surja dentro do sempre,
Mas que talha-se a poesia em negro mármore de Carrara na têmpera!

A seguir que não pronuncio o verbo animado por uma ocasião festiva
Já que deixamos o Natal borrado com as intenções de dolo ocluso.

Reerga, humanidade, a saber de que a vida não se encerra nas facilidades,
Pois aqueles que o sabem fazem da sua própria o crescer na dignidade...

POR ONDE NAVEGAM OS OLHOS

            Nossos olhos são de um sentido muito acurado, quando deste o percebemos maior em que nossas portas de percepção compreendam que aqueles estão distantes do que pretendemos em navegar por mar de procelas estão de um lado a bombordo... Um aquém de significados encerra na premissa do próprio parágrafo algo de um olhar noturno no despertar mesmo de um homem. Um despertar que claudica, que vira o leme, que tange a si mesmo, qual vento que nos empurre as velas, mas que o olhar volve a ser o mesmo de seculares tempos! Saber-se mais humano é construção de um próprio, de ser solidário, de sequer cogitarmos que entremos em ordens de conflitos onde nada pode ser muito se sequer o entendimento do diálogo nos salve. Assim, de paz concreta, do que almejamos por ela sempre, em que no sabre de um império que se voltem a atenção ao que um romano já passou pelas pedras de antigos fracassos. Desses mesmos quesitos, ao que voltemos o olhar em um grande desfile de uma escola de samba, a saber, nisto reside poesia... É nessa poesia, é nessa arte que vemos um pressuposto espetacular, no que um samba de morro é de uma riqueza que espelha o nosso país com algo de arte inequívoca no que nos toque que aparentemente estejamos nesta longa e delirante moda adormecendo um sono de Orpheu. Na verdade, o gesto de um lápis nas plataformas do mundo, esquecido pelas gentes que não olham pela arte, está um navegar sereno de mais um artista anônimo por sequer saberem se a arte não continua, ou se obviamente cresce, pois que se eduque essa parte tão substancial: a arte de ver, a arte de sentir, de se expressar. Por onde navegam nossos olhos, a darmos o tempo necessário, ou a um sem tempo, que a arte não espera e trabalha com estudos de minúcias, sem a mão crispada no mouse, mas sim navegando no fluir das marés dos papéis.
            Quando estamos em trabalho, há que se dispor de que a arte pesponta um sacrifício, em estarmos como no teatro de um mundo onde o drama já faz parte de nosso cotidiano, onde estarmos conectados parece-nos ilusoriamente que fazemos parte do mesmo mundo onde tantos navegam por mares de salitre, por mares sem água doce: em uma lida a que as estrelas os acompanham nas travessias, e cercas os esperam nas fronteiras. Essa passa a ser a conexão com um imenso oceano, uma conexão de esperança, uma conexão de náufragos, um imenso viveiro de pássaros em desespero, vindo de um óleo cru que não atingiu suas penas, mas motivou o massacre de seus pares. Um óleo viscoso que tanto aceita, enquanto mantenedor de motores, quanto massacra, em suas origens, em suas derramas. Por um tanto é de se fazer crer que as crises que vêm a suceder remontem gigantescos interesses nessa matéria bruta, nesse famoso e tentacular óleo cru. O legado dos dinossauros extintos mostram a derrocada ainda em sua origem duvidosa de uma espécie tiranossáurica, enquanto daria mostras de humanismo, mas fracassa pela hipocrisia e desavenças decorrentes. Mas que tenhamos esperança sempre, pois de quaisquer lados há boa ventura, assim como no mar os ventos ditam regras ao marujo, quando este é de monta e experiência. E são muitos barcos por onde navegam nossos olhos, de dentro e de fora, que seria tolice crermos que há algum estreito onde não possamos navegar, ainda que tenhamos que esperar para acalmarem as vagas... Essa espera no faz fundearmos a embarcação, ao que se diz, como um planar de um pássaro que alteia e decresce o voo, assim como no mar a onda nos faz oscilar. Isso se passa, como na compreensão mesma, a algo muito salutar, pois une o nosso sentimento com o sentimento do inanimado, em que o espírito é da coisa em si: das marés, da vida!

