Nada
do que parece surtia efeito na cabeça de Nestor… Ele por vezes
parecia que estava em outro mundo, mas para ele infelizmente era
sempre o mesmo mundinho de Deus, que tantos O esquecem quando se
trata das maldadezinhas usuais na cabeça de muitos, um jogo de
forças que dá na telha a questão do próprio poder em si e para
si. Obviamente, muitos pensavam – como ele –, serem partícipes
de algo, como se houvesse em tal século uma organização confiável,
afora a truculência de muitos que se diziam respeitáveis, e não
passavam de algozes dentro de suas nefandas hipocrisias. Não,
parecia que o relator Nestor não sabia de tudo… Quiçá talvez não
soubesse mesmo, mas o seu relato deveria ao menos dizer respeito ao
seu padrão de conhecimento: vinha de uma grande sedimentação de
informações, um tanto do conhecimento de bancos de dados, outro
tanto da linguística rudimentar, ou seja, como traduzir um asno para
um ser quase pensante, e isso relatava com propriedade, no jargão
algo fácil que era do seu hábito, fazendo parte mesma do seu
comportamento. No entanto, sentia seus erros, e seus fracassos
habitavam seu pouco raciocínio, sem falar da lógica mais avançada, que desconhecia
totalmente, ou quase!
Nestor
não habitava sempre neste mundo, pois às vezes sonhava acordado,
com toda a miríade de pensamentos que o invadia nos seus insights
pertinentes ao seu acordado banco de dados, a sua organização e a
confiança que possuía, com sua contiguidade, ao farnel de sua
vizinhança onde aconteciam coisas sui generis. Coisas que se
passavam com seu intelecto, como a negação vertical de Darwin, ou a
relativização de Newton, como se a ciência pudesse jogar dados com
a questão matemática que faz um navio navegar, em que o empuxo
sempre sobrevive no modal da física, e não seria a falta de verbas
para as pesquisas científicas o que contaria como vantagem
sistêmica, posto a própria matemática cartesiana girava certos
robôs! Ledo engano que se enganasse no seu íntimo, mas valeria a
proposta de erradicar seus próprios erros, quando contraditoriamente
houvera um dia em que acreditasse na ciência e seus mapeamentos, os
exames, os controles, uma sociedade que emergia de forma tântrica no
seu perfil de velocidade e vilanias. Sim, que se dissesse sim a uma
justiça, pois de tantos e tantos pontos emergiam de verdade os
mastros de sua estrutura, e não seria uma psique meio destroçada de
grande parte da sociedade da força bruta que se gostaria de partir
para um quê de performance de tomadas de força que se revelassem
formas brutas do querer de uma plataforma de conhecimento equivocada.
Nos seus relatórios mensais para a veia de um leitor qualquer,
partiria sempre a um comedimento existencial que respirasse no modal
da veracidade ao menos a tentativa de realizá-lo. Assim se
processavam anos na paráfrase de sua vida a que se entendesse a si
mesmo, no seu princípio de homem perscrutador. Nada faria parte
maior do que seu próprio universo, e sabia de homens e mulheres com
conhecimentos aprofundados de fato que eram sempre grandes
referências no seu estigma de homem modesto: Nestor querido, Nestor
modesto. No mesmo principiar, seus erros não valiam tanto pelos
longos contextos que apareciam em suas veredas, no particular do
particular, sem saber que estava trilhando inconscientemente a lógica
do século XIX, quando muito se aperceber que navegava por uma
indústria produtiva nascente, mesmo em cada tijolo do My Sequel,
no cruzamento de estruturas similares, e na arquitetura inóspita das
informações que para ele disso não passavam, pois não embutia
muitos conhecimentos nesse edifício.
Seu
nome seguia dentro de uma pilha de funções e seus subordinados:
alimentadores de dados, managers e perfis os mais variados,
sob a tutela de sua batuta. Para si, consignara seu papel de
burocrata, e mal sabia exatamente por que estava servindo a algo ou a
alguém, na mesma dimensão primeira de que a própria sociedade o
aceitava como uma pequena engrenagem útil, como um desenho esquecido
em cima de uma mesa de escritório, que pode ir além, mas igualmente
amassado e jogado fora por quem não possui a veia do encontro com a
arte. O tecnicismo, a psicomotricidade, vertiam fora do mundo
contemporâneo o papel, o livro, em certas plagas, no descarte quase
obrigatório. Mas era ali que residia o erro do relator. Nestor não
se atinha imediatamente ou freneticamente com o seu ofício, pois era
no universo das letras que a sua paixão residia: nos livros, nos
jornais, no papel impresso. Talvez Mcluhan e sua galáxia
estranhasse tamanha posição de um ilustre objeto do anonimato, pois
mesmo com a mesma galáxia brilhando afora da compreensão total dos
homens, Nestor talvez gostasse de errar de vez em quando para que
pudesse ser uma nuvem entre o céu e o olhar dos viventes da Terra
sobre as estrelas.
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