segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

O INVENTÁRIO DO CARÁTER

 

Por que enfrentaremos tantos reveses quando falamos
Do alto de um ego inflado pelas vertentes da ilusão se,
Porventura não fracassássemos no próprio imo, no cerne,
Na algibeira que mantemos a sete chaves em cima do burro…

Não, seríamos melhores ao apontar nossos defeitos de caráter
Quando, na acepção do conforto, dela sairmos a desvendar
Nossos mais íntimos segredos, o de ser exemplar dando o exemplo.

Roguemos sempre a Deus, nosso Senhor, seja qual for seus domínios,
Posto ser através de sua humildade do caráter uma face que temos
A admitir possuirmos dentro de nossa espiritualidade adormecida
E que desperte de uma lava de embriagues rumo à sobriedade!

Na história recontada de nós mesmos possamos admitir
Que muito da vereda se suplanta a nós em nossa atitude
Quando remontamos o espectro de nossas faltas
Assim, a se dizer que os objetos que tecemos por vezes
Igualmente faltam nas assertivas do bom proceder.

Nada que nos peque sejamos do alvitre do pecado
Posto, em relembrar possamos, na continente frase
Que, por mais que relembremos o passado
Este continua vivo apenas em nossa memória falsa.

Os sentidos imperfeitos nos ditem uma esfera luminar
Quando, apesar do volume do ofensor em pretender ofender
A reprimenda vem embalada com o perdão
E, a mais não seja, retirada da embalagem com cautela!

Acautelemo-nos, pois, a sermos maiores do que um gigante
Que, no achaque da brutal idade de maiores tempos
Revela-se no ponto equidistante do oceano de mármore…

Nada do que se possa dizer seja dito, ou do encerrar-se um verbo
Na tentativa incauta de sabermos quem somos e a que viemos
Na missão indelével de um proeminente ato justo e próprio
Quando, a esteira de uma pretensa e franca ideia
Venha da suposição algo necessária com chinelas ocas.

Venham a nós mesmos os reinos da temperança
Posto a situação possa não ser a mesma da espera
Consuetudinária em seus direitos de manteiga
Quanto, a se reverberar possam, os ditos mareados
Naveguem pelos oceanos bravios da embriagues
Que traduz a pena incauta da inocência infantil.

Palavras sejam ditas, que o disforme seja uniforme,
Que a bonança surja depois das tempestades
E que, dentro do aspecto da serenidade a lógica ilumine!


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