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

UMA ESTAÇÃO DE MAIORES LUZES

            Por onde estamos correndo, feito luzes em matérias brutas, encontrando remansos, navegando em marés que não sofismam, é um modo de aplicar conhecimento nesse caminhar, nessa trajetória em que não nos encontramos de todo ao espírito. Uma sociedade onde as informações são comercializadas como uma troca em serviço de diversos motivos, gerando verdadeiras fortunas. Quem se apercebe desse escambo não saberia por que razões tem olhares oclusos sobre suas veias, sobre sua vida. Talvez este rascunho de pronunciamento nos mostre dias mais interessantes do que outros em que adernamos sob um tipo de superfície marinha em águas rebeladas pela Natureza extorquida esta à mão do homem. Pudéramos acreditar que o mesmo conceito que nos une à Natureza possa torna-la deusa em nosso patrimônio de compreensão mesma, retocada aos olhos de um criador que não seríamos nós, porquanto seres em que destruímos no que antes fora um limbo, mas agora claramente no mínimo purgaremos... Dizia Dante em seu imenso exílio da exatidão de seus Cantos e do Inferno como a beleza principal de seus versos. Que época fora a dantesca, quantas guerras havia nos tempos do Renascimento, que tanta é a pungente criação de tão vários e gigantescos gênios.
            As estações se sucedem, algo como ciclos em que rotulamos esse giro, como se uma quando se encerra acaba, esperando a próxima, o próximo natal, o próximo carnaval, sem nos darmos conta de que o progresso existe em cada qual, e é deste progresso que enviamos nossas luzes anônimas, mas que se distinguem da imposição de um ciclo fechado em que não trazemos mais do que uma inexistente história, mesmo sabendo que esta mesma história não seja considerada oficialmente válida pelos órgão de divulgação equivocada que validam apenas os ciclos fechados, invariavelmente se pensar nos anônimos personagens que transcendem essa equação aparentemente intransponível, e que continuam vencendo seus desafios como algo cotidiano que não necessariamente se apresenta como tal. No entanto, nos parece que não temos tempo de respirar melhores ares, em que um homem encontra mais ressonância na plataforma de seus trabalhos, em que dite no mundo inteiro e particularmente no Brasil, uma nova ciência em encontrarmos condições melhores, através das reivindicações e do marulho secreto das escumas, pois é no vasto mar que a onda dialoga com o rochedo, onde o costão se cava durante séculos, em que no segundo quase sem tempo imerecido, a onda continua ao desgaste, mas não a percebemos, pois é escultura milenar... Por esse tanto de história a um rochedo sem nome, saibamos de metáforas que unem histórias, ou que nos façam compreender que o marisco que vai à mesa está há anos maturando seus cachos no mar. Talvez encontremos um berço de significados em nossas mentes, mas precisamos ficar muito conscientes em relação a que não a tornemos repositório de parcos lixos tornados nosso próprio fracasso. Talvez em um espelhamento válido, possamos expressar em uma poesia, em um ensaio, ou em uma obra de arte a nossa impressão do mundo em que, se de sincero for, agrega a consonância entre nossos pares. No entanto, a partir do momento em que consigam turvar a fonte em seu próprio nascituro, a Natureza sente em suas cicatrizes algum modo de dar suas respostas. Pois aquela, sendo obra do Criador, e desagregada de nossa espécie – conforme demanda que criamos – não possui Karma a sofrer, justamente porque Indra consegue saber administrar a procela, Brahma cria e Shiva aniquila. Mas tudo isso faz parte de algo maior, quiçá um espelhamento de que Krsna nos permita, através de seu Avatar Dourado – Caitanya – nos redimir de um modo em que cada segundo nos sirva para bem nos situarmos na condição de mantenedores conscientes e com mais luzes do planeta sagrado que nos envolve e que na verdade somos enquanto seres apenas coadjuvantes do que pensamos exercer poderes algo sinistros com relação àquele. Relações de poder que envolvem aos gananciosos diversos artifícios, em uma roda viva que suprime uma vida mais simples e menos invasiva, não apenas à mãe Gaya, mas aos mesmos seres que deveriam estar compartindo serenamente entre si a consciência de luz de cada qual. Visto talvez não haver mais tempo possível, apostemos na ciência da realização como forma de ampliarmos o leque das possibilidades de mudança progressista da humanidade. De vermos que os homens e mulheres que são mais cultos, que se comportam em sociedade de modo mais humano, tendem a dialogar com mais propriedade, mas igualmente aqueles que não tiveram a oportunidade de estudar, por vezes tem graus de entendimento mais amplos, haja vista a prática mesma do conceito existencialista, que perfaz o mesmo diálogo que temos que passar a compreender, para sairmos de nossas redomas preconceituosas, pois o juízo antecipado é uma das faces do livre arbítrio que move o pensamento tendencioso, nessa liberalidade de permitirmos a exploração sem conta do homem sobre o homem, e do mesmo sobre a Natureza. Essa assertiva nos fará respeitar mais as nações que tomarem atitudes mais do que incisivas para conter o aquecimento global, as guerras e conflitos, o preconceito em todas as suas variantes, e a intoxicação orgíaca em todos os seus pressupostos.

