Adelaide estava preocupada com Maurício, pois que ele andava escrevendo coisas freneticamente.
- Maurício, peraí... Você tá pirando com essas manias de querer escrever algo. Daqui a pouco vão te comparar com aquele personagem de Huxley no Admirável Mundo Novo.
- Aí é que você se engana, pois meu mundo é um ovo formado pela abóbada celeste, e não se preocupe porque não conheço as peças de Shakespeare e nem vou ficar recitando coisas muito românticas, pois gosto muito do Germinal, aquele livro do Naturalismo francês. Na pintura, Corot, nem vou entrar na piração de Gogh, pois é pesado... Vou vivendo, vou levando. Na verdade, pouco me importa, hoje é tudo uma selva mesmo que vivo bem com os meus bichos, e você, certamente, Dedê!
Adelaide fechou seus estojo de maquiagens, já estava bem bonita e foi festar. Maurício foi ver navios, literalmente, onde moravam, no porto de São Francisco do Sul. Ish! Dava pra pensar a vida simples do casal... Frente a um mar de aborrecimentos, talvez um sono venha a calhar, e as rédeas da carruagem em Kurukshetra não têm nem tamanho. Risos!...
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