sábado, 2 de janeiro de 2016

PREMA – AMOR A DEUS

            O difícil sempre se torna especular sobre as coisas do amor, ainda mais quando fluem sobre plataformas de tecnologia em que o amor possa se tornar distinto. Não precisamos exceder a mesma especulação intelectual a pensar muito que o amor tenha se tornado com muitos estereótipos, desde que a sua palavra existe... Houve amores na vida de muitos homens e mulheres em que pernoitavam nas ruas, viviam em manicômios, mendigavam, ou mesmo no trivial aspecto de pais e mães de família, outros em lutas revolucionárias, as certas remissões de outros duros e monstruosos, no ser e na serpente... Hoje, por falar em coisas do amor, esta linha talvez não encontre mais o olhar do leitor pois já tornou um parágrafo por vezes maior do que o fôlego de uma massa que não encontra mais amor nas letras, já que o celular e seu quadrado pequeno possui um whats app mais rápido em se encontrar com o próximo gozo prometido. Se é de se queimar cartuchos, a experiência mostrará que há profissionais do amor, prontos a investir, com a capa da insensibilidade falsamente acobertada por um teatro reles, em amores a que surjam negociatas. Talvez sejam os tempos modernos, mas na verdade, esse dito inconsútil amor clama para que haja caminhos, mas o que ocorre fisicamente é a patologia social de estarem dependendo muitos da conexão imediata, no que versa seja conexão, ou outra palavra qualquer, mas muitas vezes vício a displays tecnológicos, dependência mesmo. Mesmo sabendo que ao valor superlativo podemos fazer um bom uso de ferramentas como uma publicação na internet já que no papel não há como sem recursos, e chegar a um lugar de leitura a um homem que goste das letras já é um tipo de prazer grande e serenamente forte. Obviamente, não sou mais um jovem, com meio século de existência. A contemplação me apraz de modo raro, e é sobre isso que descrevo minha experiência como um resultado de uma vida muito intensa e que espero que continue assim até meus términos. Não que eu ache que não viverei mais depois da morte, porque considero esta apenas uma passagem. O que ocorre é que para um devoto ou homem sem devoção – tanto faz – não temos a memória de outras vidas, mas a diferença de um ser mais espiritualista é que faz de sua vida algo de meritório justamente por saber que estará aqui, principalmente quando de sua posição algo confortável que serve de aproveitamento, à missão que lhe é confiada, com isso que penso desenvolver um breve texto sobre o amor ao Supremo, ao mais atrativo dos seres, nossa relação que perdemos com Ele e a necessidade de resgatarmos esse amor com a convicção de tentarmos não nos situar apenas no aspecto rasgadamente hedonista que tem colocado as raízes para cima e as folhas a secar no limbo, na grande árvore que é apenas o reflexo do que é realmente a vida e nossa relação com que pensamos inatingível, mas que em uma imagem nos faz recordar essa relação...
            Temos conceitos a partir de tudo, mas o primeiro a ser colocado são os elementos que compõem a matéria: a água, o fogo, a terra, o ar e o éter. Deles tiramos tudo o que compõe a Natureza. Nosso corpo é feito de matéria, e quando dizemos que o corpo somos nós, erramos, pois este pertence ao espírito que é a nossa identidade, o nosso Eu verdadeiro. Se não fosse assim, não seríamos tantos em nossas formas corpóreas, desde que nascemos, na forma de um neném, até atingirmos a velhice, quando assumimos, no decorrer da existência, vários e vários corpos, e não há sentido de que a velhice signifique a morte, ou que esta signifique o fim. São os elementos materiais que abrigam nossa centelha espiritual que nos move e que nos dá a consciência. Possuímos consciência humana, enquanto um gato ou um cachorro possui a consciência de sua espécie. Creio que nos pensarmos superiores às outras espécies, no sentido de termos a “autonomia” de agirmos predatoriamente como estamos agindo nos coloca na posição de uma espécie que coloca o mundo a perder. É através do poder que temos de destruir que efetivamente temos destruído e especulado ferozmente para podermos justificar os nossos atos, perante o crivo da construção de lógicas que nos deem um anteparo cíclico para que continuemos. Acabamos por não conseguir mais nos proteger da ameaça que recai sobre nós, em que esta ameaça acaba sendo nós mesmos que a criamos, fazendo parte justamente da ausência da simplicidade em viver tão necessária, do que estarmos a tornar complexa uma vida em que a rendição ou contemplação do divino faz a diferença. Por exemplo: no mínimo, tentem aproximar-se da Natureza, observar um pequeno inseto, saber que possui igualmente uma centelha espiritual, ver o céu, saber que a chuva é o sêmen de Deus que faz germinarem as ervas e traz fertilidade, e reconhecer que o desequilíbrio foi obra do homem sobre o planeta, e a ação e reação não acontece apenas no plano espiritual, mas igualmente acontece na matéria bruta. Basta sabermos que nada nos pertence, pois a terra estava há muito quando nem existíamos, e esse tipo de convenção é um modo que a civilização de que somos frutos fez para que cerceássemos a compreensão de que em verdade tudo pertence a Deus, Krsna. Se tudo vem Dele, basta regarmos a raiz e melhor compreenderemos a nossa situação espiritual. Como?
            Quando adoramos a Arca Vigraha, como um retrato de Vishnu, por exemplo, estaremos regando a raiz, pois encontraremos ressonância em outros planetas, estaremos viajando através da devoção a muitos e muitos universos, já que Vishnu reside no Oceano Causal, de onde diversos universos são criados a partir de seus poros. Essa certeza é tão gigantesca, que logicamente superlativando a Alma Suprema estaremos encontrando ressonância nos mais ínfimos seres, e os respeitando, justamente, quando regamos a raiz de tudo: de todos os seres, de um arbusto, de uma folha depositada sobre o húmus, da raiz de uma planta que amemos, do amor que nos faz crescer existencialmente, vendo que o que passa a nos atrair é muito mais a razão da Natureza como espelhamento de Deus do que um artifício intelectual de um mero especulador mundano, que encontra em aparelhos digitais a razão de interpretação de algo tão pequeno e insignificante que são as sociedades padronizadas dos sistemas de vida contemporâneos, que só corroboram a história de erros crassos cometidos pela humanidade. Nada contra ajustes intelectuais, mas o amor a Deus, como deve ser, dá um sentido sólido e irrestrito à qualquer relação que possua consonância com essa Realidade Suprema.
            Os princípios das meditações são extremamente válidos, o trabalho em devoção nos afasta da ilusão, a consciência dos materiais, a vida sacrificada que nos traga um companheirismo real, tudo passa a ser consciência humana. Não tentemos liquidificar o amor, pois há muitos homens e mulheres que já sabem do seu real significado, e outros sabem mais da relação das máquinas com o pressuposto do tema. Que seja, somos diversos, e nessa diversidade reside a tolerância, e a pensar melhor que não tenhamos que tornar um sentimento inconsútil, basta que plasmemos através da terra com a água, a participação dos elementos essenciais ao mundo, e que respeitemos o que deste nos resta, afim de sabermos que um gozo sexual é apenas um fragmento de significado na gigantesca realidade espiritual neste mundo...